domingo, 31 de março de 2013

31 - trinta e um

31 3 13
três um três um três
tres unum tria unum tria
three one three one three
drei ein drei ein drei
3 واحد ثلاثة واحد ثلاثة
ένα τρία τρία ένα τριάρι
tre en tre en tre
tiga satu tiga satu tiga
три один три один три

quarta-feira, 27 de março de 2013

Eu via


Eu o vi
Ele estava num campo
Um balão girava em volta dele
Via-se os cabelos esvoaçando no cesto
Uns olhos tristes miravam o chão
O balão dava voltas e voltas e voltas

Eu o vi
Era uma estação de trem
Um vagão chegava e partia
À janela, os mesmos olhos
Ele continuava parado
O trem chegava e partia e chegava

Eu o vi
Parado na calçada
Chovia fortemente
Seu olhar mirava a janela em frente
Um vulto figurava no apartamento
Enquanto a água escorria pelo vidro

Eu o vi
No meio da multidão
Todos estavam apressados
Ninguém se aproximava dele
Pareceu ver aqueles olhos
Mas não conseguiu sair do lugar

Eu o vi
Não era um desconhecido
Aquele cara parado ali
Era eu.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Sonho


Acordei sobressaltado
Sonhava com você
Estavas tão linda
Tão bela
Sorria como eu fosse único
Falava como fosse cantar
Tocava-me o rosto
Arrepiava-me o corpo
Abraçava-me
Agitado abri os olhos
Aos pés da cama
Roupas espalhadas
Um copo meio vazio
Pássaro a cantar
Manhã cinzenta
Da lembrança
O perfume
Que não consegui sonhar

quarta-feira, 13 de março de 2013

Noite sem luz

Foi numa tarde em que faltou luz. Um desses fins de tarde de julho ou agosto. O fogo crepitando no fogão à lenha, a chaleira fervendo, os pinhões estalando na chapa. Enquanto o sol se punha no horizonte fomos acendendo velas. Minha mãe, meu pai, meus irmãos e eu. Escurecia lá fora e dentro de casa a penumbra ia tomando conta dos cômodos. À luz das velas, as sombras se moviam lentamente. Sentamos no sala, todos os seis. Não havia barulho; nem na rua, nem dentro de casa. Um relógio de parede insistia em contar os segundos, tic-tac-tic-tac, há muito esquecido. Apenas a chuva que caía em telhado de zinco nos arredores servia de trilha sonora para este momento. Principiamos a conversar, brincar um com o outro, lembrar de passagens da vida de cada um; uma estória engraçada de tempos idos de nossa infância, um conto ouvido do primo do vizinho de alguém, uma anedota nova que nos fez rir e até algum plano para o futuro. Ficamos por uma eternidade aproveitando aquele momento que pareceu fazer com que nossos corações chegassem a pulsar no mesmo ritmo. A chuva foi diminuindo lá fora, o relógio já não se ouvia mais, a conversa estava muito animada e então... a luz voltou. Alguém sorriu, o pequeno comemorou, a geladeira voltou a funcionar, dois ou três carros passaram na rua e a televisão foi ligada. Cada um foi para um lado, as velas foram apagadas e o sorriso em cada rosto foi reduzindo-se. Durante cinco ou dez minutos não nos falávamos, quase não nos olhávamos e apesar de o apresentador do jornal nos lembrar de uma notícia urgente, logo estávamos todos sentados nos mesmos lugares de antes. A TV foi desligada, as luzes apagadas e as velas acesas. E antes mesmo do terceiro tic-tac já estávamos todos tendo a melhor noite em família.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Spider-man

Quem aqui, amigo, nunca brincou disso? 

Então perdeu muito da infância...

Quase nada - Dado Villa Lobos


Tanta coisa simples
Mas a gente não
Vejo bem do alto
Asa do avião

Ritmos e cores
Bem à vontade diante de mim
Lábio e ritmo negro
Que samba cançâo

Os lugares são simples
Paisagens tão belas
Mas dentro delas nao há nem eu
Sem ela

O mundo não parece mais que um chão
Seria um chão se eu vivesse um pouco melhor
Só vendo a paisagem
Só vendo a beleza passando ao redor

Os lugares são simples
Paisagens tão belas
Mas dentro delas nao há nem eu
Sem ela

Toda esperança tem um fio muito curto
Quando perco metade parece quase tudo
Quase tudo, quase tudo
Que tenho pego como a areia pega a mão
E quando fica alguma coisa é quase bom
Melhor que um dia atrás do outro sem ilusão

Os lugares são simples
Paisagens tão belas
Mas dentro delas nao há nem eu
Sem ela

quarta-feira, 6 de março de 2013

Chorão 1970-2013


Essa imagem que eu tenho parece ter se passado ontem. Estava sentado no sofá de casa, esperando que algo acontecesse. Vínhamos da geração seguinte à explosão de bandas de rock da década de 80. Expoentes como a Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha já haviam marcado seus nomes na história da música brasileira. Entretanto essa não era nossa geração, precisávamos de algo que fizesse com que nos identificássemos com o tempo que vivíamos, algo que também firmasse aquela década de 90.

Havia surgido pelo mundo inteiro bandas que se propunham a fazer um som diferente, uma pegada mais pesada, com algum diferencial do rock de sempre. Surgiram o Nirvana e seu grunge, Pearl Jam e Red Hot Chilli Peppers; no Brasil havíamos visto a quebra de algumas barreiras com o sensacional e polêmico Planet Hemp e também com Raimundos e seu hardcore calango. Mas parecia faltar alguma coisa, algo que viesse a complementar a musicalidade.

Então com a TV ligada na plim-plim, fingindo assitir o Jô Soares, tive a primeira visão de algo muito novo. O apresentador anuncia a banda: 'Com vocês, Charlie Brown Jr.!!"; olho para a tela e do meio da platéia um 'gurizão' com as calças e camisetas largas, boné e jeitão despojado, desliza por entre as fileiras com seu skate. Bahhhh!!!! Era o Chorão. Quando ouvi os primeiros acordes, batidas, vocal e letra de 'O coro vai comê' identifiquei-me na hora com o som que eles mandavam.

Nossa!!! Eu tinha quinze, quase dezesseis, recém recebido meu segundo salário, passei em uma loja de cd´s e comprei o 'Transpiração Contínua e Prolongada'. Quase furei-o de tanto escutar. Todas as faixas ótimas, com um senso político, crítico e senso de humor tremendos. Estava aí mais uma banda que faria parte de toda a minha vida.

Cresci ouvindo todas as músicas que eles lançavam. A cada disco várias novidades, parcerias e muita, muita poesia. Em todas as festas que eu ia, tocava. Em casa, ouvia. No carro, obrigatório. Amadureci (?) junto com a banda (?). Ri muito de tudo que o Chorão aprontou no palco e fora dele. Dei uns tapas nos Los Hermanos, quando eles foram se apresentar em Santa Maria (e levei outros tantos) {lembra, Banzo?} para consolidar meu apoio naquele episódio dele com o Camelo. Quando assiti na TV o Acústico MTV do Charlie Brown, pirei. Procurava todas as reprises para rever o showzaço que os caras fizeram.

Aí eis que tive a chance de vê-los ao vivo. Planeta Atlântida. Os caras montaram um half no palco e enquanto a banda tocava, 2 guris ficavam fazendo manobras de skate. Indescritível! Chorão andava também, deslizava com seu carrinho pela pista e animava a galera... E sobre esse momento não consigo escrever mais nada. Eles continuaram a fazer shows e lançar discos. A banda mudou mas seu 'bandleader' sempre esteve lá; e sempre estará.

Hoje Chorão nos deixou. Eu terei sempre aquelas imagens dele, na televisão e no show, com o skate no pé e a música no coração.

Descanse em paz, irmão e faça música onde estiver.

Obrigado por tudo.

Lugar ao sol - Charlie Brown Jr.

R.I.P. Chorão.

Que bom viver, como é bom sonhar
E o que ficou pra trás passou e eu não me importei
Foi até melhor, tive que pensar em algo novo que fizesse sentido

Ainda vejo o mundo com os olhos de criança
Que só quer brincar e não tanta "responsa"
Mas a vida cobra sério e realmente não dá pra fugir

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

Um dia eu espero te reencontrar numa bem melhor
Cada um tem seu caminho, eu sei foi até melhor
Irmãos do mesmo Cristo, eu quero e não desisto

Caro pai, como é bom ter por que se orgulhar
A vida pode passar, não estou sozinho
Eu sei se eu tiver fé eu volto até a sonhar

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol

O amor é assim, é a paz de Deus em sua casa
O amor é assim, é a paz de Deus que nunca acaba

O amor é assim, é a paz de Deus em sua casa
O amor é assim, é a paz de Deus... que nunca acaba

Nossas vidas, nossos sonhos têm o mesmo valor
Nossas vidas, nossos sonhos têm o mesmo valor

Eu vou com você pra onde você for
Eu descobri que é azul a cor da parede da casa de Deus
E não há mais ninguém como você e eu

terça-feira, 5 de março de 2013

Camerlengo

Camerlengo é um título de origem medieval ainda em uso em alguns
ordenamentos políticos modernos. Deriva do latim medieval
'camarlingus', que, por sua vez, vem do frâncico 'kamerling', que veio
do latim 'camerarius', que significa "adido à câmara" (ficando
geralmente subentendido "do tesouro" e "do soberano"). O significado
do título e a função são em parte comparáveis aos do cubiculário, no
Baixo Império Romano, no Império Bizantino e no Papado. Na língua
inglesa antiga, o título tomou a forma de 'chamberlain'.

Em geral, o título designa aquele que administra o tesouro e os bens
do Estado, e o órgão por ele administrado normalmente tem o nome de
"câmara". Outra função fundamental do cargo é assumir, interinamente,
a direção de toda a Igreja Católica no momento de falecimento ou
abdicação do Papa vigente, ganhando todos os seus atributos
administrativos: devendo administrar o encerramento do papado,
organizar um novo conclave e realizar a transição para um novo Sumo
Pontífice - processo que pode levar meses.

O Camerlengo da Igreja Católica

O título camerlengo, na Igreja Católica, refere-se a um Cardeal do
Colégio dos Cardeais. O Camerlengo da Igreja Católica é o
administrador da propriedade e receita da Santa Sé; suas
responsabilidades incluem a administração fiscal do Patrimônio de São
Pedro. Seu brasão é ornamentado com duas chaves, sendo uma prateada e
a outra dourada. A dourada demonstra a parte divina da igreja, a
prateada a parte humana. As duas chaves são sobrepostas por um
ombrellino, um guarda-chuva de listras alternantes vermelhas e ouro
(amarelas), que também é o brasão da Sede Vacante (tempo entre a morte
ou renúncia de um papa e a eleição de outro).

Até o século XI, o Arquidiácono da Igreja Católica Apostólica Romana
era responsável pela administração da propriedade da Igreja Católica,
mas seus inúmeros antigos privilégios e direitos o tornavam um
obstáculo para a ação independente do Papa; como resultado, quando o
último Arquidiácono, Cardeal Hildebrando, foi eleito para o
Pontificado em 1073, ele suprimiu o título de arquidiácono, e o
cardeal responsável pelos bens da Santa Sé ficou conhecido como
Camerarius, ou Camerlengo.

A maior responsabilidade do Cardeal Camerlengo é a determinação
formal da morte do Papa; o procedimento tradicional, já em desuso,
para essa situação se dava batendo gentilmente um martelo de prata na
cabeça do Papa e chamando o seu nome. Hoje o processo do martelo não é
mais usado, e após o Papa ser declarado morto, o Camerlengo remove o
Anel do Pescador do seu dedo e o corta com uma grande tesoura na
presença dos demais Cardeais, e também destrói a face do selo do Papa
com o Martelo de Prata. Esse ato simboliza o fim da autoridade do
último Papa. O Camerlengo notifica então os oficias apropriados da
Cúria Romana e o Decano do Colégio dos Cardeais. Depois, ele começa os
preparativos para o conclave e o funeral do Papa.

Até que o sucessor do Papa seja escolhido, o Cardeal Camerlengo serve
como o Chefe de Estado atuante do Vaticano. Ele não é, entretanto,
responsável pelo governo da Igreja Católica durante a sede vacante,
sendo portanto impossibilitado de tomar ações próprias do Sucessor de
Pedro, como por exemplo, escrever encíclicas, criar ou unir dioceses,
nomear bispos, etc. A Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis
colocou a tarefa de governar a Igreja, durante a Tempe sede vacante,
na mão do Colégio dos Cardeais - apesar desse poder governamental ser
extremamente restrito, possibilitando apenas que a Igreja continue
operando e realizando funções básicas, sem poder tomar decisões ou
compromissos que são normalmente delegados apenas ao Papa, como já
citados acima. O Camerlengo, ainda assim, mantém seu escritório
durante a sede vacante, ao contrário do resto da Cúria Romana.

O Camerlengo actual é o Secretário de Estado de Sua Santidade Sua
Eminência Reverendíssima Dom Cardeal Tarcisio Bertone, Cardeal-bispo
de Frascati.


Lista dos Camerlengos da Igreja Católica

Ludovico Mezzarota Scarampi (1440-1465)
Latino Orsini (1471-1477)
Guillaume d'Estouteville (1477-1483)
Raffaele Sansoni Galeotti Riario Della Rovere (1483-1521) O.F.M.
Innocenzo Cibo (1521)
Francesco Armellini Pantalassi de' Medici (1521-1528)
Agostino Spinola (1528-1537)
Guido Ascanio Sforza (22 de Outubro de 1537 - 6 de Outubro de 1564)
Vitellozzo Vitelli (17 de Novembro de 1564 - 19 de Novembro de 1568)
Michele Bonelli (3 de Dezembro de 1568 - 10 de Maio de 1570) O.P.
Luigi Cornaro (10 de Maio de 1570 - 10 de Maio de 1584)
Filippo Vastavillani (1584-1587)
Enrico Caetani (1587-1599)
Pietro Aldobrandini (1599-1621)
Ludovico Ludovisi (19 de Abril de 1621 - 7 de Junho de 1623)
Ippolito Aldobrandini (7 de Junho de 1623 - 19 de Julho de 1638)
Antonio Barberini (28 de Julho de 1638 - 4 de Agosto de 1671) O.F.M. Cap.
Paluzzo Paluzzi Altieri degli Albertoni (4 de Agosto de 1671 - 29 de
Junho de 1698)
Giovanni Battista Spinola (24 de Novembro de 1698 - 19 de Março de 1719)
Annibale Albani (1719-1747)
Silvio Gonzaga Valenti (1747-1756)
Girolamo Colonna di Sciarra (1756-1763)
Carlo Rezzonico (1763-1799)
Romoaldo Braschi-Onesti (1800-1801)
Giuseppe Maria Doria Pamphili, pro-camerlengo (1801-1814)
Bartolomeo Pacca (1814-1824)
Pietro Francesco Galeffi (1824-1837)
Giacomo Giustiniani (1837-1843)
Tommaso Riario Sforza (1843-1857)
Lodovico Altieri (1857-1867)
Filippo De Angelis (1867-1877)
Gioacchino Vincenzo Raffaele Luigi Pecci (1877-1878), eleito Papa Leão XIII
Camillo di Pietro (1878-1884)
Domenico Consolini (1884)
Luigi Oreglia di Santo Stefano (1885-1913)
Francesco Salesio della Volpe (1914-1916)
Pietro Gasparri (1916-1934)
Eugenio Pacelli (1935-1939) eleito Papa Pio XII
Lorenzo Lauri (1939-1941)
Benedetto Aloisi Masella (1958-1970)
Jean-Marie Villot (1970-1979)
Paolo Bertoli (1979-1985)
Sebastiano Baggio (1985-1993)
Eduardo Martínez Somalo (5 de Abril de 1993 - 31 de Março de 2007)
Tarcisio Bertone (4 de Abril de 2007 - ) S.D.B.

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1berto