quinta-feira, 30 de julho de 2015

Codinome beija-flor - Cazuza

eu poderia descrever tudo em mim em palavras, meras palavras,, repetidas,. todas inesquecíveis mas já utilizadas. sempre pelos melhores: renato russo, marina, alcione (sim, ela!!), roberto, rita, ney matogrosso, zé ramalho, alceu valença, belchior, adriana calcanhoto, cazuza (dizendo que quer 'sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida...") em "todo amor que houver nessa vida", ou talvez erasmo, pepeu, menino arnaldo batista, ou o antunes.. talvez todos os titãs, ou os paralamas, ou qualquer um... mas ninguém vai me responder na rua beija-flor:

Madrugada

É alta madrugada. Inquieto não durmo; passam imagens, arrastam-se as horas. Um turbilhão de sentimentos afligem minh'alma. Ah, donzela! se soubesses o conflito entre alento e sofrer que trazes pra mim. Se em sono caísse em sonhos te teria, mas basta que feche meus olhos para que minhas entranhas ganhem vida. Tortura-me este frio que gela meu corpo e este calor que não se apaga dentro de mim. Uma dezena de vezes levantei-me do leito, uma centena de vezes guardei teu retrato no fundo do baú, a mesma centena em que de lá o tirei e milhares de beijos te dei. O vidro não devolveu-me o gosto dos teus lábios, esse os imaginei quando, prostrado no canto do meu quarto, declarei-me mais de uma vez. As cartas que me mandaste quase desmancham-se tantas lágrimas verti sobre elas, pouco importa! sei, letra por letra o que elas trazem pra mim. Ao final desta noite peço-te então que mate-me de amor ou aniquile em mim este sentimento. Sou feliz e sofro. Sou um amante e um desgraçado. Sou paixão e padecimento. Oh mulher dos olhares e sorrisos e vozes e existência em mim. Nada há como isto que sinto agora e que não deixa-me sonhar nem dormir.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Sonho de uma noite de verão, Shakespeare - trecho

Ontem à noite tomei em mãos o livro 'Sonho de uma noite de verão', de William Shakespeare. Livro este que me foi dado de presente por uma estimada colega de faculdade (thanks C.) em certa passagem de meu aniversário. Além de muito feliz e surpreso, à época, passei a interessar-me mais pelo estilo literário deste grande autor. Já li muito dele e talvez em outras oportunidades escreverei sobre isso, hoje só quero escrever que quando peguei este livro ontem, aleatoriamente abri-o em uma página e estava escrito isto aqui, que abaixo transcrevo, e que muitas vezes foi um alento a cada vez o reli.

Ó:

'HELENA - Ah, noite cansativa, noite longa e enfadonha, abate tuas horas! Brilha, consolo, desde o oriente, para que eu posssa voltar a Atenas à luz do dia, afastando-me desses que rejeitam minha pobre companhia. E tu, sono, que às vezes cerra um olhar carregado de tristeza, poupoa-me por alguns instantes de minha própria companhia.'

segunda-feira, 27 de julho de 2015

hoje não

Não, hoje não haverá teu bom dia. Pois hoje será um novo dia. Um novo dia pra mim, que sofro a cada noite mal dormida; a cada manhã em que o primeiro pensamento é teu; a cada passo que dou em direção ao nada; a cada beijo que imagino e que não acontece. E iludo-me que me amas; de que a distância nos impede; de que me queres como eu te quero; de que um dia.. ah um dia.. estaremos juntos, sonhando o mesmo sonho e vivendo a mesma vida. Mas não. São só ilusões. A verdade é que não há em ti esse sentimento por mim. Isso é simples e muito normal. Acontece sempre; da mesma forma que acontecem essas por mim. E tão envolvido estou nisso que pouco percebo outras histórias ocorrendo neste momento a minha volta. Tantas chances; tantos lugares; tantas pessoas. Eles também me esperam e iludem-se e o mundo gira parando sempre no mesmo lugar. Sinto muito. Vou ter que partir; olhar para dentro de mim e procurar algo que nem sei ainda o que é. Mas que me dê forças e que cure essa ferida que ousa machucar. Perguntas-me se tenho esperança de que isso passe: te respondo que não. Só sei que tenho que fazer; mesmo sabendo que quanto mais se reprime algo, mais ele aumenta. E aumenta. E aumenta. Amanhã será outro dia. Estaremos tu e eu do mesmo jeito. No entanto hoje não haverá teu bom dia.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Hoje cedo

Uma das surpresas contidas no disco do Emicida, que comprei essa semana, foi uma música dele em parceri com a Pitty: Hoje cedo.

Baita som.

E ele começa assim ó:

Hoje cedo
Quando eu acordei e não te vi
Eu pensei em tanta coisa
Tive medo
Ah, como eu chorei, eu sofri
Em segredo
Tudo isso
Hoje cedo



Pois é...

Come together

Beatles,, sempre eles!

Muito bons versos para esses dias.

"One thing I can tell you is
 You got to be free
 Come together, right now
 Over me"


"Uma coisa que eu posso dizer pra você
 É que você tem que ser livre
 Venha cá, agora mesmo
 Junto a mim"

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Cenas

Cena 1:
Ambos riam. Ela das piadas e histórias bobas dele. Ele ria do sorriso dela.


Cena 2:
Ela fala de um novo amor. Ele sorri, feliz por ela. Por dentro desaba.


Cena 3:
Ele vê ela na rua: mãos dadas; agora são três.


Plano aberto:
As cenas na tela. As cadeiras vazias do cinema.
Eu como único expectador.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

O que a gente podia fazer - Vanguart

Fui sozinho
O meu caminho
Quem ia cuidar de mim
Melhor que eu?

Seu fatalismo
Na hora errada
A gente soube mais
Quando não sabia nada

Dei a partida
Olhando o Cristo
Ao meio-dia
O que eu ia fazer,
O que eu iria fazer?

E nas ondas do mar
Eu vi você voltar
E nas ondas do mar
Eu desapareci...

Parece uma piada
Ontem fez dez anos
Desde a última vez
Que eu te olhei nos olhos

E não tem remédio
E não tem cigarro
Que acalme o diabo de pensar
O que a gente podia ser
O que a gente podia ser

(talvez dentro do mar)

E nas ondas do mar
Eu vi você voltar
E nas ondas do mar
Eu desapareci...
(o tempo eu esperei)

Talvez dentro do mar
Talvez noutro lugar.

Tristeza - Rimbaud

"Assim, minha tristeza voltando sempre, e me achando mais perdida aos meus olhos - como a todos os olhos que quisessem me encarar, se eu não tivesse sido condenada para sempre ao esquecimento de todos! - eu tinha cada vez mais fome de sua bondade. Com seus beijos e abraços amigos, era mesmo um céu, um escuro céu, onde eu entrava, e onde gostaria de ser deixada, pobre, surda, muda, cega. Já eu me acostumava. Eu nos via como duas boas crianças, livres para passear no Paraíso de tristeza."

terça-feira, 21 de julho de 2015

Noite

Rolei da cama e fui ao chão. Quase sem forças me arrastei por um longo tempo, tateando às cegas as paredes do meu quarto. Levantei-me agarrando a janela e novamente caí. O barulho do vidro da mesa de centro quebrando não chegou aos ouvidos de ninguém. O sangue que correu pela minha testa cegou meu olho direito e o senti doce no canto da boca. Deitado, sozinho, no escuro. Não sentia dor, não sentia medo, não sentia nada. Poderia ficar deitado ali para sempre. O instinto me fez tentar, mais uma vez, levantar. Agarrei-me ao que sobrou da mesa e fiz um esforço sobre-humano para ficar de pé. Cambaleei para fora do quarto. Nada via. Apenas sentia o líquido espesso que tomava conta do meu rosto. Consegui chegar até o banheiro mas, mesmo com a luz acesa, no espelho não enxerguei meu reflexo. A água que correu na pia, nas minhas mãos e no meu rosto purificou-me o corpo. Uma pequena cicatriz ficará em minha testa. Meu olho agora é cinza. Suspiro. Sem saber o que fazer.

Sobre minhas postagens

Hoje escreverei um pouco sobre o meu estilo de escrita - ou a falta dele.

Muitos gostam dos meus textos/poemas/crônicas e tecem críticas acerca de alguns pontos dos mesmo, então tentarei esclarecer algumas coisas sobre isso.

Lá vão:

- não sou escritor;
- não sou poeta;
- não sou nada perto de autor de nada;
- meus poemas e sonetos ou não tem rima ou não métrica (seja lá o que for isso) ou nenhum dos dois;
- meus textos podem ter muitos parágrafos ou nenhum;
- depois de um ponto final em frase, posso reiniciá-la com maiúscula ou não;
- posso usar muitas vírgulas e ponto-e-vírgulas ou também posso não usar nenhuma delas;
- erros de concordância sempre existirão - alguns acidentais outros intencionais;
- escrevo sobre dor e sofrimento e não necessariamente sofro; escrevo sobre amor e não obrigatoriamente amo; ou sinto tudo ao mesmo tempo;
- nem tudo é autobiográfico;
- repito títulos e repito temas e repito qualquer coisa que quiser - inclusive repeti um monte nesta mesma frase.

Sei que não esclareci nada aqui. E também desejo que continuem os comentários e críticas, afinal é sempre um aprendizado.
Só que saibam que é por vossa conta e risco as leituras das postagens.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

destino

a gentre destrói aquilo que mais ama. e o contrário também é verdadeiro. e a gente se envolve com o impossível, tenta ter aquilo que não nos é destinado. apaixona-se pelas pessoas mais improváveis. aquelas que não estão nem aí pra você. tentamos nos provar que conseguimos qualquer coisa. então se conseguimos ser notados, abandonamos o objetivo principal e focamos em outro impossível. é sempre assim. muito tarde percebemos que tudo estava bem ao nosso lado, perto - não fácil - mas acessível. e recíproco. no entanto o destino é a dor, sentir a dor, buscar a dor. todos nascemos para sofrer. e só quando percebemos isso é que nada mais importa. e estamos livres.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dia de inverno

Um dia frio, chuvoso e triste pode ser salvo com algumas coisas simples:

- estar com quem você gosta;
- receber um desejo de 'bom dia' sincero;
- ver alguém que te faz bem;
- sopa de agnoline e uma baciada de pastéis.

Pronto.

Seu dia pode ser muito mais feliz.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Uma alma apaixonada - Trecho de O sofrimento do jovem Werther, de Goethe

Relendo o grande clássico de Goethe - O sofrimento do jovem Werther - pela enésima vez, deparei-me com um trecho sobre o qual, mais ou menos, escrevi dias atrás. Werther (o protagonista) encontra-se com um rapaz e inicia um diálogo com ele; o rapaz abre seu coração e tenta descrever a sua amada. O autor nos diz então que, nem que ele se esforçasse, conseguiria exprimir todo o amor que viu neste jovem. Pois não há nada que possa ir contra uma alma imersa em paixão.

Segue o trecho:

'(...) Contou-me ele que trabalha para uma viúva que o trata bondosamente. De tal modo falou-me dela, tecendo-lhe mil louvores, que percebi logo haver de sua parte um devotamento de corpo e alma. "Ela já não é moça", disse-me, "e, tendo sido muito infeliz com o marido, não quer mais casar-se." Sentia-se claramente, através dessas palavras, quanto ele a acha bela e sedutora, e deseja que ela o escolha para apagar a lembrança dos maus tratos sofridos com o seu primeiro esposo! Seria preciso repetir tudo isso palavra por palavra, para dar a você uma idéia da pureza desse afeto, do amor e fidelidade desse homem. Mais: seria preciso que eu tivesse os dons de um grande poeta para pintar a você, de modo eloquente, a expressão dos seus gestos, o som harmonioso da sua voz, o fogo interior que brilhava nos seus olhos. Não! Palavra alguma pode exprimir a ternura que transparecia em seus gestos e no seu rosto; por mais que eu me esforçasse, seria sempre opaco e pesado. Comoveu-me, sobretudo, o seu temor de que eu suspeitasse injustamente da conduta dessa mulher em relação a ele. Como era encantador ouvi-lo falar do seu rosto, de toda a sua pessoa, a qual, embora tivesse perdido a frescura da mocidade, o atraía e prendia com um fascínio irresistível! Só posso repetir tudo isso a mim mesmo, ao mais profundo da minha alma. Em toda a minha vida, nunca vi tão ardente paixão e tão alvoroçado desejo aliados a tanta pureza. Posso garantir-lhe que nem em sonhos eu me sentiria tão puro. Não me escarneça; afirmo-lhe que, só à lembrança de um sentimento tão sincero e cheio de inocência, sinto-me abrasado até o mais profundo do meu ser. A imagem dessa paixão acompanha-me por toda parte e, também eu, presa do mesmo fogo, ardo e entristeço-me. Farei tudo para ver essa mulher o mais cedo possível, ou, refletindo melhor, evitá-la-ei. Bem melhor será que eu a veja através dos olhos do seu amante, pois aos meus talvez se apresente muito diversa daquilo que se me afigura. Por quê estragar uma tão bela imagem?(...)'

terça-feira, 14 de julho de 2015

Sobre o que realmente importa

Estou sem meu telefone. Por algum motivo - que no momento pouco importa - fui privado dele. Percebi, em menos de 24 horas, o quão dependendente estou (estamos?) desse tipo de tecnologia. Ontem à noite abateu-me uma agonia, um tipo de despero que não soube explicar, nem conter. Talvez fosse pelo valor do bem, talvez pelo valor incalculável implícito nele, ou mesmo pelas possibilidades que ele me trazia. Então lá fora o céu piscava: raios, trovões, ventos. Ventava muito. Uma chuva forte assolava minha rua, minha cidade, quem sabe o país, o mundo. Do nada pensei no meu pequeno irmão, deitado em sua cama, protegido pelos cobertores e paredes e telhado. Pensei nos meus amigos sentados à mesa com uma xícara de leite quente e um pão fresquinho à frente. Pensei nas pessoas que, protegidas pelos vidros das janelas, observavam o mundo desabar lá fora. Foi aí que pensei na infinidade de pessoas que não tem esses privilégios: segurando com forças seus trapos junto ao corpo; o papelão que serve de cama encharcado pela chuva; a fome, o frio, o medo como companhia. Não conseguia ver o rosto dessas pessoas, só sabia que elas estavam lá. Todos os problemas que eu pensava que tinha se desfizeram. Aí sofri. Sofri pelos reais problemas que importam. Foi a primeira vez, então, que pude olhar os olhos desses desconhecidos e dar valor a tudo que tenho. 

Uma história como tantas outras

Fernando gostava de Roberta, que gostava de Carlos e... bem, eu poderia seguir escrevendo como Drummond o fez n'A quadrilha, mas não nos interessa de quem Carlos gostava e, sinceramente digo que eu não saberia ao certo. O que nos interessa é que Fernando conheceu Roberta no sexto dia de aula da primeira série; até conto porque foi no sexto dia de aula: simplesmente porque ela voltou gripada da viagem de férias que fizera com seus pais e faltou na primeira semana. Tão simples assim e hoje eu vejo o quanto isso mudou a história de Fernando. Ele fizera amizade com todos os colegas na primeira semana de aula; brincaram juntos, coloriram, até brigaram. Entretanto na segunda semana, quando Roberta entrou na sala, de súbito, Fernando sentiu algo novo, que não saberia explicar. A partir daquele momento tudo que fez ou deixou de fazer foi por Roberta. Eu, que vos escrevo, sou testemunha de tudo que aconteceu entre os dois ou, para ser mais exato, de tudo que não aconteceu entre eles. Fernando amava Roberta: queria estar o tempo todo junto dela, precisava saber onde ela estava, o que fazia, sabia do que ela gostava, das coisas que ela odiava e tudo isso que faz alguém que ama. O tempo passou, não passou os sentimentos dele. Tudo parecia sempre aflorar quando seus olhos cruzavam os dela. Tiveram paixões, tiveram amores, tiveram experiências. Dentro dele sempre houve um lugar só dela. Fernando nunca a beijou. Surgiu então Carolina. Quando os olhos de Fernando miraram o sorriso e o olhar de Carolina parecia que seria como tantas outras que ele havia encontrado, no entanto ele estava errado. Tudo crescia dentro dele; o sentimento só aumentava, a vontade de vê-la não passava, a saudade de ouvir sua voz corroía-lhe as entranhas. Carolina passou a tomar seu tempo, em pensamentos, em sonhos, em desejos. De repente e, não mais que de repente, Roberta não existia mais. Fernando a encontrava mas não tinha mais desejo - talvez nem esperança - de tê-la em seus braços. As frases que ela pronunciava nem faziam mais sentido pra ele. Tudo era Carolina agora. Poderia continuar com Drummond e dizer que Carolina não gostava de ninguém, mas nunca saberei. Pouco a vi. Tudo o que sei é das cantigas que Fernando trazia-me dela. A imagem que tenho é a que Fernando me desenhou, o que tenho dela é o sentimento que atormentava o peito do meu amigo. Entretanto, como sempre acontece, o tempo passou. Não passou o que Fernando sentia. Ele buscava em outros corpos, em outros copos, em uns amores, alguns dissabores e nada parecia tirar Carolina da cabeça. Fernando nunca provou os lábios de Carolina. Dias atrás Fernando conheceu Letícia. Não saberia lhes contar sob quais circunstâncias isso aconteceu. O que vi foi o brilho do olhar de meu amigo, tal e qual acontecera das outras vezes. Fernando acredita que desta vez será diferente. Eu já sei como essa esta história irá acabar.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

promessas


Sou um péssimo cumpridor de minhas próprias promessas. Imponho-me limites e ultrapasso-os apenas por impulso. Passo horas prometendo-me que não irei fazer e em segundos consigo esquecer e me trair. Então falo e repito o que não deveria dizer. Conto coisas sobre mim sabendo que tu não precisaria ouvir. Abro meu coração tendo a certeza de que dentro dele tu não faz questão de morar. Beijo teus beijos mesmo tu estando em outros sonhos.

E continuo fazendo-me promessas.

Cumprirei a próxima: só por hoje não te falarei de mim.


post scriptum: não foi - novamente - dessa vez. Mas amanhã tudo será diferente

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Oração pra ela

Desejo apenas que não se apague em mim esta chama que queima meu peito, que faz sonhar acordado e que não me deixa dormir. Que fique em meus olhos a imagem do teu riso fácil, iluminando minhas manhãs pálidas de inverno. Que o som da tua voz não saia pelos orifícios da minha cabeça, que faça eco quando meus pensamentos estiverem vazios. Que o toque da tua mão se transforme em abraço nas noites silenciosas e solitárias. Que teus lábios sussurrem, pronunciem, beijem: meu nome, meu rosto e os beijos meus. Que tu exista nas melhores canções, nos melhores poemas, nos raios de sol, nas ondas do mar. Que apenas permaneça em mim. Então estará em todos os lugares. Mesmo em outros braços, outros abraços, provando outros sabores e outros amores. Pois mesmo imperfeito, está tudo completo. Completando meus defeitos com tua impecável imperfeição. Tua loucura e minha insanidade. Minha voz e teu silêncio. Teu voar e meu correr. Eu: água. Tu: pedra. Que se prolongue ao infinito. E ao que nomearei de sempre, com sobrenome amor.