quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

These days - Foo Fighters

fuga


Veloz a frente, corrias tu
não via teu rosto
sabia quem tu eras
sempre soube
mesmo não vendo
tu choravas

atrás de ti, corria eu
tentava te segurar
te tomar em meus braços
acalmar-te em mim
mais perto chegava
mais tu corrias

ofegante fui ao chão
sangue, suor e lágrimas
com a terra misturados
pedi que fugiste
que ficaste segura

estavas então ao meu lado
com pesar nos olhos
as lágrimas secaram
viraste e foste
era de mim que fugias

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sobre a semana

Pessoas,

tentei - duas vezes ontem, duas hoje - escrever algo sobre a semana passada e não consegui desenvolver. Foi uma semana cheia de surpresas; algum sentimento antigo, muitas cervejas novas, um sonho realizado, surpresas, revelações. Nem sei se conseguirei escrever sobre tal semana. Não prometo nada. Quem sabe um texto sobre o showzaço da Foo Fighters. Mas nem esse prometo. Não sei se consigo traduzir em palavras a emoção que me acometeu.

Então fico por aqui mesmo.

E aguardem, talvez em breve, quando tudo voltar ao normal.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pequena parte

Faz muito tempo que não a vejo.
Mesmo assim ela parece-me muito real.
Mais real que você, que lê estas palavras.
Tenho a imagem dela e ainda ouço sua voz.
Lembro do sorriso dela,
Do jeito que ela desviava o olhar,
Aquele tique quando ficava envergonhada,
O jeito que sua mão segurava a minha,
O mover dos seus lábios,
O cheiro que me enlouquecia,
Ela até gritava comigo,
E eu gostava de tudo.
Ainda lembro-me dela,
e ela parece-me muito real.
E você pode me perguntar tudo sobre ela,
Pois eu nunca esqueci.
Mas o que conseguirei lhe contar
será só uma pequena parte
de tudo que ela sempre foi.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Triste dia

Há dias em que pensamos: poderia hoje o mundo acabar, estaria feliz. Eu não gostaria que ele acabasse hoje. Pois teria de última visão apenas as trevas. Dias complicados em que nos batemos nas paredes de um corredor sem fim, sem luz ao final e sem sentido algum. Procuro então agarrar-me a qualquer base sólida que tenho ao alcance. Busco no fundo dos meus ouvidos o som da tua voz. Reviro o fundo da memória atrás de imagens suas, que me façam acalmar a alma. Bagunço gavetas atrás de uma palavra sua que me diga que tudo esta bem. Mesmo assim a angústia não sai de dentro do meu peito. Mesas de bar não trazem a solução. Todos os vinhos do mundo só fazem aumentar o vazio. Entre garrafas espalhadas pelo chão do quarto me sinto um nada. Nada mais que um espectro do que fui. Não acabe agora, triste história. Espere que volte a brilhar o sol nessa tarde cinzenta. Que esteja fresca na memória apenas a lembrança de dias feitos de alegria e de histórias que valham a pena serem lembradas.