sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Relato de um copeiro, por Murilo Loss Franzen

    
    
     Tudo começou no dia 18/04/1990, três dias após o meu nascimento. Eu era apenas um recém-nascido com 3,1 kg, 47 centímetros, olhos verdes e com uma alma já campeã. Meu time o Grêmio tinha acabado de ser o Supercampeão do Brasil e três meses depois (29/07/1990) campeão gaúcho pela 28° vez. Não entendia quase nada o que se passava ao meu redor, e muito menos o que seria uma partida de futebol, mas já tinha a certeza que ali nascia e crescia junto comigo um amor insubstituível e uma paixão indescritível.

     O tempo foi passando e esse amor, essa paixão foi ganhando forças, eu já não era mais aquele recém-nascido de 3,1 kg, já conseguia intender um pouco o que era futebol, o que era um título brasileiro, o que era um título da copa do Brasil, o que era um título da libertadores da América, e o que era um título mundial, pois meu pai seu Waldemar (outro gremistão), conhecido como Alemão, já garganteava que nós éramos campeões de todos esses títulos.

     Se tudo isso já não bastasse, quando cheguei aos meus 5 aninhos de idade já tinha visto meu time ser campeão invicto da copa do Brasil (1994) e 3 vezes campeão gaúcho (1990, 1993,1995), e foi nesse ano, em 1995 que eu ganhei o meu primeiro ídolo tricolor, o nome dele era PAULO NUNES. Lembro-me como se fosse ontem quando ganhei dos meus avós a camisa número 7 do vulgo Paulo Bala. Sem dúvida o melhor presente que eu já havia ganhado... até o dia 23/08/1995 quando vi o meu ídolo aos 10 minutos do segundo tempo marcar o seu gol no primeiro jogo da final da taça libertadores da América! Haaa esse sim foi um presente! Sete dias depois (30/08/1995) eu pude gritar "É campeããão!", pois meu time era Bicampeão da América!

     No ano seguinte, já era um Gremista completamente fanático, já não perdia um jogo do meu tricolor, e foi em um desses jogos de 1996 que eu vi essa máquina golear o time argentino chamado de independiente por 4 x 1, com direito a gol dele, o diabo loiro! o meu ídolo Paulo Nunes aos 35 minutos do segundo tempo! e com isso levar para o Olímpico Monumental o título de Campeão da Recopa Sul-Americana.

     Mas o ano ainda não havia acabado, e muito menos os títulos, dia 15/12/1996 eu vi o meu Grêmio ser Bicampeão Brasileiro. Era um título atrás de outro, éramos um exemplo de time. Em 1997 mais uma vez fomos campeões invictos da Copa do Brasil, título que novamente se repetiu em 2001. Éramos o único time Brasileiro a ser Tetracampeão da Copa do Brasil.

     Em 2004 tivemos um tropeço e acabamos rebaixados para a segunda divisão do campeonato brasileiro do ano de 2005, mas conseguimos voltar como campeões da série B em um jogo que ficou conhecido mundialmente como “a batalha dos aflitos”, onde o Grêmio precisava da vitória e no decorrer do segundo tempo marca-se um pênalti contra a minha equipe e gera uma confusão generalizada que paralisou o jogo por 27 minutos e que levou a expulsão de 4 jogadores do Grêmio. Éramos apenas em 7 jogadores e tínhamos um pênalti a favor do adversário. A continuação dessa história vou deixar que o narrador da partida, Pedro Ernesto Denardin conte com suas palavras: “É inacreditável, I-na-cre-di-tá-vel: com sete homens em campo, com sete homens em campo o Grêmio está fazendo uma façanha. Só o Grêmio, a sua força, a sua fé, eu nunca vi disso, o mundo nunca viu nada parecido. O Grêmio está fazendo uma façanha extraordinária, uma façanha que não tem na história do futebol mundial”. Nosso goleiro Galatto pegou o pênalti e ainda marcamos um gol!

     Em 2007 tive novamente a sensação de poder ganhar a libertadores, mas fomos derrotados na final pelo Boca Juniors. No dia 10/10/2012 me tornei sócio torcedor gremista, no mesmo ano presenciei o último jogo do olímpico monumental e o magnífico espetáculo de inauguração da nova arena do Grêmio.

     Na noite do dia 25 de julho de 2013 foi criado em minha cidade o consulado do Grêmio. Estavam presentes no evento o diretor adjunto regional Carlos Emanuele e seu adjunto Marcelo Basso que me nomearam cônsul da cidade. Como cônsul passei pela maior crise de título do Grêmio, não foi fácil, mas NUNCA o abandonei, estivemos juntos para o que der e vier. Mas a crise já é passada, vamos voltar a falar dos momentos de glórias.

     Depois do jejum o próximo título aconteceu apenas em 2016, o técnico Renato Portaluppi resgatou a alma copeira que é característica do Grêmio e nos proporcionou o pentacampeonato da copa do Brasil. Um título muito comemorado, tornando mais uma vez o Grêmio “O Rei de Copas!”.

     Tenho certeza que essa história de Amor terá muitas páginas ainda... quem sabe ainda nesse ano de 2017 com o tri da América!

     Somos copeiros, somos guerreiros, e estaremos contigo meu grêmio no que der e vier. Vamos torcer, gritar e cantar junto com a melhor Banda e a Melhor torcida do Mundo. Se depender do meu apoio e da minha torcida esse ano a copa é nossa!

Murilo Loss Franzen