quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Fire and Ice - Robert Frost














Some say the world will end in fire,
Some say in ice.
From what I’ve tasted of desire
I hold with those who favor fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.


Fogo & Gelo

''Alguns dizem que o mundo acabará em fogo,
Outros dizem em gelo,
Pelo que provei do desejo
Fico com quem prefere o fogo.
Mas,se tivesse de perecer duas vezes,
Acho que conheço o bastante do ódio
Para saber que a ruína pelo gelo
Também seria ótima
E seria suficiente."

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Assim que gosto de ficar

Na companhia de mim


Ontem fiz uma das coisas que mais gosto de fazer:

Ficar sozinho.

Estou tendo uma semana bem corrida; após um ano cheio de trabalho e de aulas, ainda continuo indo na faculdade para fazer uma matéria eletiva, resolvi que, após sair do serviço, não iria na aula e teria uma noite bem sossegada.

Comprei algumas Bud's e coloquei-as gelar, iniciei com uma limpeza na casa, bem de boa, tranquilamente, curtindo um rockzinho básico. Após o término dessa função, um bom banho me deixou renovado. Aí então a noite começou.

Com as cervejas já no ponto, selecionei um playlist (Beatles, Legião, Jack Johnson, Cazuza, Metric, Bob Marley), apaguei as luzes, sentei-me numa poltrona confortável, abri uma daquelas louras, acendi um cigarro e deixei-me levar pelos acordes sonoros.

Durante muito tempo (quiçá pouco, confesso que não tive muita noção de tempo naquele momento) permaneci entregue a um devaneio que me levou para vários lugares, trouxe-me de volta, proporcionou reflexões, simples vazios; enfim um lapso de tempo só meu.

Acho demais fazer isso! Pude pensar em alguns, livros, filmes, músicas, poesias; lembrar de fatos, pessoas, passado; imaginar alguns sonhos, perspectivas, futuro.

Esse tempo, para mim, tem grande valia. Pois é naquele momento que consigo isolar algumas idéias ou desenvolver outras ou apenas não fazer nada. Preciso sempre de um momento assim.

Já disseram um dia: Sua melhor companhia é você mesmo.


P.S.: Com já descrevi, perdi-me na contagem do tempo. Fui apenas interrompido por breves (?) minutos pelo meu 'baby brother', mas esse nunca conseguirá atrapalhar nada, nem mesmo quando quero ficar completamente sozinho.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Be happy or die alone?

Você já teve que abrir mão de algo por alguma pessoa?

Um desejo seu, uma vontade sua, um sonho ou simplesmente um capricho?

Acontece-nos diversas vezes ao longo da vida esse tipo de situação. Por algum amigo ou conhecido seu, você se percebe privado de dar um passo adiante. Imagine-se as situações (nem tão hipotéticas): Você goste de alguém, mas sabe que aquele seu/sua amigo/amiga, também sente algo por essa pessoa. Ou alguma coisa que você quer muito e deixa de adquirir por isso pela mesma situação anterior. Ou ainda quando você se apaixona pelo melhor amigo/amiga de seu companheiro/companheira. Vale tudo nessas horas?

É claro que deve existir o respeito. Mas não sejamos hipócritas.

O que a gente quer é ser feliz!!

Se a gente optar por seguir nossos impulsos, sentimentos e 'coração', geralmente acaba magoando algumas pessoas. Entretanto nessas situações, não é nada pessoal. Muito pelo contrário, é um egoísmo bom que você pratica para construir sua vida e seu futuro.

Quantas portas permanecem fechadas por puro receio?

Os limites devem existir; e é muito tênue a linha que separa a 'sacanagem' do amor-próprio. Não admito que se puxe o tapete de ninguém. Nem faço apologia a que se passe a perna em algum próximo (ou distante). Só temos que entender que algumas coisas acontecem.

E quando estamos no outro lado? As outras pessoas? Elas abdicariam de si próprias por você?

Som da madrugada

When the dream came
I held my breath with my eyes closed
I went insane.
Like a smoke ring day
When the wind blows

Now I won't be back till later on
If I do come back at all
But you know me, and I miss you now.
In a strange game
I saw myself as you knew me
When the change came,
And you had a chance
To see through me
Though the other side is just the same
You can tell my dream is real
Because I love you, can you see me now.
Though we rush ahead to save our time
We are only what we feel
And I love you, can you feel it now.

On the way home - Neil Young
(Muito boa, também, na versão da Legião Urbana, Música para Acampamentos)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ele X Ela

E apesar de ele ter tentado de todas as maneiras, não conseguiu ser visto por ela. Visto, quem sabe, sim; entretanto notado não foi. 

Tentou mudar, tentou ser o mesmo, tentou de todas as formas e no final descobriu que, na verdade, ela não era merecedora de tamanho sacrifício. 


Aliás, nenhuma pessoa vale o preço de se tornar irreconhecível.


Descobriu talvez tarde, ou quem sabe, não; a maioria nunca consegue entender isso. O que resta na consciência dele é ter ao menos tido a coragem de dar um passo (ou dois ou três) em frente, mas ela não se moveu. Estabeleceu-se a máxima: Se um não quer, dois não dançam. 


O desejo dele não se realizou, a busca sim


Dela pouco se sabe. 


Apenas que quando passa na rua não fazem mais os olhos dele brilharem. 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sorriso

Não existe dinheiro suficiente, nem status social, nem marca de carro, nem lugar para se estar, nem roupa nova, nem notícia boa, nem a melhor comida já feita, nem todas as riquezas do mundo que se comparem ao sorriso de uma criança.

E esse sorriso aí, não trocaria nem por todas essas coisas juntas.

O sorriso de meu 'baby brother' Vicente.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Poema

Quem sabe

Eu sigo-te e tu foges. É este o meu destino:
Beber o fel amargo em luminosa taça,
Chorar amargamente um beijo teu, divino,
E rir olhando o vulto altivo da desgraça!

Tu foges-me e eu sigo o teu olhar bendito;
Por mais que fujas sempre, um sonho há de alcançar-te
Se um sonho pode andar por todo o infinito,
De que serve fugir se um sonho há de encontrar-te?!

Demais, nem eu talvez, perceba se o amor
É este perseguir de raiva, de furor,
Com que eu te sigo assim como os rafeiros leais.

Ou se é então a fuga eterna, misteriosa,
Com que me foges sempre, ó noite tenebrosa!
........................................................
Por fugires, sim, talvez me queiras mais!


Florbela Espanca, poetisa portuguesa

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sábado de Grêmio


Chorei quando entrei no estádio.


Ouvi muitos relatos da emoção dos torcedores que, assim como eu, assistiram seu primeiro jogo no Olímpico naquele Grêmio x Ceará, pela final da Copa do Brasil de 1994, e falaram do êxtase que sentiram durante todo jogo. Sentimento assim achei que nunca experimentaria novamente. Eu estava redondamente enganado.

Porto Alegre, 20 de outubro de 2012.

Juntamente com meus familiares, fui ver o tricolor enfrentar o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro. Ao passar pela catraca e visualizar aquele cantinho do campo fui invadido por uma alegria indescritível. Ao meu lado estava minha mãe, que sempre ouve os jogos do Imortal no rádio, sabe tudo sobre o time e é uma fanática torcedora (e nunca tinha ido ver um jogo do seu time); também estava meu irmão mais novo, Vicente, e foi por ele que tremi na base.

Toda família cidadã (até meu pai - flamenguista - tá disfarçado no meio da galera)

Fiquei imaginando o que poderia estar passando na cabeça dessa criança de 5 anos, que desde sempre acompanha o Grêmio, torce, chora, comenta, briga. Chegamos um tempo antes de a bola rolar e durante esse lapso, o pequeno não estava entendendo o que estaria prestes a acontecer. A torcida começou a ocupar os seus lugares, a aglomeração aumentava e expectativa figurava com mais intensidade. Até que foram anunciados os jogadores do Grêmio. A cada nome dos atletas gremistas, seguia-se a tradicional repetição, em coro, dos fanáticos 25.000 expectadores presentes. Meu irmão, acomodado em meus ombros, estava tenso e eufórico; eu sentia cada batimento cardíaco dele e ouvia-o gritar incontrolavelmente acima da minha cabeça.

Então adentraram, no gramado, os jogadores. Aí sim, caiu a ficha.

- Olha o Zé (Roberto)!! Ali, ali, o Elano!!! Marcelo!! Marcelo!! O 'Kréber' tá meio gordinho....

Durante toda a partida o menino não tirou os olhos do gramado. Acompanhava cada lance, chutava toda bola, marcava, lançava, ovacionava quando os zagueiros tiravam uma bola. No momento em que um jogador do Grêmio deu uma trombada e o jogador adversário caiu, ouvi essa pérola:

- Time de boneca!!

Era o meu gigante mostrando, desde cedo, a verve peleadora castelhana.

Em um momento a torcida, como costumeiramente acontece, indignada com a marcação do árbitro começou a xingar a mãe do mesmo (Filha da p*&@), ouvi:

- Hum, o que eles tão gritando??
Os meu pais e familiares que estavam junto, deram-me uma olhada sem jeito e larguei:
- Feira da fruta!!

Ele aceitou e a bola continuou rolando. Tem coisas que apenas no estádio a gente aprende, cedo demais para ele, mas me saí bem nessa.

Meus ombros doíam; passei ele para os que estavam juntos de mim. Não aguentavam muito tempo. Mas quando eles o soltavam, de pé na arquibancada, ele nada via. Então, num esforço, alçava ele novamente nas minhas costas e a euforia seguia-se. As dores vieram depois, mas não tiveram a menor significância diante do prazer de ver o sorriso estampado no rosto do garoto.

Baita visão, hein, meu piá!!

Os gols não saíram, uma pena, entretanto valeu cada segundo das 14 horas de viagem, da espera de 1 hora e 30 minutos para o ínicio, dos 90 minutos de jogo. Valeu pela euforia e a certeza de que esse jogo foi um marco na vida do pequeno torcedor e da minha também.

Despedimo-nos do Olímpico Monumental e aguardamos para dar as boas vindas à Arena Tricolor.

O 'adeus' ao Olímpico. (Vicente, mamãe e Johnny)


O futuro

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Jack Kerouac - On the road



 O próprio

JACK KEROUAC. Você já deve ter ouvido falar sobre ele. Ou alguma coisa dele. Esse cara escreveu 'On the road', um clássico dos clássicos, um divisor de águas, marco da literatura 'beat', nome certo em qualquer lista dos melhores. Talvez você tenho ouvido falar dele agora, acerca do lançamento do filme homônimo ao livro (dirigido pelo competentíssimo Walter Salles), entretanto esse gênio não foi descoberto agora.

Cena do filme: Sal Paradise (Sam Riley), Marylou (Kristen Stewart) e Dean Moriarty (Garret Hedlund)

Nascido em 1922, revoltou-se com o sitema e influenciado por uma contracultura da época (abandonou a marinha) juntou alguns pertences e, com amigos, colocou o pé na estrada e viajou por todo o Estados Unidos. Das aventuras e desventuras surgiu o livro acima.

Durante três semanas, sem sair de casa, movido a 'muito café', ele sentou-se em frente a sua máquina de escrever e passou a redigir o texto. Cortou um rolo de papel para que servisse perfeitamente na máquina e emendou as pontas para que não precisasse trocar as folhas. Nessas três semanas escreveu por 7, 8, 9 horas ao dia, sendo que algumas vezes virou dias e noites sem parar de digitar. Sua narrativa é incansável, as palavras parecem balas de metralhadora disparadas quando você as lê; não há parágrafos, os diálogos são inseridos nas próprias linhas, tal qual um trem acelerado repleto de vagões.

Lançado pela primeira vez com o seu pseudônimo e de seus amigos (Pé na estrada), foi traduzido para o português por ninguém mais ninguém menos que Eduardo Bueno, o Peninha. Recentemente foi relançado sob o título 'On the road, manuscrito original', o qual traz os nomes verdeadeiros de seus amigos (expoentes inexplicáveis da geração beat).

Como o inigualável Bob Dylan disse: "Esse livro mudou minha vida."

Leitura obrigatória para qualquer pessoa. Obra indispensável em qualquer estante.

Isolado do mundo, morreu em 1969.


Abertura temporada de verão de Marcelino Ramos - RS

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ternura - Vinícius de Morais

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.
 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Flor de lis - Djavan

Valei-me, Deus!
É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei,
Que amei, que amei, que amei

Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força
Pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis

E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira,
Poeira
Morto na beleza fria de Maria

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu.

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu.

domingo, 14 de outubro de 2012

:'(

Só quem chora sabe a dor que carrega uma lágrima
Uma lágrima tem o gosto amargo da solidão
Quem chora sozinho sabe a dor que sente
Da falta do doce calor de sua presença

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Lost



Novamente estou asssistindo Lost. Que seriado intrigante (e instigante) este! Começa-se a assistir um episódio e a vontade de ver o seguinte e mais outro e mais outro é incrível. Entretanto é um tanto quanto sutil as refêrencias citadas no mesmo.

O seriado trata de literatura, filosofia, matemática, música, ciência, experimentos, psicologia e tantos outros temas abordados que nos proporciona um vasto leque de conhecimento. Pode-se apenas assitir aos episódios e se entreter com o enredo e cenas de ação, por exemplo, entretanto  o que mais me chama a atenção é o liame envolvendo cada personagem, cada história e cada fato cultural/histórico contido nas entrelinhas. Afinal, uma boa história bem contada não é nada sem que te faça pensar.

As referências estão ali: um grupo de pessoas desconhecidas tendo que conviver entre si; não há lei, apenas a sobrevivência; experimentos científicos, tanto com elementos da natureza quanto com seres vivos; o eterno ciclo da vida; encontros e desencontros; o bem e o mal. Os criadores fazem referência aos grandes filósofos: Rousseau, Locke, Spinoza; fazem referência à religião: a fé, Aarão, Mr. Eko, bíblia; sem contar a parte psicológica inerente a cada ser humano: o convívio em sociedade, em um local inóspito, tendo de fazer uso do instinto em vez da razão.

Recomendo a todos que gostarem de um bom entretenimento. E também recomendo que se busque algo mais para que, além de diversão, você adquira conehcimento.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Certezas/bobagens #1

Sempre ouvimos muitas 'certezas' de algumas pessoas. Tratarei nessa e em outras postagens, da desmistificação de certas expressões usualmente empregadas.
* Note-se que este é um artigo de opinião, sem pretensão de se tornar uma verdade absoluta.


1 - No Brasil tinha que ter pena de morte!!

Iniciando, diga-lhes que há, sim, no Brasil a previsão da pena de morte. Ela está elencada na Constituição Federal/88 (vigente), a qual o art. 5º rege:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;.

Então a pessoa surta e diz que não era disso que ela falava. Que tem que existir pena de morte para quem mata, rouba, furta, estupra, etc. Então argumente que ninguém, muito menos o Estado tem o direito de tirar a vida alguém. Estas pessoas devem ter visto em algum lugar que a coisa feita dessa forma funciona, então peça uma estatística dos erros que aconteram em países onde essa prática é comum (EUA {apenas em alguns estados}, Austrália, Rússia); assim é melhor sempre cem culpados vivos a um inocente morto. Isso sem citar Afeganistão, Arábia Saudita, Congo, Gâmbia, que tem um modus operandi duvidoso. Se nada disto convence o interlocutor, vale a máxima de perguntar: "E se fosse uma pessoa próxima a você?". Geralmente a resposta vem seguida de demagogia tão exacerbada que até o interlocutor pede para encerrar ali o assunto.

2 - As bolsas distribuídas pelo governo (Bolsa-escola, Bolsa-família, sistema de cotas..) são uma vergonha!

De repente pela forma como é feita (e usada, na maioria das vezes) pode parecer que a afirmativa seja verdadeira. Entretanto, analisando profundamente, vê-se que o objetivo dela é válido. A Constituição Federal prevê em seu ART. 3º:
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Na verdade o que o Estado faz é uma tentativa de beneficiar as pessoas que não são contempladas com a responsabilidade do mesmo de garantir o mínimo a que as pessoas tem direito. Talvez a maneira como essa compensação (de uma falha que vem desde o princípio da construção de nosso país) é realizada, seja questionável. No entanto parece-me que é a primeira vez que alguma atitude de melhoria social seja tomada. Os meios parecem não ser os adequados, mas os fins (se atingidos) serão de uma validade inquestionável.

3 - Mas por que não vão embora? Ninguém é obrigado a morar ali. (Sobre as pessoas que moram em morros, favelas e periferias; quando acontece algum deslizamento, incêndio ou recorrrentes casos de sitiamento por parte de milícias e traficantes.)

Eles não vão embora porque não tem para onde ir!! O Estado nunca deu condições para essas pessoas terem uma perspectiva de vida melhor. Desde os tempos em que houve a colonização, ou mesmo a abolição da escravatura, algumas pessoas foram abandonadas a própria sorte. Sem auxílio, sem amparo e sem futuro. Formaram-se assim os bolsões de pobreza e miséria em volta de onde? Dos lugares onde a esperança de um trabalho e melhores condições de vida supostamente estão, as grandes cidades. Percebe-se também um aumento de grandes propriedades rurais em contraposição às pequenas, que tem pouca ou nenhuma possibilidade de prosperidade. Fazendo com que vendam suas propriedades a um preço baixo àqueles que são latifundiários (e tem os meios para produzir bem) e tenetem a sorte nas grandes cidades. E o que se vê é que, infelizmente, quando essas pessoas abandonam sua vida, percebem que a realidade em outros locais é muito perversa.
(sobre esse assunto, já foi publicado uma crônica do Arnaldo Jabor aqui: http://1berto-1berto.blogspot.com.br/2010/04/arnaldo-jabor-cronica-jornal-da-globo.html)

4 - No Brasil a Justiça é falha/lenta/injusta.

A culpa é do eleitor! (Quer uma sentença tão óbvia quanto essa?) Entretanto a cada eleição que surge, acontecem sempre os mesmos erros, depois a população fica reclamando.

Façamos primeiro uma análise simplista da tripartição do poder na nossa democracia:
Poder Executivo: Eleito pelo povo, executa as leis. (Prefeito, Governador e Presidente)
Poder Judiciário: Ingresso mediante concurso (tecnicismo), aplica as leis.
Poder Legislativo: Eleito pelo povo, cria as leis. (Vereadores, deputados e senadores)

Aí é que se resume a questão. O único órgão que é técnico é o questionado por todos. Escolhemos o legislativo; e é ele que faz as leis! Exigimos que juízes, advogados, promotores e serventuários da justiça façam os milagres. O que realmente acontece é que só pode-se agir dentro da lei. As normas podem ser interpretadas, entretanto não podem ir além delas mesmas.
Na próxima vez que reclamarmos de algo, tentemos fazer isso a quem compete: às pessoas que elegemos, que deveriam, também, ser técnicas e conhecedoras das nossas mazelas e anseios.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

"Achei um 3x4 teu
E não quis acreditar
Que tinha sido
A tanto tempo atrás."

Legião Urbana - Vamos fazer um filme

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Morgan percebeu que já havia passado um ano. Trezentos e sessenta e cinco dias daquela fatídica noite. Seus olhares se cruzaram, as palavras foram, sem medo, proferidas, muito não foi dito. As mãos dele encontraram as mãos de Sophia e houve um momento de lentidão no espaço-tempo. Com lábios trêmulos um beijo aconteceu, um único beijo, capaz de embaralhar todas as certezas que haviam na cabeça dele. As dela, ele nunca as soube, mas tudo dali para a frente, nunca seria igual.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Things


Recentemente recebi uma crítica de que aqui, no blog, escrevia apenas sobre 'down things'. Então hoje resolvi publicar sobre o quê, penso, seja o motivo. Minhas leituras.

Isso mesmo, creio que grande parte do que chamo 'inspiração' venha do que costumo ler, de meus autores favoritos e suas histórias realistas e não fantasiosas. Não tecerei comentários sobre os livros nem resenhas, apenas colocarei aqui os livros de minha (ainda) pequena biblioteca. Seguem os títulos e seus respectivos autores:
(na ordem que se encontram aqui na minha prateleira)

- O apanhador no campo de centeio, J.D. Salinger;
- Bufo & Spalanzzani, Rubem fonseca;
- As veias abertas da América Latina, Eduardo Galeano;
- O Evangelho segundo Jesus Cristo, Jose Saramago;
- Caim, Jose Saramago;
- Lolita, Vladimir Nabokov;
- Clube da Luta, Chuck Palahniuk (as duas edições lançadas no Brasil);
- Peças íntimas, Luis Fernando Veríssimo;
- O Analista de Bagé, Luis Fenando Veríssimo;
- A guerrilheira - O romance da vida de Anita Garibaldi, João Felício dos Santos;
- A mão e a luva, Machado de Assis,
- O cortiço, Aluísio Azevedo;
- O nome da rosa, Umberto Eco;
- O inverno chegou, Cynthia Freeman;
- O misterioso caso de Styles, Agatha Christie;
- O segredo de Chimneys, Agatha Christie;
- Os implacáveis, Harold Robbins;
- On the road, Jack Kerouac;
- As ligações perigosas, Chordelos de Laclos;
- O doente imaginário, Moliére;
- Sonho de uma noite de verão, Willian Shakespeare;
- Rei Lear, Willian Shakespeare;
- Maktub! (Estava escrito!), Malba Tahan;
- O homem que calculava, Malba Tahan;
- O dia do chacal, Frederick Forsythe;
- O sofrimento do jovem Werther, Goethe;
- A metamorfose, Kafka;
- O processo, Kafka;
- Crime e Castigo, Dostoiévski;
- Che Guevara, John Lee Anderson;
- Getúlio, Juremir Machado da Silva;
- 1930 - Águas da Revolução;
- Holocausto - Judeu ou Alemão, S.E. Castan;
- Uma breve história do mundo, Geoffrey Blainey;
- Fausto, Goethe;
- O retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde;
- O médico e o monstro, Robert Louis Stevenson.

E em formato eletrônico - Ebook, tenho centenas, todos seguindo a mesma linha. Tenho todos do Machado de Assis, vários de Dostoievski, Gorski, Tolstoi; H. G. Wells, Eça de Queirós, Jane Austen, Rimbaud, Voltaire.

O que queria, com isso, dizer que sou bastante influenciado pelas obras, não querendo dizer que tudo está sempre mal. Tenho uma ótima família, meus amigos são os melhores, meus colegas são maravilhosos, tenho um trampo legal, vivo bem e tenhos grandes planos. Prezo minha vida e faço sempre o que quero fazer. Escrevo o que me surge na cabeça e gosto de ouvir músicas bem feitas. Ah, e ressalto que não sou escritor, não tenho método nem estilo, apenas extravaso de forma escrita o que penso.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Pecado - Lima Barreto

Quando naquele dia São Pedro despertou, despertou risonho e de bom humor. E, terminados os cuidados higiênicos da manhã, ele se foi à competente repartição celestial buscar ordens do Supremo e saber que almas chegariam na próxima leva.

Em uma mesa longa, larga e baixa, em grande livro aberto se estendia e debruçado sobre ele, todo entregue ao serviço, um guarda-livros punha em dia a escrituração das almas, de acordo com as mortes que Anjos mensageiros e noticiosos traziam de
toda extensão da terra. Da pena do encarregado celeste escorriam grossas letras, e de quando em quando ele mudava a caneta para melhor talhar um outro caráter caligráfico.

Assim páginas ia ele enchendo, enfeitadas, iluminadas em os mais preciosos tipos de letras. Havia no emprego de cada um deles, uma certa razão de ser e entre si guardavam tão feliz disposição que encantava o ver uma página escrita do livro. O nome era escrito em bastardo, letra forte e larga; a filiação em gótico, tinha uma ar religioso, antigo, as faltas, em bastardo e as qualidades em ronde arabescado.

Ao entrar São Pedro, o escriturário do Eterno, voltou-se, saudou-o e, à reclamação da lista d'almas pelo Santo, ele respondeu com algum enfado (endado do ofício) que viesse à tarde buscá-la.

Aí pela tardinha, ao findar a escrita, o funcionário celeste (um velho jesuíta encanecido no tráfico de açúcar da América do Sul) tirava uma lista explicativa e entregava a São Pedro a fim de se preparar convenientemente para receber os ex-vivos no dia seguinte.

Dessa vez ao contrário de todo o sempre, São Pedro, antes de sair, leu de antemão a lista; e essa sua leitura foi útil, pois que se a não fizesse talvez, dali em diante, para o resto das idades - quem sabe? - o Céu ficasse de todo estragado.

Leu São Pedro a relação: havia muitas almas, muitas mesmo, delas todas, à vista das explicações apensas, uma lhe assanhou o espanto e a estranheza. Leu novamente. Vinha assim:

P. L. C., filho de..., neto de..., bisneto de... – Carregador, quarenta e oito anos. Casado. Casto. Honesto. Caridoso. Pobre
de espírito. Ignaro. Bom como São Francisco de Assis. Virtuoso como São Bernardo e meigo como o próprio Cristo. É um justo.
Deveras, pensou o Santo Porteiro, é uma alma excepcional; como tão extraordinárias qualidades bem merecia assentar-se à direita do Eterno e lá ficar, per saecula saeculorum, gozando a glória perene de quem foi tantas vezes Santo...

– E porque não ia? deu-lhe vontade de perguntar ao seráfico burocrata.

– Não sei, retrucou-lhe este. Você sabe, acrescentou, sou mandado...

– Veja bem nos assentamentos. Não vá Ter você se enganado.
Procure, retrucou por sua vez o velho pescador canonizado.

Acompanhado de dolorosos rangidos da mesa, o guarda-livros foi folheando o enorme Registro, até encontrar a página própria,
onde com certo esforço achou a linha adequada e com o dedo afinal apontou o assentamento e leu alto:

– P. L. C., filho de..., neto de..., bisneto de... – Carregador. Quarenta e oito anos. Casado. Honesto. Caridoso. Leal. Pobre de espírito. Ignaro. Bom como São Francisco de Assis. Virtuoso como São Bernardo e meigo como o próprio Cristo. É um justo.
Levando o dedo pela pauta horizontal e nas "Observações", deparou qualquer coisa que o fez dizer de súbito:

– Esquecia-me... Houve engano. É ! Foi bom você falar. Essa alma é a de um negro. Vai para o purgatório.


Publicado originalmente na Revista Souza Cruz, Rio, agosto 1924.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bus


Ele embarcou no ônibus, puxou seus fones, colocou Rolling Stones e olhava para o mundo que passava pela sua janela.

Nesse momento de divagações, em que o tudo e o nada significam a mesma coisa, eis que percebe alguém no corredor fazendo gestos; pela leitura corpo-labial fez um gesto afirmativo e então ela sentou-se ao seu lado.

Sentiu um leve tremor vindo do corpo dela, um rubor que ascendia ao rosto e o leve abrir dos seus lábios.

Ele então ensaia diversas cenas, formas de abordagem, diálogos. Sabe que tem que agir. Nem imagina até onde irá a viagem dela.

Toma coragem. Enche o peito. Vira-se para ela e:

- Aceita um drops?

Frost/Nixon (filme)



Recentemente assisti esse filme, o qual recomendo a todos que gostem de um pouco de política, história e acontecimentos reais. 

Trata, essa película, de um momento da história estadunidense, em que, após o envolvimento do Presidente Richard Nixon em um escândalo de corrupção, mundialmente conhecido como Watergate, o mesmo torna-se o primeiro (e único) presidente norte americano a renunciar ao seu cargo.

O momento do filme é o pós-renúncia, onde o ex-presidente já está anistiado (sem qualquer julgamento, apenas o indulto de seu predecessor) de todos os crimes que cometeu e encontra-se recolhido em sua casa. Nenhuma declaração havia sido dada, tampouco alguma explicação.

Então surge a figura de um apresentador de talk show, David Frost (guardadas as devidas comparações, seria para nós o Faustão ou o SS), que fará de tudo para que possa entrevistar Nixon. Desacreditado por investidores e chacotado por todos, que imaginam que por não ser jornalista ou repórter político não conseguirá tirar nada do presidente, ele vai à luta pelo seu grande desafio.

Fielmente baseado na história real dessa entrevista bombástica, o filme é emocionante, com uma magnífica atuação do indicado ao Oscar (Melhor ator) Frank Langella como o Presidente Nixon, e Michael Sheen como o apresentador David Frost.

Para os desavisados recomendo uma pequena leitura sobre o Caso Watergate, facilmente encontrado no Google, Wikipédia e afins; para que se familiarizem com a história.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Escolha II

Não adianta insistir.

Tem dias que não quero fazer nada; não quero sair, não quero ver gente, não quero agito, nem badalação. Quero me recolher e passar um tempo sozinho. Então posso ler as páginas de um livro, ver um filme, rever um clássico, jogar videogame ou simplesmente ficar deitado olhando para o nada.

Há tempos que venho tendo esse tipo de comportamento. Não sei de onde surgiu ou como apareceu.
Apenas sei que se tornaram mais recorrentes.

Não é que não não goste mais de fazer o que fazia antes. Nem que não goste de estar com meus amigos. Acontece que algumas coisas enchem minha cabeça e não consigo ficar numa boa.

Se for para sair não escolho mais lugares pelo índice (pessoas/m²), prefiro um lugar onde há um som legal, mesas, meia luz, espaço e principalmente uma boa companhia (um lugar do caralho, como diz o mestre Wander Wildner). Um pub é o lugar ideal, pena que por aqui há poucas opções.

Nesses lugares se pode conversar, conhecer pessoas, curtir um som, degustar uns chopp's. Bem longe do empurra-empurra, dos banhos de bebidas, do gritedo e das confusões.

Sendo assim, deixem-me onde estou.

Não insista.

E se quiser chegar, tenho em casa bebidas geladas e música para acompanhar. Pois não há nada melhor que uma solidão a dois.

domingo, 2 de setembro de 2012

Nando Reis - All Star

Sonzinho para um fim de tarde

C.

E teu olhar?
Meio triste, meio decepcionado. Melancólico talvez.

Tentei argumentar o direito de falhar-lhe; entretanto as razões não foram boas comigo. Apenas esperei o momento. Ele nunca chegou.

No fundo, preferi a visão de teus olhos ressacados em minha mente a uma certeza vinda de teus lábios.

Ah, se eu te fizesse sorrir.

Ah, se dissesses que sim.

O mundo seria diferente.

Ele giraria em torno de nós dois.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O trapo do Bloco!

Trainspotting

Magnífica narração contida na introdução do filme 'Trainspotting'.

"Choose Life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol, and dental insurance. Choose fixed interest mortage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisurewear and matching luggage. Choose a three-piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who the fuck you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing, spirit-crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing your last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourself.

Choose your future.

Choose life."

Tradução

"Escolha viver. Escolha um emprego. Escolha uma carreira. Escolha uma família. Escolha uma televisão enorme. Escolha lavadoras de roupa, carros, CD players e abridores de latas elétricos. Escolha boa saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha uma hipoteca a juros fixos. Escolha sua primeira casa. Escolha seus amigos. Escolha roupas esporte e malas combinando. Escolha um terno numa variedade de tecidos. Escolha fazer consertos em casa e pensar na vida domingo de manhã. Escolha sentar-se no sofá e ficar vendo game shows chatos na TV enfiando porcaria na sua boca. Escolha apodrecer no final, beber num lar que envergonha os filhos egoístas que pôs no mundo para substituí-lo.

Escolha o seu futuro.

Escolha viver."

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sem mais

Passei o dia numa vã filosofia sobre a vida, a existência e o futuro. Então o último episódio da terceira temporada de Californication encerrada com muitas cenas fortes ao som de Rocket Man do Elton John veio para um alento e uma conclusão:


Todo homem é uma ilha.


O quê o infinito pode te ensinar


Experimente deitar em algum lugar numa noite estrelada, dessas em que nem a lua está presente e ficar olhando para o céu. Não o imagine como um ‘teto’, mas veja como ele realmente é: infinito.

Veja cada estrela que brilha (algumas nem mais estão lá!) e observe a grandiosidade disso tudo. Procure imaginar que não há começo nem fim, você é passageiro nesse universo.  Nós somos finitos. Mas o além e o desconhecido estarão sempre lá.  Perceba quão pequeno você é. Quase nada.

Então pense no tempo. O tempo que passou, o tempo que virá, o tempo que é. A ampulheta nunca mente. Você entende que não fez tudo ainda. E quando tem a certeza de que nada importa, aí sim, você pode ser o que quiser. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Há dias assim

Como, de verdade, uma profecia, Raul nos deu esse presente. E é assim que é, assim que tem sido, sem hora prá acabar.

AS PROFECIAS - RAUL SEIXAS


Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar, carregado sutil
Um dia de maio ou abril
Sem qualquer amigo do lado
Sozinho em silêncio calado
Com uma pergunta na alma
Por que nessa tarde tão calma
O tempo parece parado?

Está em qualquer profecia
Dos sábios que viram o futuro,
Dos loucos que escrevem no muro.
Das teias do sonho remoto
Estouro, explosão, maremoto.
A chama da guerra acesa,
A fome sentada na mesa.
O copo com álcool no bar,
O anjo surgindo no mar.
Os selos de fogo, o eclipse,
Os símbolos do apocalipse.
Os séculos de Nostradamus,
A fuga geral dos ciganos.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.

Um gosto azedo na boca,
A moça que sonha, a louca.
O homem que quer mas se esquece,
O mundo do dá ou do desce.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.
Sem fogo, sem sangue, sem ás
O mundo dos nossos ancestrais.
Acaba sem guerra mortais
Sem glorias de Mártir ferido
Sem um estrondo, mas com um gemido.

Os selos de fogo, o eclipse
Os símbolo do apocalipse
A fuga geral do ciganos
Os séculos de Nostradamus.

Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia
Um dia...

Primeira

Um dos meus desejos realizados. A primeira revista de minha assinatura de Carta Capital.

Enviado a partir do HTC

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Viva agora!


Faça novamente. Arrisque-se. Só se vive uma vez.

Alguém que disser que 'se pudesse faria tudo diferente', está mentindo. Essa pessoa não seria o que é hoje. Não teria vivido as mesmas experiências. Passado por tudo que passou. Nem errado, nem acertado, nem aprendido.

Cada segundo da sua vida, ela está fazendo uma escolha. Um pensar, um agir ou um olhar terá importância fundamental no desenvolvimento tanto de sua personalidade quanto de sua vida em si.

Imagine-se que a pessoa está em uma rua; ao dirigir seu olhar para a esquerda ela pode simplesmente mirar até o horizonte e nada ver. Entretanto se, nesse mesmo segundo, ela tivesse olhado para a direita, veria a pessoa com quem sempre sonhou (ou aquele caminhão que passou por cima dos dois). Um segundo que você ganha ou perde fará a diferença futuramente.

Um novo dia surge para que erros sejam consertados e novos erros cometidos. Poucos conseguem realmente visualizar um grande trunfo, mas seus desvios são imediatamente reparados.

Portanto digo, arrisque-se hoje, siga seu coração. Faça o que tiver vontade de fazer. Não deixe de viver o agora.

Na hora de atravessar uma rua, tudo pode acontecer. 

5 aninhos!

PARABÉNS MEU IRMÃOZINHO GIGANTE!

Há cinco anos mudando minha vida todo dia.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Relato de um fim de semana - Filmes e Séries


Neste fim de semana fiquei um tempo em casa. Costumeiramente leio (ou releio) alguns de meus livros. Entretanto neste, devido a algumas forças externas (e algumas outras internas), decidi que iria optar pela 7ª arte, o Cinema.

Haviam já alguns dias que tinha conseguido filmes e séries que gostaria de assistir. Relatarei alguns e tecerei breves comentários acerca.

Apocalipse Now

Filme de 1979, dirigido pelo excelente Francis Ford Coppola, com Martin Sheen (pai de Charlie Sheen e Emilio Estevez) no papel do Capitão Willard, Marlon Brando no papel do Coronel Walter Kurtz e Robert Duvall interpretando o Tenente-Coronel Bill Kilgore.
A trama é baseada no ano de 1969, num certo tempo da Guerra do Vietnã. Willard é designado para atravessar o país, a mando de seus superiores, para assassinar o Coronel Kurtz que, segundo fontes, havia enlouquecido.

Este filme tem uma magnífica fotografia (que rendeu-lhe o Oscar) e uma das melhores trilhas sonoras que eu já tenha acompanhado até hoje.

O ínicio do filme, com o Capitão Willard deitado na cama de um hotel em Saigon, vendo o ventilador girando (confundindo-se com as pás da hélice de um helicóptero) ao som de The End do  Doors é inenarrável!

A película também mostra os abusos, significados e razões (ou a falta deles) para a guerra. Um momento marcante do filme é quando, em meio uma batalha, o Tenente-coronel Bill Kilgore ordena que uma porção de terra no litoral, seja bombardeada, para que ele e um soldado possam surfar! Nossa, surreal essa parte.

Com certeza é o meu filme de guerra favorito, empatado em primeiro com Platoon que, curiosamente, é estrelado por Charlie Sheen; sobre o qual escreverei oportunamente (assim que revê-lo).

O Cheiro do Ralo

Tenho uma obsessãozinha por filmes nacionais. Talvez pelo fato de que, sempre ao pronunciar isso, o interlocutor ficar me observando pensando algo tipo: 'Meee, altas pornochanchadas!'. Que continuem pensando nisso. No entanto, para o bom cinéfilo, tudo é aproveitável, só depende de sua observação e análise.

Este filme se encaixa numa nova onda do cinema nacional. Com produções independentes e a grandiosa interpretação dos atores brasileiros (que, no meu ponto de vista, sempre foram pouco explorados {ou mal utilizados} pela cultura noveleira que temos). O maior ator da atualidade é o protagonista deste longa, Selton Mello, que é um dono de uma loja que compra objetos usados. Ao longo da trama percebe-se a pessoa que ele se torna, tendo que ser fria pois senão ele nunca terá lucro.

Utiliza-se em todo filme de um humor negro muito bem ambientado tanto pelos roteiristas e direção, como pela interpretação dos atores. Uma curiosidade é que o filme primeiramente orçado em R$ 2,5 milhões foi realizado com apenas R$ 315 mil!! É a receita de que um ótimo filme, não necessariamente, deva ser uma super produção.

Aproveito para recomendar TODOS, sem exceções, filmes estrelados pelo Selton Mello. Um ator que, nas palavras dele ' foi contra a maré (noveleira e Global) e, além de sucesso, obteve sua satisfação pessoal'.

Ah, um salve, para a atriz Paula Braun (gaúcha) que está perfeita na interpretação (!!!) da garçonete desse filme.

Planet Terror

Existem alguns filmes que se tornam cult's desde antes de sua estréia. Este trata-se de um.

Dirigido pelo excepcional Robert Rodriguez (Era uma vez no México, El Mariachi, Sin City, Machete, Um drink no inferno) e co-produzido por ninguém menos que Quentin Tarantino (que também faz uma ponta na película). Serei altamente suspeito para falar desses caras aí, pois sou um grande fã do trabalho dos dois.

Este filme é uma 'homenagem' aos filmes de terror dos anos 70. Zumbis, sangue, piadas, escatologia, bizarrices e assim por diante. Tudo que um filme precisaria para ser ruim. Mas não é! O nome da história completa é 'Grindhouse', sendo que esta, Planeta Terror, é a primeira parte e a segunda, Death Proof, é dirigida por Quentin Tarantino. Os dois filmes foram lançados separadamente.

Sobre este não tecerei comentários. Recomendo assistir e se divertir.

Agora um pouco sobre séries:

Californication

Estou completamente fissurado por esse seriado. Já falei dele numa postagem anterior e vou abster-me de falar mais sobre isso.

Poirot – Agatha Christie

Esse seriado foi um achado! (rima podre).

Já havia assistido (há alguns anos atrás) no Multishow, ou RAI, ou algo do tipo. No entanto não havia mais achado nada. Em um site achei os episódios completos de todas (12!) temporadas.

Recomendo este para quem já leu algum dos livros de Agatha Christie; sem dúvida uma das maiores escritoras de livros policiais de todos os tempos.

É uma perfeita adaptação das histórias protagonizadas por Hercule Poirot, um detetive belga com um inigualável jeito para desvendar os mistérios. Belíssima interpretação de David Suchet, como o detetive Poirot.

São episódios de, em média, uma hora que correspondem a um livro. (Apesar do tempo curto, muito bem adaptados).

Jekyll

Esse eu descobri sábado pela madrugada. Tal qual o seriado supracitado, é de produção totalmente inglesa. Os atores e as locações são 100% britânicas.

Adaptação moderna para o clássico 'O estranho caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde (O Médico e o Monstro)' de Robert Louis Stevenson, onde um pai de família se vê acossado e, literalmente, dividido entre seu lado bom e seu lado selvagem. Já li o livro e como sempre acho, o livro é sempre melhor, porém este não foi adaptado de maneira fidedigna ao livro, mas sim uma nova interpretação para esta grandiosa história.

No cinema já houveram diversos filmes, recomendo 'O segredo de Mary Reilly' (1996), com a interpretação de John Malkovich no papel principal, sendo atriz coadjuvante a jovem (na época) Julia Roberts.

Dividido em seis episódios de uma hora de duração cada. Muito bem produzido e interpretado.
(Assisti aos três primeiros episódios, faltam ainda três. Assim que terminar esta sessão, concluo minhas observações.)

E por hoje era isso. 

Carta de despedida de Kurt Cobain

Depois de meia noite madrugada de insônia e meia madruga mal dormida, vou publicar aqui no blog a carta de despedida escrita por Kurt Cobain.

Não, não é um pedido de ajuda, muito menos uma premonição, nem sequer um desejo.

Apenas a reprodução de uma alma atormentada.

Original

"To Boddah

Speaking from the tongue of an experienced simpleton who obviously would rather be an emasculated, infantile camplainee. This note should be pretty easy to understand. All the warnings from the punk rock 101 courses over the years. Since my first introduction to the, shall we say, ethics involved with independence and the embracement of your community has proven to be very true. I haven't felt the exitement of listening to as well as creating music along with reading and writing for too many years now. I feel guilty beyond words about these things. For example when we're backstage and the lights go out and the manic roar of the crowd begins it doesn't affect the way in which it did for Freddy Mercury who seemed to love and relish in the love and adoration from the crowd. Which is something I totally admire and envy. The fact is I can't fool you. Any one of you. It simply isn't fair to you or me. The worst crime I can think of would be to rip people off by faking it and pretending as if I'm having 100 % fun. Sometimes I feel as if I should have a punch in time clock before I walk out on stage. I've tried everything within my power to appreciate it, and I do. God, believe me I do but it's not enough. I appreciate the fact that I and we have affected and entertained a lot of people. I must be one of one of those narcissists who only appreciate things when they're gone. I'm too sensitive. I need to be slightly numb in order to regain the enthusiasm I once had as a child. On our last three tours I've had a much better appreciation for all the people I've known personally and as fans of our music, but I still can't get over the frustration, the guilt and empathy I have for everyone. There's good in all of us and I think I simply love people too much. So much that it makes me feel too fucking sad. The sad little, sensitive, unappreciative, pisces Jesus man! Why don't you just enjoy it? I don't know. I have a goddess of a wife who sweats ambition and empathy and a daughter who reminds me too much of what I used to be. Full of love and joy kissing every person she meets because everyone is good and will do her no harm. And that terrifies me to the point to where I can barely function. I can't stand the thought of Frances becoming the miserable self-destructive, death rocker that I've become. I have it good, very good, and I'm grateful, but since the age of seven I've become hateful towards all humans in general. Only because it seems so easy for people to get along, and have empathy. Empathy! Only because I love and feel for people too much I guess. Thank you all from the pit of my burning nauseous stomach for your letters and concern during the past years. I'm too much of an erratic, moody baby! I don't have the passion anymore and so remember, its better to burn out than to fade away. peace, love, empathy.

Kurt Cobain

Frances and Courtney, I'll be at your alter. Please keep going Courtney For Frances For her life which will be so much happier without me. I Love you. I love you!"



Tradução

"Para Boddah

Falando como um simplório experiente que obviamente preferiria ser um eliminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender. Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde a minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras. Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ao ler ou escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afeta do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, se deliciar com o amor e a adoração da multidão. O que é uma coisa que eu totalmente admiro e invejo. O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas, sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100 por cento. Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente). Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor às coisas depois que elas se vão. Eu sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que eu tinha quando criança. Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que eu tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, o sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia, e uma filha que me lembra demais de como eu costumava ser, cheia de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Não posso suportar a idéia de Frances se tornando o triste, o autodestrutivo e mórbido roqueiro que eu virei. Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade, passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho. Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais a paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, Amor, Empatia.

Kurt Cobain

Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim. Eu amo vocês. Eu amo vocês!"

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

..,,..

Está tudo tão escuro, tão vazio, tão longe.

Não a vejo, não a tenho, não a toco.

Sem olá, sem abraço, sem despedida.

O silêncio, a solidão, a falta.

Nada de sorrisos, nada de olhares, nada de tudo.

O tempo que não passa.

A dor que não sara.


A vida que voa.



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O que você está ouvindo (ou cantarolando)?



Todos nós, principalmente os amantes da música, tem o costume (ou maldição) de acordar com um pedaço de alguma música na cabeça. 

E isso às vezes nos incomoda por horas; pode ser porque a música seja a baladinha do caminhão de gás, ou o Tema de Lara, pode ser porque não tem jeito de você lembrar aquele trecho que mais gosta ou simplesmente devido ao fato de a música ser um funk.

Eu tenho algumas preferidas, que seguidamente fico assobiando ou enrolando. Geralmente, para minha sorte, a mais recorrente é ‘Lithium’, do Nirvana:
                               
                           “I’m so happy, cause today I found my friends..

Tem também um som que é do filme ‘Hey, brother, where art thou?’, da banda fictícia Soggy Botton Boys, “I am a man of constant sorrow. Pô, muito legalzinha, country e talz..

Legal é quando acontece de pegar um Led Zeppelin com ‘Immigrant Song’, ‘Good Times, Bad times’ ou ‘Black dog’; ou então um Pink Floyd com ‘Wish you where here’, ‘Have a cigar?’ ou a tradicional ‘Another brick in the wall’.

Quem sabe tentar assobiar um Dylan, ‘Like a rolling stone’ ou ‘All along the watchtower’ ou então ‘Blowing in the wind’ ou ainda ‘Desolation row’.

Há dias para Doors, Metallica, Pearl Jam, Oasis, Lynyrd Skynyrd (‘Free bird’), Janis Joplin (‘Piece of my heart’!!!!), Legião Urbana, Cazuza, Nando Reis, e etc.

Entretanto as músicas de hoje e que me fizeram escrever sobre esse assunto foram duas do gênio Bob Marley ‘Redemption Song’ e ‘Three little birds’. Bah, essa essas são fenomenais. Não tem nada melhor que acordar, abrir a janela, ver o sol e imaginar The King of Rasta cantando esses sons. Não tem como não se contagiar e começar um ótimo dia.

E você? O que está ouvindo agora?

Californication (série)


Tenho assistido alguns filmes (não tanto quanto gostaria) e também alguns seriados.
Recomendarei que assistam ao seriado 'Californication'.

Este foi-me apresentado pelo amigo 1000rem; que depois de muita insistência da parte dele, enfim cedi aos apelos e resolvi assistir ao dito.

Cara, é sensacional!!

Protagonizado por David Duchovny (o Fox Mulder de 'Arquivo X') como Hank Moody, Natascha McElhone como Karen (ex-mulher de Hank) e Madeleine Martin como Rebecca 'Becca' Moody (filha de Hank e Karen).

Os episódios, de 30 minutos, são no mesmo formato das sitcom´s de comédia norte-americana, entretanto não atinge o mesmo público alvo das mesmas. Enquanto aquela tem pendor adulto com mistura de comédia e drama, temperado com sexo e drogas, estas se dirigem, na grande maioria, ao público adolescente.

Hank é um escritor com falta de inspiração, com dois livros de grande sucesso publicados que tem problemas com sua ex-mulher, por quem é apaixonado, e com sua filha adolescente, rebelde e muito adulta para sua idade. Há durante todos os episódios muitas referências à música, literatura e filmes. A trilha sonora é fenomenal (vai desde Bob Dylan, passando por Lynyrd Skynyrd, até Nirvana). Suas sutis (às vezes nem tanto) indicações de passagens literárias, estão presentes tanto nos títulos de cada parte quanto nos diálogos e cenários, assim ocorrendo também com as películas. É totalmente da nossa geração para a nosso geração.

É um seriado não apenas sobre sexo e rebeldia. É, sobretudo, sobre amor, amizade, perdão e redenção.
Poderia até fazer um relato pormenorizado sobre a série, os episódios e personagens.
Entretanto não gostaria de estragar a surpresa.
E garanto que há muita a cada 30 minutos.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Nando Reis - Mantra


Nando Reis - Mantra

Quando não tiver mais nada

Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração
Acordará!...

Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência
Adormecerá!...

E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar
No mesmo quintal
Da alma ao corpo material...

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Quando não se têm mais nada
Não se perde nada
Escudo ou espada
Pode ser o que se for
Livre do temor...

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá
Para dar amor...

Amor dará e receberá
Do ar, pulmão
Da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão
Do tempo espiral...

Amor dará e receberá
Do braço, mão
Da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte
O seu dia natal...

Aaadeeeus Dooooor...

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Vó Célia

Nossa Vó se foi.

Uma grande perda para todos. nós. Infelizmente alguns momentos da vida são cruéis para as pessoas. Esta guerreira foi acometida de um dos piores males que possa existir, Alzeimer. Depois de uma vida inteira batalhando para nos dar o que de melhor existe, Dona Célia não lembrava-se mais das coisas.

Triste doença.

Nesta manhã ela nos deixou.

Entretanto ficará em nós as batalhas vencidas, os ensinamentos passados e o inigualável exemplo de perseverança e humildade que sempre esteve em sua essência.

Nós da família estamos de luto; entretanto, se há um lugar melhor para se estar depois dos martírios terrenos enfrentados, certamente ela estará lá.

Olhando por nós.

Obrigado por tudo, Vó Célia.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Aula

Então já que, como avisei no post anterior, estou 100 paciência prá nada, vou descontar um pouco, compartilhando tudo o que aprendi (ou melhor, tudo o que copiei) na aula de 'Mediação e Arbitragem'.

AVISO: Pare de ler agora ou você poderá ter um colapso.

Conflito: contraposiçâo entre direitos e obrigações
              pretensão de um lado, resistência do outro.

     Mediação: 3ª parte aceitável - poder limitado ou
                                não-autoritário. Apenas "sugestiona"
                                                       Não obriga

     Conciliação: tenta fazer com q. as partes 
                        evitem ou desistam da jurisdição.
                        "RENÚNCIA, SUBMISSÃO OU TRANSAÇÃO"

     * FACILITATION: 3º 'expert' e imparcial

     * FACT-FINDING: 3º emite um parecer, recomenda
                                       "NÃO OBRIGANTE"

     * MINI-TRIAL: Empresas e Órgãos Governamentais:
                             Advogados das partes negociam, 3º acompanha

     * COURT ANEXED ARBITRATION (what the fuck??):
                                                         + célere. EUA.

     * RENT A JUDGE
                                                                                     

E foi nesse item que parei...



     

100

Tô sem inspiração para estudar, para aturar, para tuítar (#fuck), para namorar, para cuidar, para ligar, para dialogar, para divagar, para blogar.
(Isso que usei apenas alguns poucos verbos da 1ª conjugação)

Like a rolling stone - Bob Dylan


Baita poesia musicada  por um dos maiores artistas de todos os tempo, Bob Dylan. Pois, afinal, quem nunca se sentiu like a rolling stone?

Once upon a time you dressed so fine
You threw the bums a dime in your prime, didn't you?
People'd call, say, "Beware doll, you're bound to fall"
You thought they were all kiddin' you
You used to laugh about
Everybody that was hangin' out
Now you don't talk so loud
Now you don't seem so proud
About having to be scrounging for your next meal.

How does it feel
How does it feel
To be without a home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

You've gone to the finest school all right, Miss Lonely
But you know you only used to get juiced in it
And nobody has ever taught you how to live on the street
And now you find out you're gonna have to get used to it
You said you'd never compromise
With the mystery tramp, but now you realize
He's not selling any alibis
As you stare into the vacuum of his eyes
And ask him do you want to make a deal?

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

You never turned around to see the frowns on the jugglers and the clowns
When they all did tricks for you
You never understood that it ain't no good
You shouldn't let other people get your kicks for you
You used to ride on the chrome horse with your diplomat
Who carried on his shoulder a Siamese cat
Ain't it hard when you discover that
He really wasn't where it's at
After he took from you everything he could steal.

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

Princess on the steeple and all the pretty people
They're drinkin', thinkin' that they got it made
Exchanging all kinds of precious gifts and things
But you'd better lift your diamond ring, you'd better pawn it babe
You used to be so amused
At Napoleon in rags and the language that he used
Go to him now, he calls you, you can't refuse
When you ain't got nothing, you got nothing to lose
You're invisible now, you got no secrets to conceal.

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sempre amor

E, de repente, sua garota está com outro cara.

Com ele, as pernas dela não tremem mais, nem o beijo causa arrepios. O toque não faz seus músculos enrijecerem, nem sente aquele frio na barriga. O abraço dele não é o melhor lugar do mundo para se estar. Um mero olhar não a faz sorrir; as flores não a fazem mais lacrimejar.

Não deixa de ser amor.

Também não quer dizer que ela deixou de te amar.

Os sonhos que vocês tinham, não viraram realidade. Os planos não foram executados. Sua irresponsabilidade, tão juvenil e bela, tornou-se um fardo. Os momentos de devaneios e delírios não cabiam mais naqueles momentos. Era a hora de crescer.

Ela apenas optou pela segurança.

E esse outro cara pode proporcionar isso.

Ela ainda sonha com você, tem os mesmos desejos, sente um calafrio ao te ver, espera que algo aconteça. No entanto, você continua o mesmo. Você é o mesmo! Aquele que a faz tremer, sorrir, chorar, se importar.

E isso, amigo, nunca deixará de ser amor.

Areias do tempo

"Foi uma noite qualquer, como seria uma noite que se tem a cada dia. Não fosse uma estrela que brilhava no céu. Era, ela, linda, especial, diferente de todas as outras que tentavam ser importantes como ela era. Logo essa estrela se transformou em você. Tomando conta de mim, brilhando, agora, dentro do meu coração; não me deixando sequer escolha. Como uma flecha, acertando diretamente o alvo, você me acertou, fazendo ter uma nova vida a partir daquele momento. Uma vida com objetivos, uma vida em função de outra, a sua. Deixa eu ser assim prá você também, não conseguirei ter o mesmo brilho que aquela estrela teve, mas lutarei para merecer o calor que essa estrela me proporciona a cada dia e cada noite. Pois essa estrela dentro de mim será eterna."

Texto manuscrito (transcrito aqui sem correções) do final da década de 90 e encontrado por acaso na bagunça de meus documentos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Avisos, motivos e afins

Nem tudo que escrevo é autobiográfico. Tampouco chega ser totalmente ficção. Quando escrevo, as palavras fluem. Às vezes são cenas do cotidiano; uma paisagem vista, um olhar flagrado, um semblante prestes a ser desvendado. São devaneios mentais meus que surgem. Já expressei que não me considero um escritor, nem um candidato a isso; escrevo pois faz-me sentir bem. Alguém já disse que 'o papel não nega nada'; acho que é bem por aí. Apesar de utilizar-me de um meio eletrônico para publicar minha incursão literária, quem já viu meus manuscritos sabe que tenho uma queda por caneta e papel. Parece-me mais romântico, menos compromissado. Não saberia explicar. Essa vontade de escrever algo sempre esteve presente em mim (escrevendo cartas, redações, bilhetes,,) e foi-se agravando na medida em que aumentava a fome pela literatura. E, mesmo parecendo desconexo, quanto mais leio, mais tenho vontade de escrever algo, em contrapartida, menos coragem se me apresenta. Porém, não estou aqui excusando-me, ou tentando justificar-me; apenas apresento minha versão dos fatos. Não obrigo ninguém a ler minhas postagens, muito menos espero que sirva de conselho ou de ajuda para alguém. Simplesmente tento inflar um pouco meu ego fazendo o que me dá prazer. Pois, isso sim, sei que mereço.

Novo estilo

O blog agora está de cara nova. Devagar irei aperfeiçoando (o design, pois o conteúdo... Deixa prá lá). São novas 'reações' possíveis. Curta, compartilhe, enviem-me sugestões, críticas, temas, textos novos. Esse espaço é meu e seu. Apenas para passar o tempo e compartilhar experiências. É o espaço de quem não é escritor (mas que de repente tenha a pretensão de ser).
Contatos através do e-mail:
h1bertomeu@gmail.com.
Obrigado aos amigos que apóiam.

Ontem, hoje...

Ontem eu estava muito triste.

E apesar dessa tristeza, o grande mal foi ter que fingir.

Nem foi a noite pouco dormida. Muito menos os sonhos que tive. Tampouco a lembrança de você que me assaltava. Então teria sido a solidão? Ou a manhã cinza através da minha janela? Não, definitivamente não.

Poderia ter sido aquele casal andando na rua. Ou então os pássaros cantando. Quem sabe um vazio no peito. Talvez até as folhas que caíam. O tempo que corria? O vento que insiste soprar? Não, também não.

E ali, aquele grupo animado de amigos. Quisera eu fazer parte? Aquela garota, lá, sentada no banco com olhos marejados. Seria você? Estampei um sorriso. Falso sorriso externo. Por dentro aquela dor lacerante para a qual não há remédio.

Acometido desse mal, fui saltando os minutos, correndo as horas, afastando a névoa, esperando me afastar dessa nuvem, que insiste não chover.

Mas hoje tudo vai mudar.

O sentimento triste continua aqui.

Apenas tentarei não mais fingir.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Nós, os gaúchos

Sim, somos orgulhosos. Somos bairristas. Somos (ao menos nos achamos) os melhores em tudo que fazemos. Nós somos GAÚCHOS.

Assim mesmo, com letras maiúsculas e ditas com imenso prazer de termos nascido nessas paragens. Exaltamos nossos feitos, cantamos nossas conquistas, lutamos sempre por tudo que queremos. Mas, principalmente, pois sabemos como ser alegres; como rir de nós mesmos por 'nos acharmos'.

Pelo BraZil afora nos tratam com desconfiança, com indiferença, por vezes com desdém, entretanto isso acontece pois nossa identidade não se assemelha com o resto do país. Temos muita semelhança com nossos vizinhos castelhanos; nossa língua, nossos costumes, nosso jeito, tem a mesma raiz.

Somos descendentes de índios, italianos, alemães, espanhóis, portugueses, polonenses, negros e tantos outros, no entanto existe, sim, a chamada 'alma castelhana', que nos invade e nos faz conhecer nossos tempos idos, de lutas, de batalhas, de sangue derramado. Esse mesmo espírito nos faz conhecer e espalhar nosso hino, nossas músicas, nosso jeito de falar.

Admito ser conhecido no resto do mundo por qualquer adjetivo, sendo bom ou ruim, o importante é que sei de onde vim. Respeitamos a nossa história, cultuamos nosso passado, enaltecemos nossos antepassados e, isso sim, nos faz cada dia mais alegres e dignos merecedores de um futuro.

* Aos desavisados que não estão acostumados com a nossa linguagem, sugiro que parem com a leitura aqui. Na sequência publico um poema e uma letra de música da nossa terra. (Para o segundo de antemão aviso que não há tradução)

Alma Gaudéria, de Rui Cardoso Nunes

Os rasteadores da História
campearam minha memória,
do tempo nas noites grandes,
e me encontraram na Taba,
nos araxás do ameraba
da cordilheira dos Andes!


Dos séc'los na densa bruma,
a minha origem se esfuma!
Sou alma xucra e gaudéria
que vem de tempos sem fim!
Ninguém sabe de onde eu vim,
se de Atlântida ou Sibéria!


Talvez fosse um lemuriano,
guardasse n'alma o arcano
da legendária Lemúria -
minha primeira Querência,
tragada pela violência
de cataclismos em fúria!


Talvez malaio, autraliano,
ou mongol, ou tasmaniano,
antes de vir para a América!
Sou, hoje, o guasca sulino
mestiço com beduíno
lá da Península Ibérica!


Sou mescla de vários sangues!
Dos temidos Caingangues
sinto a fibra em minha raça!
Destas coxilhas sou filho,
cruza de branco caudilho
com ameríndia lindaça!


Fui Charrua e Minuano!
Enfrentei o lusitano
nos campos de Caiboaté!
Na região missioneira,
iluminei a fronteira
nas guerrilhas de Sepé!


Fui guerreiro, andei lutando...
Surgi mil vezes peleando,
mil vezes tombei na guerra,
eternizando na história,
numa legenda de glória,
as tribos de minha Terra!


Marquei, com sangue estrangeiro,
deste Torrão Brasileiro
as fronteiras que ele tem!
E nelas, qual marco vivo,
deixei meu sangue nativo,
as demarcando também!


E se alguém, num dia aziago,
quiser tomar este pago,
ser das coxilhas monarca,
há de sentir pelo lombo,
no impacto de cada tombo,
que nossa Terra tem marca!

Milonga Maragata, de César Oliveira e Rogério Melo

Chiripá de saco branco
Lenço atado a meia espalda
E uma vincha aqui se esbalda
Na melena esgadelhada
Na cintura, a carniceira
Companheira de degola
E um "Quarenta" de argola
Pra garantir a querada
Carcaça de puro cerne
Forjada em têmpera guapa
Com a rude estampa farrapa
Plantei tenência de mau
E a descendência da raça
Semeei no eco do berro
Brincando de tercear ferro
Com chimango e pica-pau
Relampeia ferro branco
Também troveja a garrucha
Nesta milonga gaúcha
Que, por taura não se enleia
Peleia dando risada!!
Porque o macho se conhece
Porque o macho se conhece
É atrás do " S " da adaga
Debaixo do tempo feio
Só a coragem sustenta!
Pode faltar ferramenta
Mas sobra a fibra guerreira
Pois quem herda a procedência
Do nobre sangue farrapo
Só morre queimando trapo
Peleando pelas ladeiras
Com o instinto libertário
E o tino de um fronteiro
Eu era um clarim guerreiro
Pondo em forma o rio grande
Pois a grito e pelegaço
Fiz a pátria que pertenço
Cabrestear para um lenço
Maragateado de sangue.