terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Sonhos, por William Shakespeare

Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas,
só as de verão.
No fundo, isto não tem muita importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si,
são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre,
em todos os lugares,
em todas as épocas do ano,
dormindo ou acordado.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

primeiros

Consigo lembrar da primeira palavra que li; lembro da primeira sala de aula que pisei; lembro do primeiro clássico da literatura que entendi; lembro da primeira fita k-7 de rock que escutei; lembro do primeiro aparelho de som que ganhei; lembro do primeiro cd que ouvi; lembro do primeiro beijo que roubei; lembro, também, da primeira vez que de amor sofri; hoje lembro da primeira vez que te vi, daquela tarde em que sorriu; teu olhar que de longe mirei; o abraço que imaginei; teu beijo que eu mesmo inventei. Lembrei de tudo isso pois, assim como a primeira vez que uma noite sonhei, sonhei esta noite também, o primeiro sonho mais uma vez.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

metáfora

Era forte
intenso
nos fazia viver
e suportar
e morrer
consumíamos um ao outro
troca de sentidos
sentia em mim
mais cor
mais sabor
muito mais calor
deixamo-nos
maldito tempo
perdeu-se o momento
passou-se o instante
não volta mais
assim como nós
meu café esfriou
solitário
no balcão eu peço:
uma coca-cola
sem gelo,
por favor.