quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Teatro
Quando dei por mim estava dentro de um teatro. Todas as cadeiras estavam vazias. Havia uma movimentação nos bastidores, no entanto não me apercebia do que estava acontecendo. Passando no corredor olhei de um lado para outro: solidão. Dezenas de lâmpadas de várias cores eu sabia que apontavam para o palco, apenas uma estava acesa. Aquela semiescuridão me deixou agoniado. Por uma escada lateral invadi o local da apresentação. Uma porta entreaberta me levou até o camarim. Por uma fresta, pude vê-la: o olhar no espelho, um batom vermelho na mão, o vestido com metade dos botões por fechar. Um contrarregra segurou-me pelo braço e repetiu palavras do meu texto: "Sinto muito, amada minha, devo te deixar. Outros amores, outros abraços, outros calores, irei provar...". No centro do palco uma cadeira vazia, uma janela para o infinito e algumas flores artificiais. Lentamente caminhei para meu lugar marcado, aguardando o momento certo de pronunciar as frases que não queria falar.
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