terça-feira, 27 de outubro de 2015

Insônia

Noite passada deitei-me às onze horas da noite. Previa um sono tranquilo, tão cansado estava. Eis que uma hora e meia depois - precisamente às 0:30 - acordei-me de sobressalto. Um sonho atormentou-me e da cama levantei. Sentado, no escuro do meu quarto, iniciei um monólogo de mim pra mim mesmo. Eram tantos pensamentos, tantas frases incompletas, tantos atos por realizar, que pensei em mais uma noite em claro. Tentando afastar tudo que havia em mim, adormeci. Qual minha surpresa quando os sonhos repetiram-se minutos depois. Não foram horas, foram minutos apenas. Pois acordei novamente. Caminhei pela negritude da casa, sentei-me no silêncio da cidade, na solidão da minha varanda. O vento trouxe até meu rosto alguns pingos da chuva que caía. Não senti frio, nem calor, não senti nada. Por um longo tempo fiquei a fitar o vazio; a água que corria na calçada, uma luz que longe brilhava, o chilrear distante de uma coruja. O cansaço e a iminente chegada de um dia cheio levaram-me ao leito mais uma vez. Ao acordar pela manhã pude lembrar de tudo que aconteceu nessa singular noite: o sonho, os pensamentos, as frases incompletas, a noite silenciosa e ao mesmo tempo inquieta. Aqui estou, mais um dia, apenas esperando o cair da noite para mais uma madrugada como tantas outras serão.

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