segunda-feira, 26 de maio de 2014

Poema de uma morte anunciada*


morreste em mim numa noite de outono
morreste como morreram tantos outros antes de ti
o que diferenciou este momento
foram as lágrimas que derramei
brotaram elas antes de ires enfim

não houve dano, não houve sofrer
houve o desgosto, da hora marcada
do fim que viria, da morte anunciada

amo ainda
um amor sem rosto, sem nome
sem endereço, sem tempo certo
sem hora exata

amarei ainda
forte como primeiro
singular como único
verdadeiro como eterno

só espero que me vejas
só espero que eu me mostre
quem sabe dessa vez soubesse
de todo sentimento que morre em mim
a cada vez que morres tu também


* Título parafraseado do romance 'Crônica de uma morte anunciada', de Gabriel Garcia Marquez

Nenhum comentário:

Postar um comentário