terça-feira, 28 de abril de 2015

Através do vidro

Serenamente adormeci, noite passada. Previa um sono tranquilo, sem interrupções. Não pude. Acordei agoniado. A escuridão me incomodando. Algo em mim não fazia sentido. Apesar do frio, não o sentia, mesmo assim tremi, tremi como nunca. Fiz menção de alcançar o telefone, te ligar talvez. Não, não a incomodaria alta hora dessa noite. Escrevi-te algumas mensagens, meus olhos entreabertos não as enviariam. Virei-me na cama, de um lado para outro e permaneci obrigando meu sono a retornar. Creio ter apagado por alguns segundos - talvez minutos ou horas - pois acordei novamente, sobressaltado, com o rosto e as mãos úmidas. Súbito, levantei-me. Apenas com o brilho da lua atravessando minha janela, vaguei pela casa nervosamente. Não havia pensamento que me acalmasse. Acendi a lâmpada do quarto e a luz se fez. Através do vidro tu me olhavas, e sorrias! No papel, deixei palavras - estas mesmas que hoje me faltam. E então, no fundo do teu olhar, contemplei a calma que precisava para esperar o amanhecer.

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