segunda-feira, 7 de julho de 2014

De vazio e névoa

Eu já nem me importo mais com todo esse vazio que assola minha alma. Por vezes nem parece que tenho-a ainda. Se nossos olhos nem se vêem mais. O calor do teu corpo nem chega próximo do meu. Carrego comigo apenas lembranças de um tempo ido que não quer ser apagado. Ainda consigo ouvir sua voz me dizendo do bem que te fazia. Sinto seus dedos tremendo, seus olhos fechados, sua boca aberta. Acordo no meio da madrugada agonizando; olho para o teto escuro, para um vão da janela e me perco em sentimentos que não consigo explicar. Sem desejar, vejo a escuridão máxima dos momentos que antecedem o nascer do sol; mas a neblina domina o amanhecer e tudo fica frio e triste mesmo durante o dia. É assim que me sinto: como se uma névoa de inverno estivesse cercando-me por todoas os lados, que não me deixa sentir qualquer calor que seja; névoa que encobre tu, meu sol. Se fosse uma nuvem carregada de raios, trovões e chuva, ela poderia ainda se dissolver. Entretanto não vejo uma maneira de dissipar esse cinza que turva a distância entre tu e eu.

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