segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Banco Ambrosiano

O Banco Ambrosiano (porteriormente renomeado de Banco Ambrosiano Veneto após a fusão com o Banco Católico do Vêneto) foi um dos principais bancos privados católicos italianos. No centro das operações que levaram a ruína do banco estava o seu principal executivo, Roberto Calvi e seus companheiros da ilegal loja maçônica P2 (Propaganda-2). O Banco do Vaticano era o principal parceiro do Banco Ambrosiano, e, com a súbita morte do Papa João Paulo I em 1978, surgiram rumores de que haveria ligações com as operações ilegais daquela instituição (hipótese explorada no filme The Godfather Part III). O Banco do Vaticano foi também acusado de trabalhar com fundos ilegais do Sindicato Solidariedade.


MEMBROS


Franco Ratti, presidente.
Carlo Canesi, administrador manager então presidente da Holding do Banco Ambrosiano desde 1965.
Roberto Calvi, administrador geral do Ambrosiano desde 1971, indicado para presidente em 1975 e ocupando o cargo até a sua morte em junho de 1982.
Paul Marcinkus, presidente do Banco do Vaticano (também conhecido por "Istituto per le Opere di Religione"), tinha sido diretor do Ambrosiano Overseas, baseado em Nassau, Bahamas.
Carlo De Benedetti tornou-se vice-presidente do Ambrosiano por dois meses, depois do julgamento de Roberto Calvi.
Nuovo Banco Ambrosiano, organizado por Giovanni Bazoli.
Carlos Guido Natal Coda, chefe da filial argentina do Banco Ambrosiano (Coda foi o predecessor de Emilio Eduardo Massera como comandante-em-chefe da Marinha da Argentina)


ANTES DE 1981


O Banco Ambrosiano foi fundado em Milão em 1896 por Giuseppe Tovini, e era chamado de Banco de Santo Ambrósio, que fora arcebispo da cidade. Tovini quis criar um banco católico para contornar a tradição italiana de manter apenas instituições assistenciais e de caridade. A instituição ficou conhecida como "banco dos padres"; um dos executivos foi Franco Ratti, primo do Papa Pio XI. Nos anos de 1960, o banco começou a expandir seus negócios, instalando sua holding em Luxemburgo em 1963. A direção estava à cargo de Carlo Canesi, então o executivo senior, e, a partir de 1965, o presidente.
Em 1947 Canesi trouxera Roberto Calvi para o Ambrosiano. Em 1971, Calvi tornou-se administrador geral, e em 1975 assumiu a presidência. Calvi expandiu as aplicações do Ambrosiano; para isso criou um grande número de companhias fantasmas "off-shore" nas Bahamas e na América do Sul; assumiu o controle da Banca Cattolica del Veneto; e investiu na editora Rizzoli para financiar o jornal Corriere della Sera (Calvi tentava com isso trazer benefícios para os associados da loja maçônica P2). Calvi também envolveu o Banco do Vaticano, (Istituto per le Opere di Religione) e seus operadores, e se aproximou do Bispo Paul Marcinkus, o presidente do banco. Ambrosiano também forneceu fundos para partidos políticos na Italia, e tanto para o ditador da Nicarágua Anastásio Somoza como para a oposição Sandinista. Houve rumores de que também deu dinheiro para o Partido polonês do Solidariedade.
Calvi usava uma complexa rede de bancos e companhias para retirar fundos da Itália. Em 1978, o Banco da Itália (Banca d'Italia) preparou um relatório sobre o Ambrosiano que previa o futuro desastre e deflagrou as investigações criminais. Logo a seguir, um juiz de Milão, Emilio Alessandrini, foi assassinado por um grupo terrorista esquerdista.


APÓS 1981


Em 1981, a polícia invadiu o escritório da loja maçônica e prendeu o grão-mestre Licio Gelli, encontrando provas contra Roberto Calvi. Calvi foi aprisionado, julgado e setenciado a cumprir pena de quatro anos. Depois, ele apelou e foi solto, conseguindo manter seu cargo no banco. Mas outros alarmes se seguiram: Carlo de Benedetti da Olivetti comprou o banco e se tornou o vice-presidente, apenas por dois meses depois de ser ameaçado. Seu substituto foi um empregado de carreira chamado Roberto Rosone, que sofreu um atentando atribuído à Máfia, que por sua vez responsabilizou os terroristas da Banda della Magliana, que agia em Roma desde os anos de 1970.
Em 1982, as dívidas do banco vieram à tona. Calvi saíu do país usando um passaporte falso e Rosone negociou sua saída do cargo com o Banco da Itália. A secretária pessoal de Calvi, Graziella Corrocher, deixou um bilhete denunciando-o antes de se suicidar. Calvi foi encontrado enforcado na ponte Blackfriars em Londres, em 18 de junho daquele ano.
Em julho de 1982, os fundos das aplicações off-shore foram suspensos e a falência declarada. Em agosto o banco foi substituído pelo Nuovo Banco Ambrosiano sob a direção de Giovanni Bazoli, com o Banco do Vaticano arcando com muito dos prejuízos.
Em Abril de 1992, Carlo De Benedetti, vice-presidente do Banco Ambrosiano, e outras 32 pessoas, foram condenadas por fraude pela corte de Milão[2] Benedetti foi condenado a 6 anos e quatro meses de cadeia.
Em 1994, o primeiro-ministro socialista Bettino Craxi foi implicado no caso do Banco Ambrosiano, juntamente com Licio Gelli da P-2 e o ministro da justiça Claudio Martelli. Em abril de 1998, a Corte confirmou 12 anos de cadeia para Licio Gelli
O jornalista David Yallop acredita que Calvi, com a ajuda da P2, foi responsável pela morte de Albino Luciani, o Papa João Paulo I, pois este planejava uma reforma nas finanças do Vaticano.


*Artigo retirado da Wikipedia, Todos os links são redirecionados para artigos da mesma.


Um comentário:

  1. Curto essas paradas que tem um toque de fantasia...deixam algumas pessoas perplexas e outras continuam incrédulas...isso é bom, tudo que tem esse efeito tem o poder de prender a leitura...bobagem ou não (como tu disse), vale a pena ler...

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