quinta-feira, 30 de julho de 2015
Madrugada
É alta madrugada. Inquieto não durmo; passam imagens, arrastam-se as horas. Um turbilhão de sentimentos afligem minh'alma. Ah, donzela! se soubesses o conflito entre alento e sofrer que trazes pra mim. Se em sono caísse em sonhos te teria, mas basta que feche meus olhos para que minhas entranhas ganhem vida. Tortura-me este frio que gela meu corpo e este calor que não se apaga dentro de mim. Uma dezena de vezes levantei-me do leito, uma centena de vezes guardei teu retrato no fundo do baú, a mesma centena em que de lá o tirei e milhares de beijos te dei. O vidro não devolveu-me o gosto dos teus lábios, esse os imaginei quando, prostrado no canto do meu quarto, declarei-me mais de uma vez. As cartas que me mandaste quase desmancham-se tantas lágrimas verti sobre elas, pouco importa! sei, letra por letra o que elas trazem pra mim. Ao final desta noite peço-te então que mate-me de amor ou aniquile em mim este sentimento. Sou feliz e sofro. Sou um amante e um desgraçado. Sou paixão e padecimento. Oh mulher dos olhares e sorrisos e vozes e existência em mim. Nada há como isto que sinto agora e que não deixa-me sonhar nem dormir.
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