terça-feira, 9 de setembro de 2014

Voo II

No fundo do meu olho é sempre tristeza
Sem fingir estados de espiríto
A minha volta vozes e ecos e risos
E pessoas felizes e cheias de vida
Deve ser possível ser feliz
Ou ao menos suportar o fingimento
Sofre-me o nascer do dia
Tortura-me o calor da tarde
Mata-me o cair da noite
Vejo o horizonte que passa na janela
Árvores nuvens campos céu
Céus que vozes são essas
Murmúrios não gritos
Se gritos fossem despertaria
Ando tropeço me agarro seguro
Corro plano desando desarmo
Num desequilíbrio caio
E caio caio e desespero
De repente tranquilo não grito
Suspiro
E voo voo e voo


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