quinta-feira, 29 de março de 2012

Mulheres, em frente! Enfrentem!

Sou feminista!
(Se é que homens possam ser rotulados assim..)
Sou um defensor do direito das mulheres; quero que elas tenham maiores chances no mercado de trabalho, nos melhores cargos, que lutem pelos seus objetivos, que briguem de igual para igual em qualquer setor da sociedade. Podem me acusar de praticante de 'demagogia', mas não é isso; é, sim, o desabafo de alguém que sente o que foi perdido ao longo dessa história machista que se faz ecoar nos dias de hoje. Para não voltar muito na história (nem me perder nas esquinas do tempo) digo que sinto muitíssimo ler, por exemplo, aquele compilado de estórias chamado Bíblia, para os católicos, ou Corão, para os muçulmanos, escrito por mãos masculinas; ou a Filosofia, em que filósofOs, apenas, 'contribuíram' para a construção ou entendimento da alma e essência da humanidade. Quanta sensibilidade nos foi negada? Dessas mulheres que, muitas vezes influenciando diretamente esses homens, foram relegadas a meras expectadoras (quando muito) do desenrolar histórico. Joana D'Arc, queimada na fogueira como bruxa; Jane Austen, teve recusado muitas vezes seus manuscritos antes de publicados; poetisas usando nomes falsos para que nem seus maridos soubessem que saiam de suas 'mulheres submissas', tamanha habilidade com as palavras,; romancistas que, alta madrugada à luz de tocos de vela, deixavam fluir o que ficava engasgado em suas falas; operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque que, em 8 de março de 1857, fizeram uma greve reinvidicando que sua jornada de trabalho de 16 HORAS(!) fosse reduzida para 10 HORAS(!), equiparação salarial com os homens (elas recebiam até um terço do salário!) e tratamento digno no ambiente de trabalho (morreram aproximadamente 130 tecelãs nesse dia, quando os repressores as trancafiaram dentro da fábrica e atearam fogo nas entradas). Isso apenas para ficar em alguns exemplos pontuais. Quantas mulheres desconhecidas lutaram para que o mundo fosse diferente, para que o mundo fosse IGUAL?

Deixo nessas linhas minha esperança de que meus pensamentos sejam compartilhados por todos, que o passado seja conhecido, que compreendamos o sofrimento de nossas mães, para que possamos entender o presente e construir um futuro melhor.

P.S.: É apenas um registro do que sempre pensei e procuro praticar. 

quarta-feira, 28 de março de 2012

No dia em que eu morrer - Nei Van Soria

Dia triste para toda a comunidade marcelinense. Perdemos uma pessoa muito importante em nossas vidas. Um exemplo de mulher batalhadora, trabalhadora, humilde, que via sempre o bem nas pessoas e que por muitas vezes esteve ao nosso lado.

Faça a passagem da melhor maneira possível e, tenho certeza, se houver um lugar destinado às pessoas boas do outro lado, estará lá.
Forte abraço à senhora, Dona Olga Marsaro. Estará sempre em nossas melhores lembranças.

No dia em que eu morrer não me mande flores
No dia em que eu morrer não me peça favores
No dia em que eu morrer não morra de amores
No dia em que eu morrer não fique com pena de mim
Pois não vou mais estar por aqui para sofrer

Eu sei que essa canção parece um pouco triste
Mas tudo na vida tem uma razão você acreditando ou não
Pode parecer tudo tão cruel, mas não é apenas com você

O que eu posso dizer para um amigo
Que perdeu um grande amigo... simplesmente aconteceu
Não haverá culpados nem porques no dia em que eu morrer

No dia em que eu morrer mesmo só estando o meu corpo aqui
Vou te fazer lembrar de tudo que fizemos
Dos dias tão felizes que nós dois tivemos
No dia em que eu morrer não lembre do tempo que perdemos
Lembre do tempo que eu te dei
No dia em que eu morrer

terça-feira, 27 de março de 2012

Amor

"Nuestro amor durará para siempre. Es para siempre, pero no funciona. Por eso será romántico, porque no se puede completar."

(Citação do filme, 'Vicky Cristina Barcelona', de Woody Allen)

segunda-feira, 26 de março de 2012

O coração feminino

Por Carol Flores.

"Deixamos a nossa conta bancária no negativo, gastamos 1/5 do nosso salário nos cabelos, compramos cinco esmaltes da mesma cor de uma vez, que só o cérebro feminino é capaz da façanha de distinguir a diferença de tons. Estouramos o limite do cartão de crédito comprando areia, cimento e brita para construir muros enormes, que nos protejam de qualquer babaca que tente se aproximar, pois o último furtou pedacinhos do nosso coração, que até hoje estampam os postes com a palavra WANTED.

Gastamos a maior parte do nosso tempo nos preparando para quando o cara certo chegar, que nem nos damos conta dos preciosos minutos que correm ralo abaixo todos os dias. Esticamos os cabelos, colorimos as unhas, acreditamos que é possível perder até 400 calorias em uma hora de corrida diária, e que as aulas de pilates nos devolverão a autoestima. Fazemos um estoque de hidratantes corporais, que passamos para dormir com nós mesmas. Sem contar a variedade de perfumes para todas as estações do ano. Mas não somos fúteis não, nos preocupamos com o intelecto também. Fazemos curso superior, lemos sobre diversos assuntos, cozinhamos, tricotamos, e até entendemos sobre futebol e MMA. E ah, somos profissionais competentes também.

Nos preparamos de segunda a quinta, para a tão cobiçada sexta-feira. E sabe para que? Para uma noitada vazia, ou para a mais pedida! Ficar em casa sozinhas, varando a noite na companhia de uma bebida com algum teor alcoólico, comida rica em lipídios e carboidratos, DVD de mulherzinha e celular na mão, ou embaixo do travesseiro. Olhamos de uma em uma hora o bendito, na esperança de o príncipe ter perdido a sua carruagem na curva para o fim do mundo onde habitamos. Afinal, no reino de tão distante também há antenas que captam o sinal do maldito aparelhinho.

Gostamos de teatrinho. Estamos sempre indisponíveis, sempre há uma barreira com dez bons metros de altura e uma placa branca com letras vermelhas em negrito dizendo: Cuidado cão raivoso! Mas que na verdade quer dizer: Sou um pobre felino abandonado, faça-me um carinho porque eu não vou te arranhar, e se o fizer será só charme.

A rejeição provoca um dos medos mais difíceis de serem explicados. É melhor ficar na retranca, melhor continuar no miojo de cada dia sabor galinha caipira, pois se eu resolver me aventurar com um capeletti de berinjela camembert com molho branco e pesto de tomate seco, sou capaz de me engasgar.Estamos construindo a nossa própria Muralha da China, com medo do amor achar uma brecha e invadir a nossa zona de conforto. Ninguém quer mais arriscar, ninguém quer tomar a iniciativa por medo. Medo de não ter grana suficiente para comprar caixas e caixas de Super Bonder para colar o seu coração, que a última criatura que o habitou, o quebrou em 1 bilhão de pedaços, pisou em cima e saiu com várias partes grudadas na sola do sapato, que jamais acharão o caminho do chão da sala novamente.

É sério, alguém tem que ceder, meter o pé na porta, pular a ponte do castelo com vários jacarés famintos no laguinho. Não há garantias de nada, mas alguém tem que dar a cara para bater e dizer: Cara, eu sou brega às vezes, escuto sertanejo universitário, amo massa com sardinha, assisto ao Domingão do Faustão e Esquenta aos domingos, mesmo odiando todas as merdas que aquele gordo idiota fala, e o show de excentricidade no programa da Regina Casé. Sim, eu canto All By Myself no chuveiro, choro sem motivos, e perco horas filosofando comigo mesma sobre meu status quo afetivo. Sabe por quê? Porque eu me sinto só, simples assim. Até me agrada a minha própria companhia, mas não quero uma overdose dela. A verdade é que sou uma pessoa covarde, pois não tomo a iniciativa mesmo desejando loucamente alguém.

Quero rir, quero chorar, sentir saudade, quero apelidinhos bregas, e frases de amor mais bregas ainda, também quero os programetes de índio nos fins de semana.Quero viver no limite, dormir pouco, sentir a barriga doer de ansiedade. Quero me permitir amar quem quiser me amar também. Só não quero ser uma alga vagando na imensidão do mar, e nem quero ser 40, prefiro ser 8 ou 80. Não quero mais me preparar para as curvas da vida, quero pegar a Free Way a 120 Km/h, despida de todos os medos e incertezas. A única coisa que desejo é que alguém esteja lá, de braços abertos me esperando. Não tenho a pretensão de viver um belíssimo filme romântico todos os dias, apenas necessito de uma cena, uma cena que transcenda a necessidade de um início, meio e fim, que acabe com as minhas sextas-feiras solitárias."

É verdade ou devaneio?

Chico Anysio

Minha homenagem ao excelente Chico Anysio. Segue abaixo o link do vídeo, com ele declamando esse monólogo; ao final belíssima interpretação de 'What a wonderfull world'. Sem mais.

"Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio -- maior maldade mundial.

Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matumbo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.

Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas.

Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos... Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meiágua, menos, marquise.

Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda."

Segue abaixo o link do vídeo:
www.youtube.com/watch?v=6HiGpnKGTIY

sexta-feira, 23 de março de 2012

Sites & blogs

Nesta postagem resolvi indicar alguns sites e blogs que acompanho e recomendo. Alguns são informativos, outros são culturais, alguns cômicos e por aí vão.
Seguem os links:

O Bairrista - Simplesmente o melhor site da República Rio-Grandense (consequentemente do mundo também)
http://obairrista.com/

Carta Capital - Ótimo site da revista semanal de mesmo nome. Repórteres, jornalistas e comentaristas com a maior imparcialidade que pude perceber nas revistas de mesmo nível (tais como Veja e Isto é)
http://www.cartacapital.com.br/

Blog do David Coimbra - Editor executivo de esportes e colunista de Zero Hora, comentarista da TVCOM, Rádio Gaúcha e Atlântida. (recomendo este pois ele tem uma forma ímpar de relacionar acontecimentos cotidianos com a história, tanto futebolística como propriamente dita)
http://wp.clicrbs.com.br/davidcoimbra/?topo=13,1,1,,,13

Poemas e Beatniks - Blog Dedicado a poesia e literatura marginal, principalmente a beatnik, além de comentarios sobre bandas e filmes interessantes. (Altamente recomendável!)
http://poemasbeatnick.blogspot.com.br/

Bibi Biavatti - Blog da minha sis. Muito bom o que ela escreve, com originalidade e desprendimento. Recomendo sempre uma passadinha por lá.
Como ela mesmo diz: "We might live like never before"
http://bibibiavatti.blogspot.com.br/

Estante Virtual - Sebo dos mais qualificados (já encontrei várias pérolas aqui neste site {tálãgado 1000rem no 'Clube da Luta'?})
http://www.estantevirtual.com.br/

Trocando livros - Neste site você faz um cadastro, cadastra seus livros e aguarda. Assim que alguém solicitar seu livro, você o envia via Correios e recebe um Crédito. Este crédito equivale a um livro, podendo ser trocado por qualquer um que esteja disponível no site. (Alguns amigos e eu já tivemos experiências e podemos dizer que vale muito a pena.)
http://www.trocandolivros.com.br/

L&PM Editores - Site dessa editora ondem podem ser encontrados diversos títulos por preços razoáveis (alguns exageradamente baratos e outros exageradamente caros)
http://www.lpm-editores.com.br/site/default.asp

Banksy - Esse cara é um artista de rua britânico. Só o conhecemos pelo seu apelido. Seu trabalho é genial!
http://www.banksy.co.uk/

Mundo Curioso - Site muito engraçado onde os guris lançam as coisas mais bizarras que estão acontecendo na rede.
http://www.mundocurioso.blog.br/

Holofote - Site gaúcho (do Grupo RBS sobre famosos, sub-famosos e afins. Gosto pela tiração de onda que fazem acerca do mundo artístico)
http://wp.clicrbs.com.br/holofote/?topo=52,1,1,,186,77

Desciclopédia - Nos moldes da Wikipédia, no entanto só zoação. Vale a pena para você perder um tempo com cultura inútil (recomendo pesquisar sobro o Galvão bueno, Paulo Britto, Bill Gates, Jaspion, Chuck Norris, kkkkk)
http://desciclopedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal

quinta-feira, 22 de março de 2012

Cartazes

Recebi algumas sugestões de cartazes para pendurar lá em casa...

(O que quiseram dizer com isso...)
















quarta-feira, 21 de março de 2012

Algo sobre livros

Tchê, terminei de ler essa semana alguns livros: 'O retrato de Dorian Gray', de Oscar Wilde ( já o tinha lido ano passado via e-book, este ano comprei-o e reli; por sorte pude repassá-lo a uma pessoa que com certeza aproveitará muito ele {espero!} e já recebi três pedidos para que o seja emprestado) que é um baita livro, baita história, enredo e linguagem fenomenal; então após terminar esse livro resolvi reler 'O capote', de Gógol, nossa! Que história magnífica, livro rápido de ler (em 3 horas finalizei-o) e reli também 'A metamorfose', de Franz Kafka (esse demorou 6 horas). Cara, esse livro sim! Não saberia nem fazer uma resenha dele pois, são tantas situações que podem ser expressas que, não me atreveria a comentar nenhuma, só posso recomendar essa leitura. Li 'A metamorfose' pela primeira vez aos doze anos e posso dizer que foi uma marco na minha vida, separou-me de histórias cheias de finais felizes e fez-me ver a realidade, também mostrou-me que os ditos 'clássicos' não são chatos ou ruins de ler, são sim complexos, no entanto você realmente viaja quando tem contato com eles.

Colocarei em seguida a abertura desses dois últimos livros (pois sempre penso que um bom livro não necessita ter um bom final, ele precisa ter um grande início) pois esses, como Nabokov e vários outros, souberam entar em cena grandiosamente.

O Capote - Gogól

"Na Repartição de... Mas será melhor não a nomearmos, porque nada há mais susceptível do que os nossos empregados públicos, desde os amanuenses aos chefes de repartição. Actualmente, cada um sente-se em particular como se na sua pessoa toda a sociedade tivesse sido ofendida. Diz-se que um capitão da polícia apresentou, ainda não há muito tempo, uma queixa - não me recordo em que cidade isto se passou - revelando claramente que os decretos imperiais eram desdenhados por toda a gente e que o santo nome de um oficial era proferido com desprezo. E juntava, como prova, o volumoso tomo de certa novela em que, de dez em dez páginas, aparecia um capitão da polícia, e, o que é demais, em completo estado de embriaguez. Deste modo, para evitar desgostos, em vez de indicar a repartição onde ocorreu o facto, é preferível dizer apenas: "Numa repartição..."
Por conseguinte, "numa repartição" servia "um funcionário". Esse funcionário, é justo dizê-lo, era muito distinto: de estatura baixa, um pouco picado das bexigas e igualmente um pouco curto de vista, com uma pequena calva a principiar na testa, rugas nas duas faces e, no rosto, essa cor característica do hemorroidal ... Que se lhe há-de fazer: A culpa era do clima de Sampetersburgo. Pelo que se refere à sua categoria (pois é entre nós a primeira coisa que se menciona), era o que se designa por "conselheiro titular perpétuo", um daqueles com que satirizam certos escritores que têm o benemérito hábito de cair a fundo sobre os inofensivos."

A metamorfose - Kafka

"Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco inseto. Estava deitado sobre o dorso, tão duro que parecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça, divisou o arredondado ventre castanho dividido em duros segmentos arqueados, sobre o qual a colcha dificilmente mantinha a posição e estava a ponto de escorregar. Comparadas com o resto do corpo, as inúmeras pernas, que eram miseravelmente finas, agitavam-se desesperadamente diante de seus olhos."

terça-feira, 20 de março de 2012

A esfinge sem segredo - Oscar Wilde

Já que fica complicado postar aqui todo 'O retrato de Dorian Gray', de mesmo autor e não querendo publicar frases e pensamentos e talicoisas desse grande mestre da literatura mundial; encarrego-me de presentear aos acompanhantes do blog, esse conto escrito por Wilde:

A ESFINGE SEM SEGREDO

por Oscar Wilde

UMA ÁGUA FORTE

Achava-me numa tarde sentado no terraço do Café Paz, contemplando o fausto e a pobreza da vida parisiense, a meditar, enquanto bebericava o meu vermute, sobre o estranho panorama de orgulho e miséria que desfilava diante de mim, quando ouvi alguém pronunciar o meu nome. Voltei-me e dei com os olhos em Lord Murchison. Não nos tínhamos tornado a ver desde que estivéramos juntos no colégio, havia isto uns dez anos, de modo que me encheu de satisfação aquele encontro e apertamos as mãos cordialmente. Tínhamos sido grandes amigos em Oxford. Gostaria dele imensamente. Era tão bonito, tão comunicativo, tão cavalheiresco. Costumávamos dizer dele que seria o melhor dos sujeitos, se não falasse sempre a verdade, mas acho que, na
realidade, o admirávamos mais justamente por causa da sua franqueza. Encontrei-o muito mudado. Parecia inquieto, perturbado e em dúvida a respeito de alguma coisa. Senti que não podia ser o cepticismo moderno, pois Murchison era um dos conservadores mais inabaláveis e acreditava no Pentateuco com a mesma firmeza com que acreditava na Câmara dos Pares. De modo que conclui que havia alguma mulher naquilo e perguntei-lhe se ainda não se havia casado.

- Não compreendo as mulheres bastante bem - respondeu.

- Meu caro Geraldo - disse -, as mulheres estão feitas para serem amadas e não para serem compreendidas.

- Não posso amar sem ter confiança absoluta - replicou.

- Creio que há um mistério na sua vida, Geraldo - exclamei. - Conte-me isso.

- Vamos dar um passeio de carro - respondeu. - Há gente demais aqui. Esse carro amarelo, não. Um de qualquer outra cor... aquele ali, verde escuro serve.

Dentro de poucos minutos estávamos a descer a trote o bulevar na direção da Madalena.

- Para onde vamos? - perguntei.

- Oh! para onde você quiser! - respondeu. - Para o restaurante do Bosque. Jantaremos ali e contar-me-á tudo a respeito da sua vida.

- Primeiro quero que você me conte a sua. Revele-me o seu mistério.

Tirou do bolso uma pequena carteira de marroquim com fecho de prata e entregou-me. Abri-a. Dentro havia a fotografia de uma mulher. Era alta e esbelta e de aspecto singular com grandes olhos misteriosos e cabelos soltos. Parecia uma clairvoyante (1) e achava-se envolta em ricas peles.

- Qual é a sua opinião a respeito desse rosto - perguntou ele. - Inspira confiança?

Examinei o retrato atentamente. Parecia-me o rosto de alguém que guarda um segredo, mas o que não podia dizer era se o segredo fosse bom ou mau. Aquela beleza parecia feita de muitos mistérios reunidos, uma beleza, de fato, mais psicológica do que plástica, e o ligeiro sorriso que lhe flutuava nos lábios era demasiado subtil para ter realmente encanto.

- Bem - exclamou ele, impaciente - que me diz?

- É a Gioconda em vestes de luto - respondi. - Conte-me tudo quanto a ela se refere.

- Agora não; depois do jantar - disse ele e começou a conversar a respeito de outras coisas.

Quando o empregado trouxe o nosso café e os cigarros, lembrei a Geraldo a sua promessa. Ele levantou-se da sua cadeira, caminhou duas ou três vezes acima e abaixo na sala e, deixando-se cair numa cadeira de braços, contou-me a seguinte história:

- Uma tarde, aí pelas cinco horas, descia eu pela Rua Bond. Havia uma terrível aglomeração de veículos e o tráfego quase parado. Perto do passeio estava parado um carrinho fechado, amarelo, que, por esse ou aquele motivo, atraiu a minha atenção. Ao passar ao seu lado, vi surgir dele, a olhar para fora, o rosto que lhe mostrei ainda há pouco. Fascinou-me imediatamente. Fiquei a noite inteira a pensar nele e o dia seguinte também. Subi e desci várias vezes por entre aquela maldita confusão, lançando um olhar perscrutador para dentro de todo carro, à espera do carro fechado amarelo. Mas não pude descobrir ma belle inconnue (2) e afinal comecei a pensar que era ela apenas um sonho. Cerca de uma semana depois, estava a jantar com Madame de
Rastail. O jantar estava marcado para as oito horas, mas às oito e meia ainda nos achávamos à espera na sala de visitas. Por fim o criado abriu a porta e anunciou Lady Alroy. Era a mulher que eu estivera a procurar. Entrou muito devagar, parecendo um raio de lua cercado de renda cinzenta, e, para intenso deleite meu, pediram-me que a conduzisse à sala de jantar. Depois de nos sentarmos, observei-lhe com a maior inocência:

«Creio que já a vi, há algum tempo, na Rua Bond, Lady Alroy».

Ela ficou muito pálida e disse-me, em voz baixa:

«Por favor, não fale tão alto. Podem ouvi-lo».

Senti-me desditosíssimo por ter começado tão mal e mergulhei cegamente numa dissertação sobre peças francesas. Ela falava pouquíssimo, sempre com a mesma voz baixa e musical, parecendo receosa de que alguém a estivesse escutando. Senti-me apaixonadamente, estupidamente enamorado e a indefinível atmosfera de mistério que a cercava excitava, a mais não poder, a minha curiosidade. Quando ela se retirou, logo após o jantar, perguntei-lhe se poderia visitá-la. Hesitou um momento, olhou em redor para ver se alguém estava perto de nós e depois disse:

«Sim; amanhã a um quarto para as cinco».

Roguei a Madame de Rastail que me desse informações a respeito dela; mas tudo quanto pude saber é que era uma viúva, morando numa bela casa em Park Lane e, como naquele momento um desses cientistas cacetes começasse uma dissertação a respeito de viúvas, para exemplificar a sobrevivência dos matrimonialmente mais ajustados, despedi-me e fui para casa.

No dia seguinte cheguei pontualmente a Park Lane, no momento exato, mas o mordomo disse-me que Lady Alroy tinha acabado de sair. Dirigi-me ao clube, bastante desiludido e confuso e, depois de muito refletir, escrevi-lhe uma carta, perguntando-lhe se me seria permitido tentar a sorte em alguma outra parte. Por vários dias não recebi resposta, mas afinal chegou-me às mãos
um bilhetinho, dizendo-me que estaria ela em casa no domingo, às quatro e com este extraordinário pós-escrito:

«Por obséquio não torne a escrever para mim aqui; explicar-lhe-ei, quando o vir». No domingo, recebeu-me e mostrou-se perfeitamente encantadora. Mas quando me despedia, pediu-me que, se alguma vez tivesse ocasião de escrever-lhe de novo, dirigisse a minha carta para «Sra. Knox, aos cuidados da Biblioteca Whittaker, Rua Verde».

«Há motivos - disse ela - pelos quais não posso receber cartas em minha própria casa».

Durante toda a temporada via-a amiudadas vezes e a atmosfera de mistério sempre se manteve em torno dela. Às vezes pensava que se achava ela em poder de algum homem, mas parecia tão inabordável que não podia acreditar naquilo. Era realmente difícil para eu chegar a qualquer conclusão, pois ela era como um desses estranhos cristais que a gente vê em museus e que são, num momento, claros, e em outro, turvos. Por fim, decidi-me a pedi-la em casamento. Senti-me doente e cansado daquele incessante segredo que impunha a todas as minhas visitas e às poucas cartas que lhe enviei. Escrevi-lhe para a biblioteca, perguntando-lhe se podia ver-me na segunda-feira seguinte, às seis horas. Respondeu que sim e senti-me transportado ao sétimo
céu. Estava apaixonado por ela, a despeito do mistério, pensava então... em conseqüência dele, vejo agora. Não; era a mulher mesma que eu amava. O mistério perturbava-me, enlouquecia-me. Porque o acaso fez-me descobrir a pista?

- Descobriu-a então? - exclamei.

- Receio que sim - respondeu. - Julgue você por si mesmo. Quando chegou a segunda-feira, fui almoçar com meu tio e cerca das quatro horas encontrava-me em Marylebone Road. Meu tio, como você sabe, mora em Regent's Park. Queria alcançar Piccadilly e, para atalhar, meti-me por uma enfiada de becos miseráveis. De repente avistei à minha frente Lady Alroy, com um espesso véu e caminhando muito apressada. Ao chegar à derradeira casa da rua, subiu os degraus, tirou do bolo uma chave, abriu a porta e entrou. «Aqui está o mistério», disse a mim mesmo e apressei-me em examinar a casa. Parecia uma espécie de prédio de aluguer. No degrau da porta estava caído o lenço dela. Apanhei-o e meti-o no bolso. Depois comecei a refletir no que devia fazer. Cheguei à conclusão de que não tinha o direito de espioná-la. Tomei um carro e segui para o clube. Às seis horas fui visitá-la. Estava sentada num sofá, em traje de chá, um tecido prateado, preso por uns broches de certas estranhas pedras lunares que sempre usava. Era de uma beleza perfeita.

«Alegra-me tanto vê-lo - disse. - Não saí hoje durante o dia».

Olhei para ela, estupefato e tirando o lenço do meu bolso, entreguei-lhe.

«Deixou cair isto esta tarde, Lady Alroy, na Rua Cumnor» - disse eu, calmamente.

Ela olhou para mim, aterrorizada, mas não fez o menor gesto para pegar no lenço.

«Que estava a fazer ali?» - perguntei.

«Que direito tem o senhor de fazer-me perguntas?» - replicou.

«O direito de um homem que a ama» - respondi-lhe. - «Vim aqui para pedi-la em casamento».

Ocultou o rosto nas mãos e desfez-se em pranto.

«Tem de responder-me» - continuei.

Ela ergueu-se e, fitando-me o rosto, disse:

«Lorde Murchison, nada tenho a dizer-lhe».

«Foi encontrar alguém» - exclamei. - «É esse o seu mistério».

Ela ficou terrivelmente pálida e disse:

«Não fui encontrar ninguém».

«Não pode dizer a verdade?» - exclamei.

«Já a disse» - replicou ela.

Eu estava a enlouquecer, alucinado. Não sei o que disse, mas foram coisas terríveis. Por fim, saí à pressa da casa. Escreveu-me uma carta no dia seguinte. Devolvi-lhe, intacta e parti para a Noruega, em companhia de Alan Colville. Um mês depois regressei e a primeira coisa que vi no Morning Post foi a notícia da morte de Lady Alroy. Apanhara um resfriado na Ópera e morrera, dentro de cinco dias, de congestão pulmonar. Fechei-me em casa e não quis ver ninguém. Tinha-a amado tanto, tinha-a amado tão loucamente! Meu Deus! Quanto amara eu aquela mulher!

- E você, foi àquela rua, àquela casa? - perguntei.

- Sim - respondeu.

- Um dia, fui à Rua Cumnor. Não podia deixar de fazê-lo. Vivia torturado pela dúvida. Bati à porta e uma mulher de aspecto respeitável abriu-a para mim. Perguntei-lhe se havia quartos para alugar.

«Bem, meu senhor - respondeu ela - as salas podem ser alugadas, mas há três meses que não tenho visto a senhora e como os alugueres estão-se a acumular, o senhor poderá alugá-las».

«É esta a senhora?» - perguntei, mostrando-lhe a fotografia.

«É ela, sim, com toda certeza» - exclamou a mulher. - «E quando estará de volta, meu senhor?»

«Morreu» - respondi.

«Oh! meu senhor, não diga!» - disse a mulher. - «Era a minha melhor inquilina. Pagava-me três guinéus por semana simplesmente para vir sentar-se nesta minha sala de vez em quando».

«Encontrava-se com alguém aqui?» - perguntei, mas a mulher garantiu-me que tal não ocorria, que ela sempre vinha sozinha e não via ninguém.

«Mas afinal que fazia ela aqui?» - exclamei.

«Ficava simplesmente sentada na sala, meu senhor, lendo livros e às vezes tomava chá» - respondeu a mulher.

Não sabia o que dizer, de modo que lhe dei um soberano e saí. Agora, que pensa que significava tudo aquilo? Não acredita que a mulher estivesse a dizer a verdade?

- Acredito.

- Então por que ia Lady Alroy ali?

- Meu caro Geraldo - respondi - Lady Alroy era simplesmente uma mulher com a mania do mistério. Alugava aqueles quartos somente pelo prazer de ir ali, de véu descido e imaginando ser uma heroína. Tinha paixão pelo segredo, mas não passava de uma simples esfinge sem segredo.

- Estou convencido disto - repliquei.

Lorde Murchison tirou do bolso a carteira de marroquim, abriu-a e olhou a fotografia.

Quem sabe? - disse afinal.

Notas:
1 vidente
2 Minha bela desconhecida

Lolita - Nabokov

CARA! Que começo de livro.. curte isso; assim que se escreve de verdade:

Chapter One
"Lolita, light of my life, fire of my loins. My sin, my soul. Lo-lee-ta: the tip of the tongue taking a trip of three steps down the palate to tap, at three, on the teeth. Lo. Lee. Ta. She was Lo, plain Lo, in the morning, standing four feet ten in one sock. She was Lola in slacks. She was Dolly at school. She was Dolores on the dotted line. But in my arms she was always Lolita. Did she have a precursor? She did, indeed she did. In point of fact, there might have been no Lolita at all had I not loved, one summer, a certain initial girl-child. In a princedom by the sea. Oh when? About as many years before Lolita was born as my age was that summer. You can always count on a murderer for a fancy prose style. Ladies and gentlemen of the jury, exhibit number one is what the seraphs, the misinformed, simple, noble-wingeds seraphs, envied. Look at this tangle of thorns."

sábado, 17 de março de 2012

Eu era um lobisomem juvenil - Legião Urbana

Um dos mais belos poemas feitos até hoje (este conceito é meu..).

Luz e sentido e palavra, palavra
É que o coração não pensa
Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando
Quando a luz voltou
Não falo como você fala
Mas vejo bem
O que você me diz...

Se o mundo é mesmo
Parecido com o que vejo
Prefiro acreditar
No mundo do meu jeito
E você estava
Esperando voar
Mas como chegar
Até as nuvens
Com os pés no chão...

O que sinto muitas vezes
Faz sentido e outras vezes
Não descubro um motivo
Que me explique porque é
Que não consigo ver sentido
No que sinto, que procuro
O que desejo e o que faz parte
Do meu mundo...

O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo
Vai, vem embora, volta
Todos têm, todos têm
Suas próprias razões...

Qual foi a semente
Que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo
E daí, de hoje em diante
Todo dia vai ser
O dia mais importante...

Se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...(2x)

Não digo nada
Espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou
Me fez rir e pensar
Porque estou tão preocupado
Por estar
Tão preocupado assim...

Mesmo se eu cantasse
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções do mundo
Sou bicho do mato...

Mas se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...{4x}

Ou então não terás jamais
A chave do meu coração...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Por enquanto - Legião Urbana

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim tão diferente

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa

Música da Legião, perfeitamente interpretada pela Cássia Eller.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Viver

Este dialogo abaixo é reprodução de um capitulo do filme Sonhos, de Akira Kurosawa, copiei do site Eu-Lirico.

O capitulo começa com a chegada de um viajante em uma pequena aldeia:

Viajante – Qual o nome deste povoado?
Ancião – Não tem. Só chamamos de "O Povoado". Alguns chamam de Povoado do moinho.
Viajante – Todos os habitantes moram aqui?
Ancião – Não. Moram em outros lugares.
Viajante – Não há eletricidade aqui?
Ancião – Não precisamos. As pessoas acostumam-se ao conforto. Acham que o conforto é melhor. Rejeitam o que é realmente bom.
Viajante – Mas, e as luzes?
Ancião – Temos velas e óleo de linhaça.
Viajante – Mas a noite é tão escura.
Ancião – É. Assim é a noite. Por que a noite deveria ser clara como o dia? Eu não ia querer noites claras, que não deixassem ver estrelas.
Viajante – O senhor tem arrozais. Mas não tem tratores para cultivá-los?
Ancião – Não precisamos. Temos vacas, temos cavalos.
Viajante – O que usa como combustível?
Ancião – Lenha, na maioria das vezes. Não achamos direito cortar árvores, e muitos galhos caem sozinhos. Cortamos e usamos como lenha. E para carvão de madeira, poucas árvores aquecem tanto quanto uma floresta. Também estrume de vaca dá bom combustível. Gostamos de viver respeitando a natureza. As pessoas, hoje, esqueceram que são apenas parte da natureza. Mas destroem a natureza da qual dependem nossas vidas. Elas sempre acham que podem fazer melhor. Especialmente os cientistas. Podem ser inteligentes, mas não compreendem o verdadeiro significado da natureza. Só inventam coisas que tornam as pessoas infelizes. Mas têm tanto orgulho das invenções deles. Pior é que muita gente também se orgulha. Encaram-nas como milagres. Idolatram-nas. Não percebem, mas estão perdendo a natureza. E, como conseqüência, vão morrer. As coisas mais importantes para o ser humano são ar puro e água limpa, as árvores e grama que os produzem. Tudo está sendo poluído, e perdido para sempre. Ar sujo, água suja, sujando os corações dos homens.
Viajante – Vindo para cá, vi algumas crianças colocando flores em uma pedra ao lado da ponte. Por quê?
Ancião – Ah, isso. Meu pai me contou uma vez. Há muito tempo, acharam um viajante morto, perto da ponte. Os aldeões ficaram com pena e o enterraram lá. Colocaram uma pedra na tumba dele e puseram flores. Tornou-se um costume colocar flores lá. Não só as crianças. Todos os aldeões colocam flores quando passam, embora a maioria não saiba por quê.
Viajante – Há um festival hoje? (ouvindo uma festividade aproximando-se).
Ancião – Não, é um funeral. Acha estranho? Um funeral é sempre agradável. Viver bem, trabalhar bem e morrer com agradecimentos é louvável. Não temos templos nem sacerdotes aqui. Assim, os próprios aldeões levam os mortos até o cemitério da colina. Mas não gostamos quando jovens e crianças morrem. É difícil comemorar tal perda. Mas, felizmente, as pessoas deste povoado levam uma vida natural. Então, morrem de acordo com a idade. A anciã que vai ser enterrada viveu gloriosamente os 99 anos. Agora, vou unir-me ao cortejo. Com licença. Na verdade, ela foi o meu primeiro amor. Mas ela partiu meu coração e me trocou por outro. Ha! Ha! Ha! Ha! Ha!
Viajante – A propósito, quantos anos tem?
Ancião – Eu? Cem... mais três. Boa idade para parar de viver. Uns dizem que a vida é sofrimento. Isso é bobagem. Sinceramente, é bom estar vivo. É emocionante.

(O ancião dirige-se à estrada, seguido pelo viajante, para juntar-se ao cortejo festivo. Cumprimenta cordialmente o viajante e une-se aos outros aldeões em festa. O viajante assiste admirado o cortejo passar e, antes de retirar-se da aldeia, deposita flores na pedra do túmulo do viajante morto. A paisagem é indescritivelmente bela... E os moinhos, girando no ritmo da correnteza do rio, expressam o ritmo da vida).

segunda-feira, 12 de março de 2012

Risos

Não gosto de mulheres que tem um permanente sorriso no rosto.
(Algum professor meu já disse para nunca começar algo com uma negação; contorçam-se professores!)
Gosto das que tem um ar lúgubre, que em sua face tenham algo de melancolia, algo de sofrer... Pois só sabe ser feliz quem sofre; quem está sempre sorrindo só pode ser por ingenuidade ou falsidade, ingenuidade por achar que tudo é belo e maravilhoso e falsidade por querer esconder que sofre-se de verdade. Gosto de mirar os olhos cabisbaixos e a fronte ensimesmada, pois aí sim, quando esta pessoa sorri, sorri verdadeiramente e, com esse sorriso, ganhamos um mundo de alegrias, trocamos uma existência por esse momento e então, sim, conseguimos nos sentir vivos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

BLOCOMEU - O fim

É com imenso pesar que declaro o fim do BLOCOMEU.
Após a última reunião realizada no sábado (03/03/2012) foi confirmado o que já havia sido deliberado ao longo do ano. Foram anos felizes de muitas realizações; tínhamos um sonho e ele foi sendo construído com muito esmero. Talvez hoje não somos quem queríamos ser, entretanto, com toda certeza, não somos mais quem éramos. Ficará a saudade e a lembrança de muitos carnavais, reuniões, viagens e churrascos, continuaremos fazendo isso, no entanto sem levar à frente a bandeira mais que querida. Aproveito para fazer o convite aos amigos para que em 2022 celebremos os 20 anos do Bloco (dependendo poderemos comemorar o debut em 2017, ou a maioridade em 2020, certeza que a direção fará reuniões pontuais). Fica o nosso abraço a todos que compartilharam conosco nossas alegrias e festas no decorrer desses 10 anos de BLOCOMEU.

Atenciosamente, a direção.

1berto, SauleS e kueka

sexta-feira, 2 de março de 2012

Would - Alice in Chains

Sem vídeo, sem tradução, nua e crua.




Know me broken by my master
Teach thee on child of love hereafter


Into the flood again
Same old trip it was back then
So I made a big mistake
Try to see it once my way


Drifting body it's sole desertion
Flying not yet quite the notion


Into the flood again
Same old trip it was back then
So I made a big mistake
Try to see it once my way


Into the flood again
Same old trip it was back then
So I made a big mistake
Try to see it once my way


Am I wrong?
Have I run too far to get home
Have I gone?
And left you here alone


If I would, could you?