segunda-feira, 21 de março de 2016

o silêncio

me acostumei com o silêncio
em mim
na minha casa
ao meu redor
não me importo
ando com passos firmes
bato uma porta
abro uma janela
ouço um disco
leio um livro
tantas histórias conhecidas
mundos a descobrir
almas descobertas
paisagens estranhas
converso comigo
faço planos
planejo destinos
imagino encontros
rio sozinho
gargalho alto
tremo todo
basta esticar a mão
a chuva abraça
límpida
fria
um renascimento
o sol cega os olhos
mas abre o peito
e deixo-me
e permito-me
que não ouça
os ruídos da rua
algumas vozes
gritos
e fico comigo
no silêncio
em mim
na minha casa
ao meu redor

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