quarta-feira, 3 de novembro de 2021

xícaras de café

Abro os olhos. Caminho até a cozinha; ligo a cafeteira e espero. No toca-discos Belchior me lembra que sou um Sujeito de sorte, pois 'ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro'. Pela janela os primeiros raios de sol começam a acordar meu corpo; o cheiro do café aguçam meus sentidos. A primeira xícara servida, lentamente me faz recordar dos invariáveis sonhos da noite anterior: mistos de lembranças, desejos, esperanças. Ao sorver a segunda xícara, um pouco mais desperto, planejo o dia que se apresenta. Nada muito profundo: um compromisso aqui, um 'olá' ali. Deixo que as coisas aconteçam como tem que acontecer: fluídas. Ao servir a terceira xícara, já bem acordado, removo os restos de café do filtro, deixo bem limpo o aparelho e o conservo pronto para, nesta noite, deixar tudo organizado para a próxima manhã: Abrir os olhos, caminhar até a cozinha, ligar a cafeteira e esperar.