quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Esperança

Havia, ao menos, a esperança de ver teu brilhante sorriso. De ouvir a voz que saía dos teus lábios e de toda a alegria que de ti brotava.

Foram poucos momentos; breves, completos, intensos. Mas deixaram a vontade de querer um pouco mais.

Te olhava de longe. Teu olhar carregado mirava o vazio. A face parecia serena, entretanto achava que havia algo mais ali.

Quando nos aproximamos tive a certeza. Pelo tom da tua voz não sabia se era enfado, decepção ou apenas tristeza. Seu corpo falava, as palavras não me chegavam, só via seus lábios se movendo.

Fechei meus olhos, aproximei-me, te peguei em meus braços e te calei com um beijo.

Longo beijo que durou horas. Pude sentir teu gosto no meu, teu cheiro que me invadiu, teu calor que me aqueceu.

Quando meus olhos abriram percebi que não havíamos nos movido. Tu ainda falavas; palavras que já sabia que dirias.

Embriagado com tua presença, soube que tal beijo foi apenas um delírio. Um sonhar sem um agir.

Ficarei para sempre com a imagem de meu laço em teu corpo. O eco de sua fala em minha cabeça. Teus olhos semi-abertos em direção ao nada.

Foste. Eu ainda estou aqui. O pouco que resta é um resquício da esperança de ver teu brilhante sorriso mais uma vez.

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