terça-feira, 21 de maio de 2013
Como fosse nadar
Eu sinto saudades de tomar banho no rio.
Minha cidade é banhada pelo Rio Uruguai (um pouco mais 'acima' é Rio Pelotas) e desde pequeno, no verão, meu pai levava-me todos os finais de semana para dar 'um bico' na balsa. Nossa! Como era bom. Minha mãe ficava em casa surtando com os perigos que esse passeio poderia trazer, entretanto meu coroa sempre foi muito cuidadoso e conhecedor do rio (afinal, desde os 4 anos de idade ele nadava no Uruguai).
Hoje em dia ele - o Uruguaizão - não é mais rio. Nem sei o que ele é. Após o advento da Usina Hidrelétrica de Itá ele transformou-se num lago ou bacia ou lagoa... E tornou-se muito triste. Ao menos para mim. O que eu gostava era das corredeiras, do barulho das águas ao encontrarem-se com os pilares da ponte, do 'canalão' (um lugar muito, muito, muito fundo) e da diversão que o rio nos proporcionava.
Você entrava na água e a correnteza te levava; então você nadava contra ela, ziguezagueando, mergulhando, braçada após braçada. Deixava-se levar, novamente, rio abaixo, descansando, reunindo forças e esperando uma nova oportunidade de enfrentar a água. E a batalha recomeçava. Eu sempre mirava um ponto fora e traçava como objetivo ultrapassá-lo; as forças se recompunham, a concentração era grande e todo o corpo conspirava para que a meta fosse atingida. Bons tempos aqueles...
Percebo que o nosso dia-a-dia assemelha-se àquela luta com o rio. Existem dias que precisamos ficar inertes, sem fazer muito esforço, descansar o corpo e a mente; mas esses dias servem apenas para dar gás para as próximas braçadas. Servem de estímulo para alcançarmos os nossos objetivos. O que garanto-lhes, amigos, é que deixar-se levar pelas águas é maravilhoso; no entanto o que realmente te satisfaz é nadar contra a corrente.
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