quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Blocomeu 2014


Era uma vez.... um bloco... o bloco... galera às vezes reunida, mas sempre unida.  Passavam meses, esperando o carnaval. Organizavam-se o ano inteiro, reuniões e mais reuniões, para celebrar, não simplesmente o carnaval, a parceria. Costelões, cervejadas.... histórias e estórias acumuladas que rendem muitas alegrias e papo furado prum bom tempo. O bloco dividou-se em três (?) épocas. A primeira, carnaval em três, simples. Era uma barbada.... um caixão, uma bandeira, uma cx de cerveja por noite, camisa feita em casa, manchada, borrada... lindas, e o bloco INTEIRO fazendo festa a noite inteira, o dia inteiro. o QG móvel, a bandeira, algumas tentativas de boneco-mascote que eram perdidos na primeira noite, na primeira hora. Seqüestravam a galinha-mascote na primeira noite e ela voltava pro bloco no último dia. A bandeira ajudava na chuva, no sol, uma coberta improvisada, passaram os anos e as bandeiras permaneciam presente a cada ano. Com o sucesso da primeira fase, amigos foram adicionados como estagiários que na terceira etapa foram promovidos e jamais tiveram sucessores, pois na terceira etapa estávamos com muitos participantes. Mais de 50 camisetas feitas... o carnaval era feito por nós, corríamos atrás... queríamos o carnaval... queríamos o carnaval em Marcelino... convidávamos todos os amigos... de várias cidades... e falávamos que aqui era o melhor carnaval, independente do que outros blocos achassem ou tentavam fazer achar.... na terceira etapa tivemos a divisão por pacotes... bebum completo, bebum casal, solteiro bebum, solteiro (Jesus salva) não me lembro.... um que não ia beber uma noite e queria desconto de 2 real... um que queria ia participar somente 2 noites, e queria pagar metade.... um, eram dois, e a mulher bebia menos, tinha que pagar menos... um não gostou da camiseta e não usou ela todas as noites, Tb queria desconto.... um não ia ficar acampado e ia beber menos cerveja que os outros porque, sei lá.... assim cada um tinha seu pacote praticamente... e as votações, para escolha da cerveja, da camiseta onde no final, os 3 eram que decidiam... mas a galera estava sempre envolvida e ativa no carnaval, o que nos da orgulho de ter movimentado essa festa em Marcelino por vários anos, e nos entristece de ver a sonolência de alguns nos dias de hoje..... mas o tempo passou e estamos cada vez mais distantes por km, mas nossa parceria jamais será esquecida e enfraquecida, pois o BLOCOMEU foi,  é, e sempre motivo para nos encontrar e desfrutar de boas conversas, risadas e cervejas. Que alguns jovens tenham essa experiência de ter/ser um bloco e ser feliz como fomos nos carnavais.... Dale BLOCOMEU e um bom carnaval a todos os blocomanos, blocominas e afins!





Texto e imagem by Saules
Vídeos by Waltinho

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Um passo à frente - #curtas

- Anda-se em círculos, dentro de casa. O mesmo caminho é feito e refeito várias vezes. Tira-se o fone do gancho e os números já vem à memória. No terceiro discado ouve-se o click de encerrado, de uma ligação que nem iniciou;

- O papel tudo aceita, já diziam. São inícios de textos, trechos incompletos, frases inacabadas, papéis amassados na lixeira ao lado da mesa e uma carta que nunca será enviada;

- Ela desbloqueia o celular, procura um nome na agenda; nem precisaria, pois nunca esqueceria tal número. Seleciona, começa a dedilhar as letras e, antes do send, a mensagem vai para os rascunhos;

- Ele entra no bar e logo a visualiza, encostada no balcão com o olhar perdido em pensamentos. Exita em chamá-la - será que lembrará? - nem pensa em se aproximar, passam-se horas e, apesar das pessoas, só tem olhos prá ela. Pede a conta, olha para ela uma última vez e alcança a calçada;

- Na estação ouve-se os destinos anunciados pela voz monótona dos alto falantes. Carros que vem e vão e nos letreiros algum lugar para se ir. Inerte, imóvel, bastando apenas dar um passo à frente, permanece, sempre com aquele medo de chegar.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Que noite!

Que noite, ontem à noite, 
De volta ao começo
Que época especial pra mim
Pelo que me lembro, que noite!

Que noite!
Você sabe que eu nem sequer sabia seu nome
Mas eu nunca vou ser mais o mesmo
Que garota, que noite!

Eu tive um sentimento engraçado quando você entrou na sala
E, pelo que me recordo, terminou cedo demais

Oh, que noite,
Hipnotizante, hipnotizando-me
Você era tudo que eu sonhei que fosse
Doce lembrança, que noite!

Senti um ímpeto, como o rufar de um trovão
Forçando a minha cabeça e levando meu corpo para baixo

Que noite, que noite!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Dor

Todas as noites, ao deitar na minha cama, fico com o pensamento em ti; pedindo que tenhas uma ótima noite de sono, que possa descansar, dormir feito uma criança e que eu possa sonhar contigo. Invariavelmente, surge-me durante os sonhos; de início apenas uma imagem indecifrável, ficando a cada momento mais nítida para mim. Então diviso teu corpo, percebo teu riso, sinto seu perfume, ouço sua voz.. Por segundos, que para mim tornam-se dias, horas, semanas, passeamos lado a lado, deitamos na grama observando as estrelas, sentamos perto um do outro a resolver os problemas do mundo, permanecemos com as mãos dadas sem medo do futuro e nossos olhos brilham a cada sorriso que nos surge. Beijamos-nos; um beijo de fogo, um beijo de terra, de água e de ar. Beijo esse já dado - ou apenas sonhado -, mas sempre de adeus. Lentamente desintegrando-se, vais; acordo; a decepção de não tê-la equipara-se ao prazer de vê-la novamente. Deixo fluir o que resta das horas do dia para que possa reencontrá-la. Já prevejo a dor. Sim, dor. Pois apesar de te ganhar todas as noites, mesmo em sonho, te perco todas as manhãs ao acordar. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Conto


A cabeça semiabaixada, os olhos vidrados num texto qualquer em cima da classe, postura relaxada - como não se preocupasse com nada a sua volta. Lentamente a mão esquerda toca seus cabelos presos num rabo-de-cavalo. No movimento sensual de vai-e-vem seus dedos enrolam-se em alguns fios de cabelo e ali permanecem por um tempo infindável. Com uma técnica apurada - que só das mulheres poderia brotar - a mão agarra esse maço de fios e, paulatinamente, os vai enrolando sobre eles mesmos. Um simples coque aparece vagarosamente; e, na mesma velocidade com que foi construído, a mão retorna para cima da mesa.