quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Dor

Todas as noites, ao deitar na minha cama, fico com o pensamento em ti; pedindo que tenhas uma ótima noite de sono, que possa descansar, dormir feito uma criança e que eu possa sonhar contigo. Invariavelmente, surge-me durante os sonhos; de início apenas uma imagem indecifrável, ficando a cada momento mais nítida para mim. Então diviso teu corpo, percebo teu riso, sinto seu perfume, ouço sua voz.. Por segundos, que para mim tornam-se dias, horas, semanas, passeamos lado a lado, deitamos na grama observando as estrelas, sentamos perto um do outro a resolver os problemas do mundo, permanecemos com as mãos dadas sem medo do futuro e nossos olhos brilham a cada sorriso que nos surge. Beijamos-nos; um beijo de fogo, um beijo de terra, de água e de ar. Beijo esse já dado - ou apenas sonhado -, mas sempre de adeus. Lentamente desintegrando-se, vais; acordo; a decepção de não tê-la equipara-se ao prazer de vê-la novamente. Deixo fluir o que resta das horas do dia para que possa reencontrá-la. Já prevejo a dor. Sim, dor. Pois apesar de te ganhar todas as noites, mesmo em sonho, te perco todas as manhãs ao acordar. 

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