quarta-feira, 28 de abril de 2010

De Jorge para Guiomar

"Perdoe-me se lhe chamo assim; as convenções sociais condenam-me decerto, mas o coração aprova, que digo? ele mesmo escreve estas letras. Não é a minha pena, não são os meus lábios que lhe falam deste modo, são todas as forças vivas da minha existência, que em alta voz proclamam o imenso e profundo amor que lhe tenho. Antes de o ler neste papel, já a senhora o há de ter visto, pelo menos adivinhado nos meus olhos, na doce embriaguez que em mim produz a presença dos seus. Persuado-me de que todo o meu esforço em recalcar este afeto é vão; por mais que eu sinceramente deseje esquecê-la, não o alcançarei nunca; não alcançarei mais que uma aflição nova. O remorso de o tentar, virá coroar os demais infortúnios. Por que razão rompo hoje o silêncio em que me tenho conservado, medroso e respeitoso silêncio que, se me não abre o caminho da glória, ao menos conserva-me a palma da esperança? Nem eu mesmo saberia responder-lhe; falo, porque uma força interior me manda falar, como transborda o rio, como se derrama a luz; falo porque morreria talvez se me calasse, do mesmo modo que morrerei de desespero, se além do perdão que lhe peço, me não der uma esperança mais segura do que esta, que me faz viver e consumir."

Carta de Jorge para Guiomar. A mão e a luva. Machado de Assis.

O Príncipe - Maquiavel

"O governo é instituído pelo povo ou pela aristocracia, conforme haja oportunidade para um ou para a outra. Quando os ricos percebem que não podem resistir à pressão da massa, unem-se, prestigiando um dos seus e fazendo-o príncipe, de modo a poder perseguir seus propósitos à sombra da autoridade soberana. O povo, por outro lado, quando não pode resistir aos ricos, procura exaltar e criar um príncipe dentre os seus que o proteja com sua autoridade."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Humanotopia

Doces sombras de meros mortais
Refletidos na poeira da estrada
Que não nos leva a lugar algum
Sabem que mesmo diante de um novo tempo
A única saída que nos resta
É a de fugir pra longe
O mais longe
Que a nossa alma possa alcançar
Mesmo que não tenhamos chance de voltar
Temos de buscar uma fuga
E criar um mundo só nosso
Onde as ruas não necessitem
Ser lavadas com o sangue inocente
Onde vidas não tem preço
Onde pessoas não se vendem
Onde vamos fazer todo o necessário
Para estarmos sempre sorrindo
Correndo atrás da felicidade eterna.

1berto rodrigues

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Seus desejos...

O que você pediria se tivesse a oportunidade de fazer três pedidos?

Adeus

"Daquele encontro o que restou foi apenas a lembrança. O doce gosto do beijo; mesmo sabendo que seria o último. Às vezes é assim mesmo que acontece, são horas de dedicação, dias a viver essa paixão e de repente, não mais que de repente, puff... o sonho acaba. A felicidade não existe mais, o amor não manda mais no coração, só a tristeza, a solidão e um vazio no peito que não conseguimos explicar. Tudo estava saindo da melhor maneira, até que nossas vidas tomaram rumos diferentes, cada qual para um lugar seu, só seu. E assim parece que nada do que vivemos tem o seu valor, longas tardes passeando à beira-mar, mãos dadas, pés descalços tocando a água que apaixonadamente beija a areia; longas tardes à beira do lago, vendo nossa imagem refletida na límpida e calma água, que servia para banharmo-nos nas noites de lua cheia. Mas como tudo na vida passa, passou-se aquele entusiasmo, aquela empolgação jovial que fazia parte do nosso mundo. E tudo tem um fim, e agora, não vale mais a pena dizer "eu te amo", basta dizer "adeus"."

1berto rodrigues

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ato ecológico completa 35 anos


A atitude do engenheiro agrônomo Carlos Alberto Dayrell, então estudante, de impedir o corte de uma tipuana na Capital, em 1975, é um dos temas do Dia Nacional da Botânica, celebrado em 17 de abril. A exposição Despertar da Consciência Ecológica relembra a ação ocorrida na avenida João Pessoa, a partir de reproduções de matérias dos jornais da época. A mostra vai até o dia 22, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1233).

A idealização é do jornalista Sérgio Becker. Em 1975, ele registrou o episódio para o jornal O Estado de São Paulo. "Eu estava dentro de um ônibus indo para o trabalho quando vi várias pessoas em volta da árvore. O faro jornalístico fez com que eu descesse para ver o que era. Acabei acompanhando todo o episódio." Para o jornalista, o fato marcou o início das discussões voltadas para o meio ambiente no Brasil. "A partir daquela ação individual foi criada a Secretaria de Meio Ambiente em Porto Alegre, a primeira do país em nível municipal", disse.

Dayrell vive em Viçosa (MG). A tipuana está até hoje na avenida João Pessoa, "o que prova que não precisava sair dali", disse Becker.

Fonte: CORREIO DO POVO, ANO 115 Nº 197 - PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 15 DE ABRIL DE 2010.
Crédito imagem: Damião Alves Ribas / CP Memória.

Só um registro


Não poderia deixar de registrar essse fato. Creio ser o surgimento de um fenômeno. Para as gerações vindouras não me culparem por descaso ou omissão, escrevo que o magrão em questão é um gênio. Atende por Neymar e é jogador do Santos. Ontem, 14/04/2010, marcou cinco gols na vitória do Santos sobre o Guarani, por 8 a 1, pela Copa do Brasil. Com lances incríveis e jogadas maravilhosas encanta os torcedores que são apaixonados por futebol. Futuramente o veremos vestindo a amarelinha. (Eu levaria para a África do Sul. Se liga, Dunga!)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Tempo Ruim - Matanza

Ergam seus copos por quem vai partir
Longo será o caminho a seguir
Nada será como costuma ser
Nada vai ser fácil pra você

Não faça o mesmo que fez o seu pai
Não leve armas lá onde vai
Tantos eu já vi pagando pra ver
Não dá tempo de se arrepender
Nada que já não deva saber
Não há nada que não possa ter

Eu me despeço de todos vocês
Muitos aqui não verei outra vez
Fora o inverno e o tempo ruim
Eu não sei o que espera por mim
Mas pouco importa o que venha a ser
Se eu tiver um dia a quem dizer

Quero que a estrada venha sempre até você
E que o vento esteja sempre a seu favor
Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão
E que esteja ao seu lado, seu grande amor.

Dick Dale - Fun People

No te preocupes, no!.
Recordando esa vieja foto en hell beach.
No hay nada que al mar pueda vencer, dont worry, no.
Recordando esa vieja foto en hell beach.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Resultado das resoluções

Ô loko.. Fui muito bem sucedido nestas resoluções lançadas na sexta-feira. Cumpri praticamente todas as metas, faltou só o término da leitura de um livro. Mas essa pode ficar para esta semana. Fui na aula, joguei um futiba com a turma, não bebi nada, não fui no baile, não fiquei muito tempo sozinho. Assiti a dois filmes. O primeiro foi "Quebrando a banca (21)", que narra a história de um garoto com QI altíssimo que é recrutado por um professor para jogar Blackjack (21) em Las Vegas; junto com outros jovens ele ganha muito dinheiro e passa a ser vigiado por um segurança dos cassinos. Filme muito legal. Depois assiti "Anjos e Demônios" e confesso que o filme até passa uma certa credibilidade, com sua alta produção e atores renomados, mas, na minha opinião, fica muito aquém do livro de Dan Brown (como ocorre seguidamente em adaptações para o cinema). Recomendo o filme, mas deixo a ressalva de não ser criadas muitas expectativas. E foi isso, um fim de semana de muito relax e com agradáveis surpresas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Resoluções para o fim de semana

FAZER
- aula sábado de manhã
- futebol com a galera
- ler um livro
- assitir uns filmes
- dormir bem
- não beber

NÃO FAZER
- ficar dormindo e não ir na aula
- beber
- beber e ir no baile em Pinhal
- beber e ficar muito louco e ir no baile em Pinhal
- permanecer muito tempo sozinho

Segunda publico os resultados.

Ótimo fim de semana a todos.

"O processo", Franz Kafka


(Este post pode conter revelações sobre o livro)
Gênio, gênio, gênio. Kafka demonstra toda a sua capacidade intelectual nos desdobramentos dessse livro fascinante; prende o leitor à desaventurosa vida de Joseph K. Um homem pacato, gerente de um banco que é surpreendido certa manhã por uma diligência que tem por função o avisar de sua detenção. Não sabendo o por quê da acusação, nem por onde começar sua defesa, K. (como simplesmente é chamado no livro) se vê envolvido numa trama onde figurões da justiça e reles "zangões" da população possuem o mesmo tipo de poderes para determinar o futuro de um homem. Mostra-nos o submundo do que ocorre nos tribunais (figurativamente, boa parte das vezes) e a submissão do ser humano às pessoas que se impõem sobre suas vidas. Recomendo a todos que cursam Direito, Psicologia e para quem gosta de uma boa leitura. Abaixo transcrevo um trecho em que Kafka nos brinda com uma bela estória acerca do acesso e da submissão perante à justica. Segue:
“Em frente da Lei está um porteiro; um homem que vem do campo acerca-se dele e pede-lhe que o deixe entrar na Lei. O porteiro, porém, responde que nesse momento não pode deixá-lo entrar. O homem medita e pergunta então se mais tarde terá autorização para entrar. “E possível”, responde o porteiro, “mas agora não pode ser”. Como o portão que dá acesso à Lei se encontra, como sempre, aberto, e o porteiro se afasta um pouco para o lado, o homem inclina-se a fim de olhar para o interior. Assim que o porteiro repara nisso diz-lhe, rindo-se: “se te sentes tão atraído, procura entrar a despeito da minha proibição. Todavia, repara: sou forte e não passo do mais ínfimo dos porteiros. De sala para sala, porém., há outros porteiros, cada um deles mais forte do que o anterior. Até o aspecto do terceiro guarda é para mim insuportável”. O homem do campo não esperara encontrar tais dificuldades, “a Lei devia ser sempre acessível a toda a gente”, pensa ele; porém, ao observar melhor o porteiro envolto no seu capote de peles, o seu grande nariz afilado, a longa barba rala e negra a moda tártara, acha que é melhor esperar até lhe darem autorização para entrar. O porteiro dá-lhe um escabelo e diz-lhe que se sente ao lado da porta. Durante anos ele permanece sentado. Faz numerosas tentativas para ser admitido e fatiga o porteiro com os seus pedidos. Aquele, de vez em quando, faz-lhe perguntas sobre a sua terra e sobre muitas outras coisas, mas duma maneira indiferente, como fazem os grandes senhores, e no fim diz-lhe sempre que ainda não pode deixá-lo entrar. O homem, que se proveu de amplos meios para a sua viagem, emprega tudo, por mais valioso, para subornar o porteiro. Este, com efeito, aceita tudo, mas diz: “só aceito o que me dás para que não julgues que descuraste alguma coisa”. Durante todos aqueles longos anos o homem olha quase ininterruptamente para o porteiro. Esquece-se dos outros porteiros; parece-lhe que o porteiro é o único obstáculo que se opõe à sua entrada na Lei. Amaldiçoa em voz alta o infeliz acaso dos primeiros anos; mais tarde, à medida que envelhece, já não faz outra coisa senão resmungar. Torna-se acriançado e, como durante anos a fio estudou o porteiro, acaba também por conhecer as pulgas da gola do seu capote; assim, pede-lhes que o ajudem a modificar a atitude do porteiro. Por fim, a sua vista torna-se tão fraca que já nem sabe se escurece realmente à sua volta ou se é apenas ilusão dos seus olhos. Agora, porém, lobriga, no escuro, um fulgor que, inextinguível, brilha através da porta da Lei. Mas ele já não tem muito tempo de vida. Antes de morrer, todas as experiências por que passara durante esse tempo convergem para uma pergunta que, até essa altura, ainda não formulara. Faz um sinal ao porteiro para que se aproxime, pois o entorpecimento que o domina já não o deixa levantar-se. O porteiro tem de curvar-se profundamente, visto que a diferença das estaturas se modificara bastante. “Que queres tu ainda saber?”, pergunta o porteiro. “És insaciável.” “Se todos aspiram a conhecer a Lei”, diz o homem, “como se explica que durante estes anos todos ninguém, a não ser eu, pedisse para entrar?” O porteiro reconhece que o homem já está perto do fim e, para alcançar o seu ouvido moribundo, berra: “Aqui, ninguém, a não ser tu, podia entrar, pois esta entrada era apenas destinada a ti. Agora vou-me embora e fecho-a.”

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Churras da turma

Umas fotinhos do churras da turma de Direito em Barão de Cotegipe.



Arnaldo Jabor - Crônica Jornal da Globo - Enchente do RJ

Achei muito interessante esta crônica do Arnaldo Jabor no Jornal da Globo de 08/04/2010, e resolvi transcrevê-la. Segue:

"No Rio de Janeiro há duas enchentes, duas. Uma delas é drama. Atingiu a mim, por exemplo, que moro na Lagoa e fiquei ilhado. Chato, muitos outros perderam a hora, tiveram de andar de barquinho, carros boiando. Super chato.
A outra enchente é a tragédia. Barracos deslizando, famílias morrendo na lama. A catástrofe natural ilumina a catástrofe social. As pessoas não estão lá por imprudência, como dizem as autoridades, “ah, não medem o perigo”.
Não são imprudentes, são pobres, não tem onde morar com segurança. A diferença entre drama e tragédia é que tragédia se encerra com a morte inevitável. No Rio há um tipo de tragédia que se repete como um drama sem fim.
O Rio fica mais visível não a luz do sol, com barquinhos na baia a deslizar. O Rio fica mais claro na chuva. Vemos a verdade que se esconde na paisagem. Uma cidade com a grande maioria de pobres e desamparados, a mercê de décadas de governantes irresponsáveis e corruptos.
Mas eles estão tranquilos, suas fichas sujas jamais serão exibidas, como vimos hoje (quarta) na Câmara Federal, que adiou o desejo de um milhão e meio de brasileiros.
Os irresponsáveis são até abraçados por político em campanha. Eles só esperam as águas baixarem e as notícias sumirem. Até outra tragédia em que a culpa é dos mortos."
Aquele gosto amargo do teu corpo, ficou na minha boca por mais tempo. De amargo então, o salgado ficou doce, assim, que o teu cheiro forte e lento: fez casa nos meus braços e ainda leve e forte, cego e intenso; fez saber que ainda era muito e muito pouco...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Blocomeu

Um aviso aos mais chegados!! Juntamente com a comunidade do Blocomeu (no momento só disponibilizada para integrantes do bloco), foi criado um perfil do Bloco no orkut. A quem interessar, haverá no mesmo a possibilidade de ser deixado scraps e a visualização de fotos e vídeos de todos carnavais e de eventos passados e futuros que tiveram e terão a participação do BLOCOMEU. Futuramente deixarei aqui um link para o acesso direto ao perfil. Sem mais delongas, me despeço.

"O sofrimento do Jovem Werther", Goethe

(ESTE POST CONTÉM REVELAÇÕES SOBRE O ENREDO DO LIVRO)
Tendo finalizado a leitura do livro "O sofrimento do Jovem Werther" de Goethe, recomendo-o a todos. Trata-se de uma acessível leitura de um dos mais consagrados nomes da literatura mundial. (Posso ser considerado suspeito ao recomendar este autor, por ser um apreciador dos chamados "escritores malditos".) Apesar deste livro ter sido escrito em 1774, ainda possui muitas semelhanças com o que recorrentemente ocorre nos dias atuais. Um jovem (Werther) que sofre por sentir dentro de si um amor impossível por uma moça prometida (Charlotte) a outro homem (Albert). Mesmo tendo os dois sentindo grande apreço pela mesma amada, travam muitos diálogos (com seguidas discussões por terem opiniões diferentes) e se tornam amigos; até que a explosão sentimental dentro de Werther, obriga os dois a seguirem caminhos diferentes. O pior de tudo nesta história toda é que a moça nutre por Werther um sentimento inexplicável, transtornando assim a alma de nosso herói (ou seria anti-herói?). O livro é escrito em forma de cartas enviadas de Werther a seu amigo Wilhelm, que aconselha-o da melhor forma possível. No entanto, o fim trágico é aguardado e acontecido. Uma curiosidade deste livro, é que na época em que foi lançado, ocorreram inúmeros suícidios pela Europa. Algo que hoje, apesar do livro continuar muito atual, seria muito difícil de ocorrer pela simples leitura desta estória. Transcrevo agora uma passagem do livro:
Julho, 18
"Wilhelm, que seria, para o nosso coração, o mundo inteiro sem amor? O mesmo que uma lanterna mágica apagada! Assim que a gente coloca aí uma lâmpada, imagens de todas as cores se projetam na tela branca... E, quando fosse apenas isso, fantasmas efêmeros, nós encontramos a felicidade postando-nos diante deles, como as crianças se extasiam ao contemplar aquelas aparições maravilhosas!"

Início

Bom dia! Inicio hoje algumas postagens neste blog. Não tenho a pretensão de ser seguido por ninguém, nem de ser lido. Apenas usarei desta ferramenta para descrever alguns fatos que por ventura me ocorrem; o que vejo, o que faço, o que ouço, o que leio. Nada mais tendo a relatar nesta introdução, deixo um sincero abraço àqueles que perdem um tempo lendo estas linhas.