segunda-feira, 13 de abril de 2015

Quando escrevo

Não consigo escrever quando estou tranquilo, ou feliz.

Escrevo quando meus pensamentos me atormentam, quando chove lá fora, quando a tempestade se faz forte e intensa, quando a nuvem que me rodeia insiste não passar.

Escrevo quando há um vazio, quando tudo está incompleto, quando falta algo - mesmo uma mísera parte - em mim.

Escrevo quando meu sono é inquieto, quando meus sonhos são sufocantes, quando minhas pernas falseiam, quando tremem minhas mãos.

Escrevo quando os filmes nada me mostram, quando as músicas nada me dizem, quando os poemas não me tocam, quando os livros nada descvrevem.

Escrevo quando na verdade queria falar. Eu escrevo porque tenho algo a dizer. Nem sempre é para alguém. Escrevo pra mim. Assim consigo me ouvir, só assim consigo me ver, é assim que consigo ficar bem: comigo e com o mundo.

Então fico em paz.
Escrevo e fico completo.
E já não preciso mais escrever.
Apenas sentir.
E viver.

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