segunda-feira, 14 de abril de 2014

Sobre Virgínia O.


Noite dessas não conseguia dormir; rolava na cama e lembrava-me de Virgínia O..

Ah, Virgínia O.!

Lembrei-me de como passávamos nosso tempo juntos. Não havia promessas nem ilusões nem mentiras. Não fazíamos planos futuros, não tínhamos compromisso com nada além daquelas horas em que estávamos. Vivíamos apenas o presente. E ali apenas éramos. Um para o outro; tudo e nada. O fluir do tempo sem medo do que viria. Víamos a noite cair, a neblina cegar e o dia amanhecer; torcíamos para que naquele momento voltasse tudo: o dia amanhecer, a neblina cegar e a noite cair. E Virgínia O. sorria. Falava, ouvia, tremia, sussurrava.

Na despedida, nada em especial. Quem sabe nos encontraríamos, certeza que não. Mas nada disso importava...

Nunca mais vi Virgínia O..

Pouco importa. Sei que o que vivemos ninguém poderá nos tirar. Permanece a lembrança do tudo que pouco vivemos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário