sexta-feira, 22 de maio de 2015

Daniel na cova dos leões - Legião Urbana


Aquele gosto amargo do teu corpo
 Ficou na minha boca por mais tempo.
 De amargo, então salgado ficou doce,
 Assim que o teu cheiro forte e lento
 Fez casa nos meus braços e ainda leve,
 Forte, cego e tenso, fez saber
 Que ainda era muito e muito pouco.

Faço nosso o meu segredo mais sincero
 E desafio o instinto dissonante.
 A insegurança não me ataca quando erro
 E o teu momento passa a ser o meu instante.
 E o teu medo de ter medo de ter medo
 Não faz da minha força confusão.
 Teu corpo é meu espelho e em ti navego
 E eu sei que a tua correnteza não tem direção.

Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
 A motor e insistir em usar os remos,
 É o mal que a água faz quando se afoga
 E o salva-vidas não está lá porque não vemos.

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