terça-feira, 13 de setembro de 2016

Rua vazia

Na lanchonete que nos encontramos não havia mais ninguém. Apenas um senhor por detrás do balcão lavava alguns copos como, eu imagino, o fazia dia após dia. Sentados numa mesa ao canto apenas nos olhávamos e desviávamos o olhar. Você sorria. Eu mirava seu rosto. Ruborizava. Sem beijo na despedida, foi no abraço que senti teus braços me apertando forte - nem tão forte como eu gostaria, bem mais forte que eu poderia imaginar. Ainda na calçada, um para cada lado, nos olhamos. Da janela da casa em frente vinha uma música; soubemos na hora que não poderíamos nos separar. De encontro nossos corpos se tocaram e bailaram. A rua vazia encheu-se de nós dois.