quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mulheres

As mulheres de 30
por Mário Prata

O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram A Mulher de Trinta, de Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz: 'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'.

Madame Bovary, outra francesa trintona, era tão maravilhosa que seu criador chegou a dizer diante dos tribunais: 'Madame Bovary c'est moi'. E a Marilyn Monroe, que fez tudo aquilo entre 30 e 40?

Mas voltemos a nossa mulher de 30, a brasileira-tropicana, aquela que podemos encontrar na frente das escolas pegando os filhos ou num balcão de bar bebendo um chope sozinha. Sim, a mulher de 30 bebe. A mulher de 30 é morena. Quando resolve fazer a besteira de tingir os cabelos de amarelo-hebe passa, automaticamente, a ter 40. E o que mais encanta nas de 30 é que parece que nunca vão perder aquele jeitinho que trouxeram dos 20. Mas, para isso, como elas se preocupam com a barriguinha!

A mulher de 30 está para se separar. Ou já se separou. São raras as mulheres que passam por esta faixa sem terminar um casamento. Em compensação, ainda antes dos 40 elas arrumam o segundo e definitivo. A grande maioria tem dois filhos. Geralmente um casal. As que ainda não tiveram filhos se tornam um perigo, quando estão ali pelos 35. Periga pegarem o primeiro quarentão que encontrarem pela frente. Elas querem casar.

Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas, embora eu nunca tenha visto uma (gazela). Sorriem e nos olham com uns olhos claros. Já notou que elas têm olhos claros? E as que usam uns cabelos longos e ondulados e ficam a todo momento jogando as melenas para trás? É de matar.

O problema com esta faixa de idade é achar uma que não esteja terminando alguma tese ou TCC. E eu pergunto: existe algo mais excitante do que uma médica de 32 anos, toda de branco, com o estetoscópio balançando no decote de seu jaleco diante daqueles hirtos seios? E mulher de 30 guiando jipe? Covardia.

A mulher de 30 ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima. Ela, ao contrário das de 20, nunca ficou. Quando resolve, vai pra valer. Faz sexo como se fosse a última vez. A mulher de 30 morde, grita, sua como ninguém. Não finge. Mata o homem, tenha ele 20 ou 50. E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parecem pele de pêssego, como diria o Machado se referindo a Helena, que, infelizmente, nunca chegou aos 30?

Mas o que mais me encanta nas mulheres de 30 é a independência. Moram sozinhas e suas casas têm ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e um cachorrinho pequeno. Curtem janelas abertas. Elas sabem escolher um travesseiro. E amam quem querem, à hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam.

São fortes as mulheres de 30. E não têm pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam.

Chegam lá atrás, no Balzac: 'A mulher de 30 anos satisfaz tudo'.

Ponto. Pra elas.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Relato de um Copeiro, por Murilo Loss Franzen

     Tudo começou no dia 18/04/1990, três dias após o meu nascimento. Eu era apenas um recém-nascido com 3,1 kg, 47 centímetros, olhos verdes e com uma alma já campeã. Meu time o Grêmio tinha acabado de ser o Supercampeão do Brasil e três meses depois (29/07/1990) campeão gaúcho pela 28° vez. Não entendia quase nada o que se passava ao meu redor, e muito menos o que seria uma partida de futebol, mas já tinha a certeza que ali nascia e crescia junto comigo um amor insubstituível e uma paixão indescritível.
 
     O tempo foi passando e esse amor, essa paixão foi ganhando forças, eu já não era mais aquele recém-nascido de 3,1 kg, já conseguia intender um pouco o que era futebol, o que era um título brasileiro, o que era um título da copa do Brasil, o que era um título da libertadores da América, e o que era um título mundial, pois meu pai seu Waldemar (outro gremistão), conhecido como Alemão, já garganteava que nós éramos campeões de todos esses títulos.
 
     Se tudo isso já não bastasse, quando cheguei aos meus 5 aninhos de idade já tinha visto meu time ser campeão invicto da copa do Brasil (1994) e 3 vezes campeão gaúcho (1990, 1993,1995), e foi nesse ano, em 1995 que eu ganhei o meu primeiro ídolo tricolor, o nome dele era PAULO NUNES. Lembro-me como se fosse ontem quando ganhei dos meus avós a camisa número 7 do vulgo Paulo Bala. Sem dúvida o melhor presente que eu já havia ganhado... até o dia 23/08/1995 quando vi o meu ídolo aos 10 minutos do segundo tempo marcar o seu gol no primeiro jogo da final da taça libertadores da América! Haaa esse sim foi um presente! Sete dias depois (30/08/1995) eu pude gritar "É campeããão!", pois meu time era Bicampeão da América!
 
     No ano seguinte, já era um Gremista completamente fanático, já não perdia um jogo do meu tricolor, e foi em um desses jogos de 1996 que eu vi essa máquina golear o time argentino chamado de independiente por 4 x 1, com direito a gol dele, o diabo loiro! o meu ídolo Paulo Nunes aos 35 minutos do segundo tempo! e com isso levar para o Olímpico Monumental o título de Campeão da Recopa Sul-Americana.
 
     Mas o ano ainda não havia acabado, e muito menos os títulos, dia 15/12/1996 eu vi o meu Grêmio ser Bicampeão Brasileiro. Era um título atrás de outro, éramos um exemplo de time. Em 1997 mais uma vez fomos campeões invictos da Copa do Brasil, título que novamente se repetiu em 2001. Éramos o único time Brasileiro a ser Tetracampeão da Copa do Brasil.
 
     Em 2004 tivemos um tropeço e acabamos rebaixados para a segunda divisão do campeonato brasileiro do ano de 2005, mas conseguimos voltar como campeões da série B em um jogo que ficou conhecido mundialmente como “a batalha dos aflitos”, onde o Grêmio precisava da vitória e no decorrer do segundo tempo marca-se um pênalti contra a minha equipe e gera uma confusão generalizada que paralisou o jogo por 27 minutos e que levou a expulsão de 4 jogadores do Grêmio. Éramos apenas em 7 jogadores e tínhamos um pênalti a favor do adversário. A continuação dessa história vou deixar que o narrador da partida, Pedro Ernesto Denardin conte com suas palavras: “É inacreditável, I-na-cre-di-tá-vel: com sete homens em campo, com sete homens em campo o Grêmio está fazendo uma façanha. Só o Grêmio, a sua força, a sua fé, eu nunca vi disso, o mundo nunca viu nada parecido. O Grêmio está fazendo uma façanha extraordinária, uma façanha que não tem na história do futebol mundial”. Nosso goleiro Galatto pegou o pênalti e ainda marcamos um gol!
 
     Em 2007 tive novamente a sensação de poder ganhar a libertadores, mas fomos derrotados na final pelo Boca Juniors. No dia 10/10/2012 me tornei sócio torcedor gremista, no mesmo ano presenciei o último jogo do olímpico monumental e o magnífico espetáculo de inauguração da nova arena do Grêmio.
 
     Na noite do dia 25 de julho de 2013 foi criado em minha cidade o consulado do Grêmio. Estavam presentes no evento o diretor adjunto regional Carlos Emanuele e seu adjunto Marcelo Basso que me nomearam cônsul da cidade. Como cônsul passei pela maior crise de título do Grêmio, não foi fácil, mas NUNCA o abandonei, estivemos juntos para o que der e vier. Mas a crise já é passada, vamos voltar a falar dos momentos de glórias.
 
     Depois do jejum o próximo título aconteceu apenas em 2016, o técnico Renato Portaluppi resgatou a alma copeira que é característica do Grêmio e nos proporcionou o pentacampeonato da copa do Brasil. Um título muito comemorado, tornando mais uma vez o Grêmio “O Rei de Copas!”.
 
     Tenho certeza que essa história de Amor terá muitas páginas ainda... quem sabe ainda nesse ano de 2017 com o tri da América!
 
     Somos copeiros, somos guerreiros, e estaremos contigo meu grêmio no que der e vier. Vamos torcer, gritar e cantar junto com a melhor Banda e a Melhor torcida do Mundo. Se depender do meu apoio e da minha torcida esse ano a copa é nossa!

Murilo Loss Franzen

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Não demore

Esta noite ouvi um barulho à porta. Apesar do frio, levantei-me; abri a porta e lá estava você. Há quanto tempo não a via? Nem consegui lembrar-me a totalidade de sua beleza. Então estendi meus braços e você veio a mim. Acariciou todo o meu corpo e resfrescou minha alma. Olhos fechados num beijo infindável ficamos. Era tão bom tê-la de volta. Te pedi para ficar, não soubeste me responder. Entretanto foi muito bom. E por um breve tempo, muito intenso. Aí, por fim, me deixaste. Um volte logo, murmurei; espero que logo mesmo.
Não demore demais, todos sentimos saudades de você, Chuva.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lembrança

Agora tenho apenas seu nome
E um olhar que ficou prá trás
Um sorriso perdido na memória
Poucos pares de palavras trocadas
Infinito tempo, rápido demais
Quase um toque
Nunca um beijo
Que me dirias?
Se pudera ter-me ouvido
Lá se vão os dias
Longas noites
Agigantada solidão
Embrulhada em pensamentos
Apenas esses
Restaram de nós

sábado, 19 de maio de 2012

Mais uma vez

Beijar seus lábios mais uma vez
Trançar, nos dedos, seus cabelos
Sentir a fundo seu perfume
Olhar teus olhos cheios de segredos
Desvendar o mistério do teu riso
Abraçar a culpa dos teus braços
Ouvir a malícia em tua voz
Apaziguar o desejo ardente do teu corpo
Beijar seus lábios nem mais uma vez

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Falta emoção!


Não tenho feito nada de útil nesses últimos dias.
Claro, tenho trabalhado, comparecido às aulas e lido meus livros; entretanto faço tudo isso maquinalmente. Nada de novo, nada inesperado, nada com que possa bombar adrenalina pelos vasos do meu corpo. Então essa carestia de fatos e eventos novos está me deixando acomodado.; acomodado a ponto de estar gostando disso. Mas não me basta a mesmice - Que venham as emoções! É isso, falta emoção.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A dança é para dois

Esse texto foi retirado do blog Papo de Homem (http://papodehomem.com.br).
Segue:

A dança é para dois, por Alex Castro.

Às vezes, entram em conflito duas visões radicalmente opostas de paquera e relacionamento.

O que faço muito: dou em cima, flerto, articulo comentários sacanas, enfio a mão de leve nos lugares errados. O objetivo desses gestos é verificar sua receptividade.

Um comentário sacana, por exemplo, pode ser repelido, desconversado ou reciprocado. Às vezes, a outra pessoa é menos verbal e não sabe responder ao comentário sacana, mas quando eu coloco a mão distraidamente em sua coxa, ela coloca a dela por cima, para que eu não tire, ou coloca a dela em minha coxa. Cada um tem o seu tipo de inteligência. Há quem fale melhor com as mãos.

A ideia é afirmar o meu interesse de forma clara, além da possibilidade de mal-entendidos, e dar ao outro a oportunidade de manifestar seja sua repulsa, seu desinteresse, ou sua atração recíproca. Dependendo da resposta, eu continuo ou desisto.

Outro dia, depois de sair algumas vezes com uma pessoa, eu delicadamente parei de chamá-la pra sair e de aceitar seus convites. Então, ela me colocou contra a parede: por que eu não estava mais saindo com ela, hein?

Pensei em mentir, enrolar, desconversar, mas decidi falar a mais total e precisa verdade:

"Porque você não flerta de volta comigo."

Vejam. Eu não excluo a possibilidade de ela ter estado sinceramente interessada em mim.

Já aconteceu muito na minha vida. Minha paquera-em-potencial me diz:

"Naquela noite, se você tivesse insistido só mais um pouco, eu teria sido sua."

Ao que eu invariavelmente respondo:

"Naquela noite, se você tivesse feito um pouco menos de doce, eu teria sido seu."

Pois a questão é essa. Talvez o outro estivesse a fim de mim também, mas não estou interessado em um parceiro romântico que acha que tenho que fazer o trabalho todo sozinho.

Não me importo de tomar a iniciativa, de manifestar primeiro o interesse, de caminhar em direção ao outro. Levo sempre na esportiva quem sinceramente não está interessado em mim, mas não tenho interesse por aquela pessoa que, apesar de me querer, fica imóvel, como um prêmio a ser conquistado.

Eu dou um passo em sua direção para que você, se tiver interesse, também dê um passo em minha direção.

A dança é sempre para dois.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dar

Texto retirado agora do facebook... (Vai saber...)

"Dar é dar.
Fazer amor é lindo,
é sublime,
é encantador,
é esplêndido,
mas dar é bom pra cacete.

Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca,
te chama de nomes que eu não escreveria,
não te vira com delicadeza,
não sente vergonha de ritmos animais.

Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar,
sem querer apresentar pra mãe,
sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.

Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral,
te amolece o gingado, te molha o instinto.

Dar porque a vida de uma publicitária em começo de carreira é estressante, e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para as mais desavisadas, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazia.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar,
para apresentar pra mãe,
pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que cê acha amor?".
Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda,
muito mais do que
qualquer coisa,
uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa,
cura o mau humor,
ameniza todas as crises e faz você flutuar
o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua.

Se você for chata, suas amigas perdoam.
Se você for brava, suas amigas perdoam.
Até se você for magra, as suas amigas perdoam.
Mas... experimente ser amada."
Luís Fernando Veríssimo

Enviado a partir do HTC

Esquilador - Telmo de Lima Freitas

Uma das mais belas canções dessa querência amada.

"Quando é tempo de tosquia já clareia o dia com outro sabor
As tesouras cortam em um só compasso enrijecendo o braço do esquilador
Um descascarreia, o outro já maneia e vai levantando para o tosador
Avental de estopa, faixa na cintura e um gole de pura pra espantar o calor

Alma branca igual ao velo, tosando a martelo quase envelheceu
Hoje perguntando para a própria vida pr'onde foi a lida que ele conheceu
Quase um pesadelo, arrepia o pelo do couro curtido do esquilador
Ao cambiar de sorte levou cimbronaço ouvindo o compasso tocado a motor

A vida disfarça lembrando a comparsa quando alinhavava o seu próprio chão
Envidou os pagos numa só parada, 33 de espada, mas perdeu de mão
Nesta vida guapa vivendo de inhapa, vai voltar aos pagos para remoçar
Quem vendeu tesouras na ilusão povoeira, volte pra fronteira para se encontrar
Volte pra fronteira para se encontrar"