segunda-feira, 18 de maio de 2015
Silêncio
Fazia silêncio na minha rua. Era noite alta, um vento gélido batia contra a janela. Pelo vidro eu via as folhas sendo levadas aleatoriamente pela rua. Nem um sinal de vida. Diferente do que acontecia dentro de mim. Mesmo parado, a minha cabeça fora transformada pelo turbilhão de informações e imagens. Lembranças, saudades, momentos, desejos... Minha alma inquieta não refletia a quietude da noite, pelo contrário. Meu olho, mal refletido na janela, não era um espelho do que eu era. Ele brilhava e agonizava; ria e chorava; desistia e continuava. Tanto fiquei que nem me dei conta do tempo que passava. Quando vi estava prestes a amanhecer. E foi no momento de maior escuridão da madrugada que percebi, ao fundo do reflexo, teu olho no meu, com as mesmas aflições que atormentavam a minha existência.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário