sábado, 2 de janeiro de 2016

Gritos

Hoje são os gritos do silêncio que me chegam aos ouvidos. No quarto escuro, na fumaça do cigarro, no que restou de gelo no copo, nos livros que não li, nos discos que não escutei. Do nada que há em mim resta apenas um nome e a lembrança do que nunca foi. Da cadeira onde estou meu corpo não se ergue. Nunca saberei quantos passos conseguiria dar. Mesmo sabendo que não há lugar para ir. Chegam-me mais silêncios. Da tarde nada ficou. A noite abraça-me como a morte chegando lentamente para ficar. Minha cabeça dói. O vazio que há eu preencho com o nome que a cada minuto tento esquecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário