a gente pode sentir falta do gosto
de algo que nem provou?
ou sentir saudade do calor
que nunca nos esquentou?
talvez lembrar o perfume
que bem pouco nos entranhou?
querer ter perto da gente
uma pessoa que só de longe ficou?
voltaria a dividir o mesmo teto
o qual a gente nunca morou.
olharia a paisagem da praça
onde a gente nunca sentou.
restará disso apenas vontade
do que foi, não foi, o quê restou.
e em mim a dor da incerteza
do que fui, do que seria, de quem sou...
terça-feira, 30 de junho de 2015
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Nico Fagundes - 1934/2015 - Canto Alegretense
Minha singela homenagem a esse ícone do tradicionalismo gaúcho. Quem de nós nunca ouviu: 'Bom dia aos gaúchos e gaúchas de todas as querências!!'
Fique em paz em outros pagos, tio Nico!!
Não me perguntes onde fica o alegrete
Segue o rumo do teu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e de violão
Pra quem chega de rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no rio Ibirapuitã
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
Fique em paz em outros pagos, tio Nico!!
Não me perguntes onde fica o alegrete
Segue o rumo do teu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e de violão
Pra quem chega de rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no rio Ibirapuitã
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
terça-feira, 23 de junho de 2015
All Star - Nando Reis
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias, mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje
Estranho, mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu All Star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas
Para a tua voz parece exato
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra
Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias, mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje
Estranho, mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu All Star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas
Para a tua voz parece exato
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra
Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Razão e coração
Minha razão e meu coração funcionam no mesmo ritmo. Isso quer dizer que os perdi? Quer dizer que perdi ao menos um deles?
Só porque eu tenho certeza que seríamos felizes juntos, acordar um ao lado do outro, passar os dias pensando os pensamentos teus, te esperar chegar em casa e perguntar como foi teu dia...
Brigar para saber qual lado da cama tu queres dormir e acabarmos dormindo um em cima do outro; discutir qual filme assitiremos e não assistirmos Lagoa Azul; qual música você prefere? eu, escutaria apenas o som da tua voz.
E quando tu não estiveres? Eu levarei comigo teu sorriso, teu cheiro e teu calor. Esperando para te ver rir novamente das bobagens que falo. E tu responde-me com outra e rimos por dias inteiros.
E talvez um dia não me queiras mais. Eu ficarei; eu estarei.
Não foi, mas seria. Nunca será, em mim é.
E se perdi a razão ou meu coração prefiro não ter a primeira, pois levo-te no segundo, dentro de mim, por onde quer que eu vá.
Só porque eu tenho certeza que seríamos felizes juntos, acordar um ao lado do outro, passar os dias pensando os pensamentos teus, te esperar chegar em casa e perguntar como foi teu dia...
Brigar para saber qual lado da cama tu queres dormir e acabarmos dormindo um em cima do outro; discutir qual filme assitiremos e não assistirmos Lagoa Azul; qual música você prefere? eu, escutaria apenas o som da tua voz.
E quando tu não estiveres? Eu levarei comigo teu sorriso, teu cheiro e teu calor. Esperando para te ver rir novamente das bobagens que falo. E tu responde-me com outra e rimos por dias inteiros.
E talvez um dia não me queiras mais. Eu ficarei; eu estarei.
Não foi, mas seria. Nunca será, em mim é.
E se perdi a razão ou meu coração prefiro não ter a primeira, pois levo-te no segundo, dentro de mim, por onde quer que eu vá.
domingo, 21 de junho de 2015
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Só por hoje
hoje acordei
e continuei sonhando
respirei a manhã
e faltou-me o ar
olhei para tudo
e não via nada
alimentei meu corpo
e não saciei minha fome
caminhei pelas ruas
e não me movimentei
corri pelas estradas
e não cheguei a lugar algum
gritei para o infinito
e minha voz não saiu
escutei todos falando
e não ouvia ninguém
joguei-me ao chão
e não senti dor
cortei-me a pele
e não sangrei
sobrevivi por mais um dia
e não matei-te em mim
e continuei sonhando
respirei a manhã
e faltou-me o ar
olhei para tudo
e não via nada
alimentei meu corpo
e não saciei minha fome
caminhei pelas ruas
e não me movimentei
corri pelas estradas
e não cheguei a lugar algum
gritei para o infinito
e minha voz não saiu
escutei todos falando
e não ouvia ninguém
joguei-me ao chão
e não senti dor
cortei-me a pele
e não sangrei
sobrevivi por mais um dia
e não matei-te em mim
quinta-feira, 18 de junho de 2015
Um bom lugar
Eu fujo do mundo todas as tardes.
Fujo e mesmo assim é tão fácil de me encontrar. Por três, oito ou quinze minutos recolho-me em mim. Não existe nada lá fora nem aqui dentro.
Sou o que quero ser.
Sou céu, sou mata, sou rio. Sou azul, sou verde, vermelho, cinza. Sou - assim como humano - peixe: indo e vindo sem direção. Sou barco lento deslizante na calma água que sempre é. Sou pássaro, sou livre e vôo.
São horas em minutos. É tempo que não se perde, nem perco-me no tempo. Basta estar. Estou. Lembro o passado, planejo o futuro, vivo o presente. Ou nem isso.
Permaneço.
Perfeito lugar para chegar e para longe viajar.
Tenho ao meu lado um lugar vazio, mas nunca sozinho estou. Converso, rio, choro, discuto. Por três, oito ou quinze minutos.
Depois retorno ao mundo.
O mundo dos outros.
Um lugar, talvez, ao qual não pertenço e que certamente não pertence a mim.
Fujo e mesmo assim é tão fácil de me encontrar. Por três, oito ou quinze minutos recolho-me em mim. Não existe nada lá fora nem aqui dentro.
Sou o que quero ser.
Sou céu, sou mata, sou rio. Sou azul, sou verde, vermelho, cinza. Sou - assim como humano - peixe: indo e vindo sem direção. Sou barco lento deslizante na calma água que sempre é. Sou pássaro, sou livre e vôo.
São horas em minutos. É tempo que não se perde, nem perco-me no tempo. Basta estar. Estou. Lembro o passado, planejo o futuro, vivo o presente. Ou nem isso.
Permaneço.
Perfeito lugar para chegar e para longe viajar.
Tenho ao meu lado um lugar vazio, mas nunca sozinho estou. Converso, rio, choro, discuto. Por três, oito ou quinze minutos.
Depois retorno ao mundo.
O mundo dos outros.
Um lugar, talvez, ao qual não pertenço e que certamente não pertence a mim.
As sem-razões do amor - Carlos Drummond de Andrade
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
Em branco
Escrever ou não escrever nesta manhã?
Até estou com umas idéias, umas frases soltas, perdidas. Juntando-as são os mesmos textos de sempre.
Deixarei passar em branco.
Entretanto saiba: assim como meus textos são os mesmos, não mudam meus sentimentos.
Tudo permanece como sempre foi.
Até estou com umas idéias, umas frases soltas, perdidas. Juntando-as são os mesmos textos de sempre.
Deixarei passar em branco.
Entretanto saiba: assim como meus textos são os mesmos, não mudam meus sentimentos.
Tudo permanece como sempre foi.
terça-feira, 16 de junho de 2015
Brilho de gente que faz brilhar - Dado Villa Lobos
Eu não sei mais se você
Tenta ou se já desistiu
Não se esforce se não vê
Que algo ainda resistiu
Porque eu sempre vou em frente
Mesmo sem você atrás
Temos sempre um recomeço
E amanhã não lembre mais
Você me fez recomeçar
Brilho de gente que faz brilhar
Eu me entrego por um dia
Por um dia é sempre mais
Eu me livro da minha culpa
Culpa de querer mais
Num começo o que é fresco
Para mim e pra você
Essa vida se renova
E brilha por você
Tenta ou se já desistiu
Não se esforce se não vê
Que algo ainda resistiu
Porque eu sempre vou em frente
Mesmo sem você atrás
Temos sempre um recomeço
E amanhã não lembre mais
Você me fez recomeçar
Brilho de gente que faz brilhar
Eu me entrego por um dia
Por um dia é sempre mais
Eu me livro da minha culpa
Culpa de querer mais
Num começo o que é fresco
Para mim e pra você
Essa vida se renova
E brilha por você
Conto sobre cavalos
Semana passada relendo um dos melhores livros que já tive em mãos - Carpinteiros, levantem bem alto a cumeeira - de um dos melhores, senão o melhor autor do século passado - J. D. Salinger (autor do não menos que perfeito 'O apanhador no campo de centeio') - li este pequeno conto sobre um especialista em cavalos. Gostei tanto do conto que transcrevo aqui:
O duque Mu da China disse a Po Lo: "Você está bem entrado em anos. Haverá alguém em sua família capaz de substituí-lo na tarefa de procurar cavalos para mim?"
Po Lo respondeu: "Um bom cavalo pode ser selecionado por sua aparência e constituição física. Mas o cavalo fora de série o que não levanta poeira nem deixa rastro é algo evanescente e fugidio, tão intangível quanto o ar rarefeito. Os talentos de meus filhos situam-se em plano definitivamente inferior: reconhecem um bom cavalo quando o vêem, mas são incapazes de identificar um cavalo excepcional. No entanto, tenho um amigo chamado Chiu-Fang Kao, um vendedor de lenha e de legumes, que não fica nada a me dever em matéria de cavalos. Por favor, fale com ele."
O duque Mu assim fez, enviando-o logo depois em busca de um cavalo.
Passados três meses, ele voltou anunciando que o encontrara.
"Está agora em Sach'iu", acrescentou.
"Que tipo de cavalo é ele?", perguntou o duque.
"Ah, é uma égua baia", foi a resposta.
Porém, quando alguém foi buscar o animal, verificou-se que era um garanhão negro como carvão!
Muito contrariado, o duque mandou chamar Po Lo. "Esse seu amigo", disse ele, "que contratei para encontrar um cavalo, meteu os pés pelas mãos. Ora bolas, não sabe nem distinguir a cor ou o sexo de um animal! O que é que ele pode entender de cavalos?"
Po Lo soltou um suspiro de satisfação. "Será mesmo que ele chegou a tal ponto?", perguntou em tom excitado. "Ah, então ele é dez mil vezes melhor do que eu. Não há comparação entre nós. O que o Kao tem em mira são os elementos espirituais. Certificando-se do essencial, esquece os detalhes comezinhos; concentrando- se nas qualidades internas, perde de vista os sinais exteriores. Ele vê o que quer ver, e não o que não quer ver. Vê o que precisa ver e esquece o que não precisa ver. Kao é tão sábio como avaliador de cavalos que deveria julgar algo melhor do que simples animais."
O duque Mu da China disse a Po Lo: "Você está bem entrado em anos. Haverá alguém em sua família capaz de substituí-lo na tarefa de procurar cavalos para mim?"
Po Lo respondeu: "Um bom cavalo pode ser selecionado por sua aparência e constituição física. Mas o cavalo fora de série o que não levanta poeira nem deixa rastro é algo evanescente e fugidio, tão intangível quanto o ar rarefeito. Os talentos de meus filhos situam-se em plano definitivamente inferior: reconhecem um bom cavalo quando o vêem, mas são incapazes de identificar um cavalo excepcional. No entanto, tenho um amigo chamado Chiu-Fang Kao, um vendedor de lenha e de legumes, que não fica nada a me dever em matéria de cavalos. Por favor, fale com ele."
O duque Mu assim fez, enviando-o logo depois em busca de um cavalo.
Passados três meses, ele voltou anunciando que o encontrara.
"Está agora em Sach'iu", acrescentou.
"Que tipo de cavalo é ele?", perguntou o duque.
"Ah, é uma égua baia", foi a resposta.
Porém, quando alguém foi buscar o animal, verificou-se que era um garanhão negro como carvão!
Muito contrariado, o duque mandou chamar Po Lo. "Esse seu amigo", disse ele, "que contratei para encontrar um cavalo, meteu os pés pelas mãos. Ora bolas, não sabe nem distinguir a cor ou o sexo de um animal! O que é que ele pode entender de cavalos?"
Po Lo soltou um suspiro de satisfação. "Será mesmo que ele chegou a tal ponto?", perguntou em tom excitado. "Ah, então ele é dez mil vezes melhor do que eu. Não há comparação entre nós. O que o Kao tem em mira são os elementos espirituais. Certificando-se do essencial, esquece os detalhes comezinhos; concentrando- se nas qualidades internas, perde de vista os sinais exteriores. Ele vê o que quer ver, e não o que não quer ver. Vê o que precisa ver e esquece o que não precisa ver. Kao é tão sábio como avaliador de cavalos que deveria julgar algo melhor do que simples animais."
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Não mais em sonho
Foi novamente em sonho que apareceste. Sei que foi num sonho pois apenas nele que te vejo daquele jeito. Sentada ao meu lado, proferindo palavras doces, palavras amorosas, palavras de amor. Debruçada sobre meu corpo pedia-me para beijá-la. Num ímpeto inexplicável, te neguei. Neguei porque sabia que era impossível. Não sabia que sonhava mas só poderia ser um sonho. Tu rias então. Te divertias as minhas custas. Não entendi. Sufoquei. Agonizava e, em disparada, corri mais que pude. Tentei o máximo que pude estar longe de ti. Acordei. E apesar do frio que fazia, meu corpo estava quente; faltou-me o ar nos pulmões; tremia dos pés à cabeça; olhei para todos os cantos do meu quarto. Nada. Era sonho mesmo. Deitei-me novamente e, pela primeira vez em muitos e muitos anos, roguei aos céus para que entendesse e não pedisse-me para beijá-la mais uma vez. Não em sonho.
Tudo que escrevo é falso
Tudo que escrevo soa muito falso.
Sim, falso. Mentiroso.
E tudo isso porque não é uma verdade completa. Todas as vezes me enrolo no que descrever. Se escrevo sobre uma paisagem, nunca ele é do jeito que meus olhos veem. Se escrevo sobre o que sinto não sai nem um décimo do que realmente é. Se tento escrever sobre você, moça, nem todas as palavras que conheço são suficientes para revelar o efeito de tua beleza na minha cabeça.
Por tudo isso digo-lhes: não acreditem em mim.
Sou um mentiroso.
E tudo que escrevo aqui soa muito falso.
Sim, falso. Mentiroso.
E tudo isso porque não é uma verdade completa. Todas as vezes me enrolo no que descrever. Se escrevo sobre uma paisagem, nunca ele é do jeito que meus olhos veem. Se escrevo sobre o que sinto não sai nem um décimo do que realmente é. Se tento escrever sobre você, moça, nem todas as palavras que conheço são suficientes para revelar o efeito de tua beleza na minha cabeça.
Por tudo isso digo-lhes: não acreditem em mim.
Sou um mentiroso.
E tudo que escrevo aqui soa muito falso.
sexta-feira, 12 de junho de 2015
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Conflito
Os eternos conflitos:
O bem e o mal.
O bom e o ruim.
O quê você quer e o quê você precisa.
O quê você é e o quê você finge ser.
O quê te fortalece e o quê te mata.
O quê te faz rir e o quê te faz chorar.
O quê te faz dizer e o quê te faz calar.
O quê te faz viver e o quê pode te matar.
Sereníssima- Legião Urbana
Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta o meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E cê vai logo ver o que acontece
Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade
Tudo está perdido, mas existem possibilidades
Tínhamos a ideia, mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de ideia
Já passou, já passou - quem sabe outro dia
Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade
Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho mas
Não vou brigar por causa disso
Até penso duas vezes se você quiser ficar
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo
Bendita és tua existência
E nos últimos dias tentei por demais não pensar em ti.
Mas só lembrava.
E por lembrar, pensava. E arrumei motivos e razões e juntei tudo que pude pra te esquecer.
Então hoje tive a reação: acordei mais apaixonado por ti do que em qualquer dia desses últimos anos. E sei, perfeitamente, que tudo continuará como é e como deve ser.
Sinto um aperto no peito e no entanto sinto uma felicidade que nunca antes senti.
terça-feira, 9 de junho de 2015
Estória
Lembro bem de como nos conhecemos: eu estava muito fraco, desiludido, andava cabisbaixo e sem rumo. Foi nesse momento que senti seu abraço.
Ela me alentou, me acalentou e disse que tudo ficaria bem. De início não acreditei; e resiti às investidas. Mas pouco a pouco nos tornamos grandes amigos. Eu olhava para o lado e ela estava ali; nas noites frias era ela que aquecia meu corpo e minha alma; quando sentia-me sozinho ela fazia companhia; nos momentos de desespero era seu conforto que eu buscava.
Entretanto não era liberdade.
Ficamos juntos por um longo tempo.
Dias atrás andávamos lado a lado, de mãos dadas. Ela fingia sorrir, eu fingia acreditar. Vagarosamente fui soltando sua mão, ela foi ficando pra trás. Numa última olhada vi ela sorrindo, agora com toda sinceridade possível.
Costumo vê-la ainda, nas proximidades de onde a deixei, certamente está feliz por mim e por ela. Talvez um dia - cedo ou tarde - novamente juntemos nossas mãos.
Ah!! e que distração a minha, esqueci de nos apresentar: sou Amor, ela Esperança.
Ela me alentou, me acalentou e disse que tudo ficaria bem. De início não acreditei; e resiti às investidas. Mas pouco a pouco nos tornamos grandes amigos. Eu olhava para o lado e ela estava ali; nas noites frias era ela que aquecia meu corpo e minha alma; quando sentia-me sozinho ela fazia companhia; nos momentos de desespero era seu conforto que eu buscava.
Entretanto não era liberdade.
Ficamos juntos por um longo tempo.
Dias atrás andávamos lado a lado, de mãos dadas. Ela fingia sorrir, eu fingia acreditar. Vagarosamente fui soltando sua mão, ela foi ficando pra trás. Numa última olhada vi ela sorrindo, agora com toda sinceridade possível.
Costumo vê-la ainda, nas proximidades de onde a deixei, certamente está feliz por mim e por ela. Talvez um dia - cedo ou tarde - novamente juntemos nossas mãos.
Ah!! e que distração a minha, esqueci de nos apresentar: sou Amor, ela Esperança.
Sobre o coração
Ela não é a Mônica e eu não sou o Eduardo da música, mas quem irá dizer que existe razão?
'E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser'
'E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?'
Trechos de Eduardo e Mônica, da Legião Urbana.
segunda-feira, 8 de junho de 2015
houve um tempo
houve um tempo
em que ouvia tua voz
doce, calma, serena
e não precisava do som ao redor
nesse mesmo tempo
nem a névoa da manhã
nem a escuridão da noite
privavam-me teu rosto
lá fora chovia,
ventava, esfriava
assim mesmo, dentro de mim
era sempre domingo de sol
então tu te ias
e voltavas e morrias em mim
como imortal, vivias
a cada noite, em sonhos meus
foi nesta manhã que a vi
em miragem ao nascer o sol
teu riso solto, uma lágrima no olho
e no coração uma palavra de adeus
em que ouvia tua voz
doce, calma, serena
e não precisava do som ao redor
nesse mesmo tempo
nem a névoa da manhã
nem a escuridão da noite
privavam-me teu rosto
lá fora chovia,
ventava, esfriava
assim mesmo, dentro de mim
era sempre domingo de sol
então tu te ias
e voltavas e morrias em mim
como imortal, vivias
a cada noite, em sonhos meus
foi nesta manhã que a vi
em miragem ao nascer o sol
teu riso solto, uma lágrima no olho
e no coração uma palavra de adeus
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Secos & Molhados - Primavera nos dentes
Esta letra - baita poema - consegue demonstrar muita coisas do que somos e do que devemos ser.
Curte aí:
Quem tem consciência pra se ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa contra a mola que resiste
Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade, decepado
Entre os dentes segura a primavera
Curte aí:
Quem tem consciência pra se ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa contra a mola que resiste
Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade, decepado
Entre os dentes segura a primavera
terça-feira, 2 de junho de 2015
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